É fato que o mercado contemporâneo está cada vez mais competitivo e exigente. Hoje em dia, fazer bem já não é mais suficiente, sendo necessário ser o melhor naquilo que se faz. Dentro desse cenário, ferramentas de BI tornam-se vitais para as organizações que buscam inovar e se destacar, proporcionando vantagem competitiva ao trazer a informação certa, ao lugar certo e na hora certa. Porém, o que se percebe atualmente é que a ferramenta, apesar de suas potencialidades estratégicas, ainda é bastante subutilizada.
Atualmente, cerca de 60% das empresas utilizam BI apenas para subsidiar a parte gerencial do negócio, deixando de lado outros setores que poderiam ser extremamente beneficiados com a tecnologia, como a linha de frente, os fornecedores, e até mesmo os próprios clientes. Esse conceito, denominado BI Pervasivo, pode até soar como novidade para alguns, mas já funciona a pleno vapor em outras partes do mundo, como nos EUA, na França e no Canadá.
Já existem inúmeros cases de empresas globais que utilizam ferramentas de BI inseridas em seus processos cotidianos, operacionalizando os mais diversos tipos de estratégia. Podemos citar como exemplo a varejista HBC, do Canadá, que solucionou com BI um problema de fraude nas devoluções de mercadorias. Os fraudadores imprimiam tickets falsos de venda e iam às lojas da HBC para devolver itens supostamente comprados na rede. Para combater o esquema, as lojas passaram a utilizar um histórico de vendas de 65 semanas e, mesmo consultando um grande volume de dados, os funcionários conseguem saber, em menos de 20 segundos, se a solicitação é verdadeira ou não. Para os clientes verdadeiros, satisfação garantida e, para a loja, 5% de redução nas devoluções e 30% de redução nas devoluções fraudulentas, que agora podem ser feitas até mesmo sem a apresentação do ticket de venda.
Há também inúmeras seguradoras na Europa e nos Estados Unidos que já utilizam ferramentas de BI para analisar, além dos dados demográficos do indivíduo e histórico de sinistros, dados geoespaciais (GPS). Com isso, elas conseguem precificar o valor do seguro de veículos de maneira personalizada, levando-se em conta a quilometragem rodada e o risco dos locais de uso de cada veículo.
Além dessas aplicabilidades operacionais, outra forma bastante positiva e estratégica de utilização dos sistemas de BI diz respeito à fidelização dos clientes que encontram ofertas de produtos diferenciados. Isso foi feito pela rede Harrah´s (EUA), que utiliza recursos de alta obsolescência como ingressos de shows e disponibilidade nos restaurantes dos seus hotéis/cassinos para fidelização de seus clientes e para aumentar o tempo de permanência deles na rede. A empresa conseguiu aumentar em mais de 20% a sua base de clientes VIP.
Na mesma linha, a Continental Airlines (EUA), por meio da análise massiva de seu banco de dados, desenvolveu operações voltadas para situações consideradas incomuns, como furacões, fechamento de aeroportos, cancelamento de voos, entre outras. Nessas condições, o uso de inteligência perpassa o nível operacional e chega diretamente ao cliente afetado, que recebe tratamento diferenciado dentro do programa de milhagens da empresa.
Nesse caso, a eficiência operacional é outro benefício decorrente do uso "near real-time" dos dados centralizados, permitindo à empresa reagir rapidamente em casos extremos. A Continental atribui um benefício financeiro de mais de US$ 500 milhões à arquitetura de Active Data Warehouse, englobando aumento de receita e redução de custos.
Como podemos perceber, BI pode ser bem mais do que uma simples ferramenta de apoio à tomada de decisão, pois com sua abrangência ampliada, saindo da área gerencial para chegar diretamente ao cliente, ela possibilita um modelo de negócio dinâmico e eficaz. Na verdade, é até mesmo difícil delimitar as funções desse tipo de ferramenta, que além de facilitar processos e fidelizar clientes pode possibilitar inovações estratégicas valiosas ao negócio.
Esse cenário, de certa forma, já sinaliza para alguns a morte lenta do BI tradicional, em que as informações disponível são "as de ontem". Caberá às empresas agora unirem uma dose de empreendedorismo às ferramentas disponíveis para se destacarem ou, em uma visão mais apocalíptica, sobreviverem.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Amil reduz tempo de resposta do BI em até 60%
Empresa migra para a versão de banco de dados SQL Server 2008 R2 e ganha performance suficiente para suportar crescimento da base e agilizar decisões estratégicas.
A rede de assistências médicas Amil é uma das principais empresas no cenário de consolidação de companhias do setor de Saúde no País. Com muitas aquisições nos últimos anos, a empresa já soma 5,2 milhões de usuários, 13% de todo o mercado brasileiro, resultando em uma base de informações de 80 terabytes, a respeito de todos os clientes e transações da companhia.
Para agregar todas essas informações no sistema de Business Intelligence (BI) e aumentar o desempenho, a empresa optou por migrar parte do banco de dados para SQL Server 2008 R2, que ainda estava na base beta na época de adoção. Com a ferramenta, a empresa reduziu de 40 a 60% o tempo de resposta da ferramenta.
Testado primeiro pela alta gestão da companhia, no nível estratégico e tático, os usuários sentiram a diferença ao cruzar informações mercadológicas para a tomada de decisões. O gerente de BI da Amil, Antônio Júlio Gualter, dá um exemplo prático: em muitos casos os gestores precisam extrair uma série de relatórios sobre o perfil de uso de beneficiários em determinadas regiões. “Obter cada relatório desses podia levar até 2 minutos. Hoje, eles são obtidos em menos de 1 minuto”, afirma Gualter.
O tempo menor de resposta do BI permite tomadas de decisões mais ágeis no campo estratégico, mas a migração do banco de dados também trouxe benefícios do ponto de vista da gestão de TI. De acordo com Gualter, a ferramenta agrega controle automático de rotinas de atualização, que dá respostas em tempo real sobre o andamento do processo e tempo para finalização.
“Antes era necessário alocar um profissional para fazer tudo isso manualmente”, avalia Gualter, que ganhou um profissional para se focar em questões mais estratégicas.
Tão importante quanto todos esses ganhos, segundo Gualter, é a garantia de longevidade de soluções. A Amil está em processo avançado de aquisições e incorporação de novos usuários à base e tem a meta de se tornar uma das maiores companhias do mundo. “A evolução na ferramenta é essencial para esse direcionamento estratégico da empresa”.
Gualter destaca também a presença do Microsoft Sharepoint 2010 no projeto. O ambiente de colaboração passou a ser o publicador de todos os resultados dos relatórios analíticos, graças à integração aprimorada com o banco de dados. “Antes tínhamos de desenvolver todas as ferramentas de manipulação de consultas para publicar resultados. Esse processo também passou a ser automático”.
Mesmo com o ganho de produtividade e um ambiente mais automatizado, a Amil quer contratar profissionais para sua equipe de BI, o que comprova a importância da área para a companhia. Hoje Gualter comanda nove profissionais totalmente focados em BI e pretende que sua equipe chegue a 14 pessoas até o final do ano.
O grande obstáculo encontrado pela Amil, no entanto, é a qualificação de profissionais. A empresa já estabeleceu programas de treinamento interno nas novas ferramentas. Para contornar o problema, a solução foi treinar os profissionais com a ajuda da própria Microsoft. “Estamos agora com um trabalho focado em recrutar profissionais com know-how nessa área. Esse passou a ser nosso grande desafio”, conclui.
Por Rodrigo Afonso, da Computerword
A rede de assistências médicas Amil é uma das principais empresas no cenário de consolidação de companhias do setor de Saúde no País. Com muitas aquisições nos últimos anos, a empresa já soma 5,2 milhões de usuários, 13% de todo o mercado brasileiro, resultando em uma base de informações de 80 terabytes, a respeito de todos os clientes e transações da companhia.
Para agregar todas essas informações no sistema de Business Intelligence (BI) e aumentar o desempenho, a empresa optou por migrar parte do banco de dados para SQL Server 2008 R2, que ainda estava na base beta na época de adoção. Com a ferramenta, a empresa reduziu de 40 a 60% o tempo de resposta da ferramenta.
Testado primeiro pela alta gestão da companhia, no nível estratégico e tático, os usuários sentiram a diferença ao cruzar informações mercadológicas para a tomada de decisões. O gerente de BI da Amil, Antônio Júlio Gualter, dá um exemplo prático: em muitos casos os gestores precisam extrair uma série de relatórios sobre o perfil de uso de beneficiários em determinadas regiões. “Obter cada relatório desses podia levar até 2 minutos. Hoje, eles são obtidos em menos de 1 minuto”, afirma Gualter.
O tempo menor de resposta do BI permite tomadas de decisões mais ágeis no campo estratégico, mas a migração do banco de dados também trouxe benefícios do ponto de vista da gestão de TI. De acordo com Gualter, a ferramenta agrega controle automático de rotinas de atualização, que dá respostas em tempo real sobre o andamento do processo e tempo para finalização.
“Antes era necessário alocar um profissional para fazer tudo isso manualmente”, avalia Gualter, que ganhou um profissional para se focar em questões mais estratégicas.
Tão importante quanto todos esses ganhos, segundo Gualter, é a garantia de longevidade de soluções. A Amil está em processo avançado de aquisições e incorporação de novos usuários à base e tem a meta de se tornar uma das maiores companhias do mundo. “A evolução na ferramenta é essencial para esse direcionamento estratégico da empresa”.
Gualter destaca também a presença do Microsoft Sharepoint 2010 no projeto. O ambiente de colaboração passou a ser o publicador de todos os resultados dos relatórios analíticos, graças à integração aprimorada com o banco de dados. “Antes tínhamos de desenvolver todas as ferramentas de manipulação de consultas para publicar resultados. Esse processo também passou a ser automático”.
Mesmo com o ganho de produtividade e um ambiente mais automatizado, a Amil quer contratar profissionais para sua equipe de BI, o que comprova a importância da área para a companhia. Hoje Gualter comanda nove profissionais totalmente focados em BI e pretende que sua equipe chegue a 14 pessoas até o final do ano.
O grande obstáculo encontrado pela Amil, no entanto, é a qualificação de profissionais. A empresa já estabeleceu programas de treinamento interno nas novas ferramentas. Para contornar o problema, a solução foi treinar os profissionais com a ajuda da própria Microsoft. “Estamos agora com um trabalho focado em recrutar profissionais com know-how nessa área. Esse passou a ser nosso grande desafio”, conclui.
Por Rodrigo Afonso, da Computerword
Assinar:
Postagens (Atom)