BR&M Tecnologia

segunda-feira, 28 de março de 2011

Contabilidade: mais do que formalismo fiscal

A maior parte dos empresários no Brasil desconhece as funções que o contador (ou escritório contábil) pode desempenhar na empresa, desconhece até as mais elementares práticas de Administração de Empresas, e, poucos, poucos mesmo, trabalham utilizando procedimentos de Contabilidade Gerencial, a maioria pensa que Contabilidade não passa de formalismo legal, fiscal.

Em países desenvolvidos em relação ao Brasil, quando uma microempresa é formada, significa que profissionais de níveis superiores e técnicos bem formados estão se juntando para trabalhar, a interação dos talentos é a tônica. No Brasil, a prepotência e a falta de capacidade técnica em todos os níveis, são a tônica.

Somemos isso à falta de apoio por parte dos governos e parlamentos, acostumados e pressionados a promoverem isenções fiscais para grupos econômicos de maior vulto, que não primam necessariamente pela eficiência econômica e administrativa, em detrimento do apoio aos microempresários e à formação da mão-de-obra.

O resultado não poderia ser outro: não temos técnicos e acadêmicos nas quantidades necessárias ao nosso desenvolvimento, basta atentar para nossos índices de produtividade industrial ou de desempenho do comércio e serviços, lástimas. Pior, nosso ensino médio ao nível técnico está ou foi tornado sucateado, revigorado e maquiado por estatísticas e procedimentos obscuros à sua situação real, praticados por governos estaduais que deveriam suportá-lo.

A maior parte dos empresários no Brasil desconhece as funções que o contador (ou escritório contábil) pode desempenhar na empresa, desconhece até as mais elementares práticas de Administração de Empresas, e, poucos, poucos mesmo, trabalham utilizando procedimentos de Contabilidade Gerencial, a maioria pensa que Contabilidade não passa de formalismo legal, fiscal. Assim, antes de obsoleta, no Brasil, a profissão de contador (ou técncico) é desconhecida. Isso quando algumas empresas insistem na fusão contador-administrador. Não raro, o contador é forçado ou convenientemente convidado a exercer o papel de administrador de empresas.

Os contadores profissionais (e honestos intelectualmente) são os primeiros a dizerem que não estão preparados para administrar uma organização empresarial no seu conjunto como querem alguns empresários, que por questões orçamentárias e não por escolhas técnicas, lhes impingem a tarefa de administrar. Um bom contador sequer tem tempo disponível (pelas suas muitas atribuições) para administrar por completo uma empresa, como supõe parte do empresariado brasileiro. Afinal, via de regra, ele passa parte importante de seu tempo tentando (nem sempre com sucesso) fazer ver ao empresário, que caixa da empresa não é a mesma coisa que carteira do empresário.

As empresas no Brasil (exceções) utilizam a Contabilidade como formalidade fiscal, nada mais. A Contabilidade, como instrumento de gerenciamento e entendimento da mutação do patrimônio, ainda é um sonho de verão na mente de quem clama por profissionalismo nas empresas, que aliás, expurgaram os contadores de suas dependências. O mote de certas empresas operando no Brasil, parece ser o da música cantada por Zeca Pagodinho : [.. ]deixa a vida me levar, vida levaaaa eeeeu [...]

Por Carlos Cezar Russo

sábado, 26 de março de 2011

Microsoft leva BI para 500 milhões de pessoas

Com Sharepoint e Excel, Microsoft quer ir além dos especialistas e atingir milhões de consumidores que podem se beneficiar com BI A Microsoft se prepara para entregar business intelligence (BI) para a massa com um novo conjunto de produtos que une a funcionalidade do Excel com sofisticadas habilidades analíticas direcionadas a um mercado de 500 milhões de pessoas. Afinal, a Microsoft imagina que se essa mesma quantidade de pessoas utiliza o Office, porque não oferecer BI também?
 
Nesse tipo de ambiente mais aberto e de ritmo acelerado, as empresas esperam mais e mais que seus funcionários não apenas compreendam as necessidades do mercado, mas também contribuam ativamente com ideias e observações. E, de uma forma ou de outra, muitas dessas empresas percebem que a melhor ferramenta para esse trabalho é business intelligence e as capacidades de análise, modelagem, previsão e compatibilidade que ele oferece.

Para os CIOs, o problema está na complexidade de muitas ferramentas de BI: direcionadas a especialistas sofisticados, muitos dos produtos simplesmente não alcançarão o nível necessário se o esforço de democratização se mostrar mais do que um slogan. E é exatamente aí que a Microsoft entra.

Poucas empresas demonstraram a habilidade de adaptar aplicativos robustos da forma como a Microsoft fez com o Office e outros produtos e, agora, a companhia diz que irá lançar a iniciativa BI que mescla a familiaridade do Excel com o poder do SQL Server. E, além disso, a Microsoft garante configurar o produto a fim de amenizar o fardo do gerenciamento e desenvolvimento na área de TI ao invés de aumentá-lo.

“BI self-service. Esse é nosso maior desafio”, disse Herain Oberoi, gerente de produtos da Microsoft no grupo de negócios SQL Server. “Ouvimos falar muito sobre a necessidade de democratizar BI, mas precisamos nos perguntar para quem iremos democratizar. Nesse momento, analistas dizem que BI é usado por cerca de 3% e 8% dos usuários de computador, e depois temos alguns milhares de usuários de Excel no mundo todo. E o resto de nós: 500 milhões de trabalhadores da informação? Estamos confortáveis com esse número porque é o número de pessoas que usam o Office”, disse Oberoi.

Nós não levamos ao pé da letra o ponto em que Oberoi diz que a Microsoft espera vender 500 milhões de PowerPivot para Excel; porém, com um mercado desse tamanho, mesmo uma penetração de 1% já resulta em 5 milhões de consumidores de BI e, caso a Microsoft e seus parceiros alcancem 5% de penetração, levarão BI a 25 milhões de consumidores.

Considerando os potenciais benefícios, esses números parecem prováveis, especialmente com a grande visibilidade que o espaço de BI ganhou fora da comunidade de TI nos últimos anos. Quanto mais negócios perceberem a necessidade estratégica de se engajar, de fato, com os clientes, eles perceberão que para isso, é preciso mais conscientização, informação e ideias – resumindo, mais inteligência sobre seus negócios.

A Microsoft pretende entregar isso com muita ajuda de suas plataformas Office e Sharepoint, amplamente implementadas, contou Oberoi. “Definitivamente, alavancaremos o Office e o Sharepoint e tornaremos BI acessível a esse terceiro grupo” de não-especialistas, disse em uma conversa no escritório da InformationWeek EUA, em Nova York, na semana passada. “BI precisa chegar ao ponto em que Sharepoint facilita o uso e a criação, em que os não-especialistas podem ter certeza de que têm dados limpos e podem dizer: “eis os relatórios que quero, aqui estão as pessoas com quem quero compartilhá-los e posso criar isso sozinho.”

Todos nós sabemos como isso acontece hoje: você vai até a área de TI, explica o que quer, o pessoal de TI diz que pode fazer, você pergunta quando vai receber o relatório e eles te mandam entrar na fila. A Microsoft garante que irá oferecer uma abordagem bem melhor.

“Com o PowerPivot para Excel, a TI pode sair do ciclo desenvolvimento de website e desenvolvimento de relatório e voltar para a construção e gerenciamento de infraestrutura, que é sua real função”, disse Oberoi.

“O pessoa de TI diz: “e quanto a compliance e gerenciamento?” – é essa a nossa abordagem, assim como com Sharepoint, o ponto é que BI pode, agora, ser ‘auto-gerenciada”: com Sharepoint, a TI tem visão completa sobre o que está sendo criado. Assim que uma solução é publicada no Sharepoint, a área de TI sabe – e da mesma forma com o PowerPivot para Excel – e pode ter uma visão agregada de tudo o que está sendo usado, o que não está sendo usado e como os recursos devem ser mais bem aproveitados.”

O segredo para conquistar a confiança e o suporte da área de TI, de acordo com Oberoi, é a capacidade embutida de BI auto-gerenciável: “isso permite que a TI faça todo seu trabalho em um nível consistente de infraestrutra – monitorando e gerenciando – em vez de um nível projeto-por-projeto, em que é necessário desenvolver e consertar tudo”.

A ferramenta de criação de relatório vem com o PowerPivot para Excel e as ferramentas de colaboração vem com o PowerPivot para Sharepoint e, ao usar essas duas plataformas mundialmente usadas e confiadas, Oberoi diz que a Microsoft está confiante que irá conquistar grande parte desses 500 milhões de consumidores. “Acreditamos que isso vire o jogo e realmente corresponda à democratização de BI”.

por Bob Evans | InformationWeek EUA

quinta-feira, 17 de março de 2011

BI e CRM: Aliados das grandes empresas

Saber o que cada cliente quer e atender prontamente seus desejos parece impossível para uma empresa com milhões de clientes. Inseridas num mercado competitivo e em constante mudança, que provê descontos e benefícios a todo instante, as grandes empresas despendem de grandes mecanismos para gerenciar seus clientes e propor ações para retê-los. Antecipar-se as necessidades dos clientes e oferecer produtos e serviços inovadores, na maioria das vezes, são desafios pouco superados.


São as estratégias em Business Intelligence (BI) aliadas as técnicas de gestão e relacionamento com o cliente (CRM) que possibilitam estes e inúmeros outros ganhos de uma só vez. A promessa é de gerar maior lucratividade, como consequência do envolvimento com o cliente e do uso de tecnologia de ponta.
A tecnologia é fundamental para a gestão efetiva de clientes, mas é totalmente dispensável se não houver processos bem definidos, pessoas capacitadas e uso adequado dos softwares e das informações geradas.

O primeiro passo é identificar quais informações dos clientes são pertinentes ao negócio e como elas poderão incidir em ações para propiciar encantamento e retenção. O passo seguinte é analisar cada setor e como o envolvimento do cliente com a empresa acontece. Daí em diante, o armazenamento e análise destes dados, através de recursos tecnológicos, entregarão ao Gestor a informação exata para que ele possa tomar sua decisão, em prol da empresa e em benefício do cliente.

Parte das grandes empresas do Brasil ainda armazenam as informações sobre seus clientes em arquivos simples ou em Excel. Dados importantes de ganho ou perda de clientes, aumento ou queda nas vendas, por exemplo, muitas vezes são descobertos com semanas de atraso, o que pode comprometer uma ação de reversão desses quadros. A tecnologia vem ao encontro desta necessidade, em favor do tomador de decisões da empresa, para auxiliá-lo em seu trabalho.
Para que as informações possam ser precisas e se tornem eficazes, a capacitação de profissionais para busca e armazenamento das informações é essencial. De nada adianta despender de tecnologia de ponta para análise das informações da empresa e dos clientes se os dados forem inverídicos, por terem sido coletados em um momento impróprio ou solicitados de maneira que o cliente se sentiu incomodado. Por isso, é fundamental que todos os processos sejam muito bem definidos, combinados com a constante capacitação dos colaboradores.

Empresas brasileiras têm cada vez mais acesso a soluções em BI e CRM. Prova disso é o aumento significativo nas vendas de SAP no Brasil, no segundo trimestre de 2010. O país representou 46% de toda a receita da companhia alemã na América Latina, tornando-se sua quinta operação mais rentável mundialmente.

Já a última pesquisa realizada no Brasil apontou um crescimento no mercado de CRM de 27,7% nos anos de 2005 a 2009, contabilizando R$ 907 milhões no ano passado. O estudo foi realizado pelo Tech Lab - laboratório de pesquisas e análises de tecnologias da E-Consulting Corp - e divulgado em março de 2010.

Patrícia Stedile