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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O lado negativo do perfeccionismo.

Hoje existe um movimento a favor desta prática. Ser perfeccionista é legal, o perfeccionista faz melhor e tantas outras falas equivocadas que fazem as pessoas acreditar que este comportamento definitivamente é uma dádiva
 

Você faz parte do time que acha legal ser perfeccionista? Cuidado! Talvez você esteja caindo em uma grande armadilha e nem esteja se dando conta disso.

Hoje existe um movimento a favor desta prática. Ser perfeccionista é legal, o perfeccionista faz melhor e tantas outras falas equivocadas que fazem as pessoas acreditar que este comportamento definitivamente é uma dádiva.

Já li em diversos artigos e ouvi até mesmo de alguns gurus da orientação profissional que se em uma entrevista de emprego for perguntado ao candidato sobre um defeito profissional que se tenha, responda sem pensar duas vezes: "Sou muito perfeccionista!", pois isto é uma forma de aparentar indiretamente preocupação com uma entrega de excelência e alto desempenho.

Caso você escute isso de alguém, ligue o sinal de alerta pois o perfeccionismo a toque de caixa faz com que as pessoas pensem que todo perfeccionista é aquele que realiza o que for preciso de maneira excepcional, mas a verdade é que nem sempre isso acontece pois existe muito perfeccionista travado por aí.

É importante entender que o perfeccionismo, assim como muitos outros comportamentos, também tem seu lado negro e dependendo do grau de evolução pode ser considerado um transtorno. Por isso, antes de sair falando por aí que é um perfeccionista inveterado, leia este artigo e perceba que talvez você seja alguém orientado para fazer as coisas da melhor forma possível, mas está longe de levar o perfeccionismo à risca, o que de fato é muito bom.

Confira abaixo as principais duvidas acerca do perfeccionismo:

O que é o perfeccionismo?

O perfeccionismo, segundo a psicologia é um distúrbio da ordem das neuroses que leva a pessoa a sentir uma insatisfação constante com seu desempenho e com seus resultados que atinge diversos aspectos da vida. Normalmente são pensamentos recorrentes sobre a realização de algo e sobre a qualidade do trabalho entregue. O perfeccionista é alguém que normalmente se preocupa com detalhes e dificilmente consegue relaxar ao delegar totalmente uma responsabilidade, tendo que conferir constantemente o trabalho e dar seu toque final até que esteja de acordo com o seu padrão de exigência.

Isto pode ser considerado um transtorno se levar prejuízo para a vida da pessoa, vale entender que o perfeccionismo considerado “normal” se é que podemos dizer assim, causa pressão ao individuo, mas não afeta seu pensamento racional, nem seu comportamento ou relacionamento com outras pessoas. 

O perfeccionismo pode ser considerado um TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) ou até mesmo uma doença?

O perfeccionismo pode ser considerado uma doença se trouxer prejuízo no âmbito biopsicossocial para o individuo, ou seja de alguma forma prejudicam essa pessoa em nível biológico, psicológico ou social.

Então neste caso, podemos tratar o perfeccionismo como um Transtorno de Personalidade Obsessivo Compulsiva.

O que é diferente do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Enquanto no TOC a pessoa tem pensamentos fora de seu controle, mas que ela gostaria de evitar, quem tem Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva não percebe que seu padrão de pensamento é problemático. A pessoa acredita que seu perfeccionismo e necessidade de controle são pensamentos certos, e que todas as pessoas estão agindo de forma errada e por causa disso acaba muitas vezes se tornando uma pessoa tirana, insensível e solitária. Podem ser pessoas extremamente bem sucedidas, mas que se sentem vazias, sozinhas e constantemente insatisfeitas.

 Existem tipos de perfeccionismo?

Considero que existem dois tipos de perfeccionismo: o perfeccionismo neurótico e o perfeccionismo que leva ao transtorno.

Como dito anteriormente, o perfeccionista neurótico é aquele que pensa demais, que se preocupa demais, mas isto acaba ficando mais no mundo das ideias o que leva a pessoa a assumir todo o trabalho e carregar muito piano nas costas por causa de seu perfeccionismo. É aquele que em um trabalho de faculdade acaba fazendo tudo e colocando o nome dos colegas.

Já o perfeccionismo que leva ao transtorno é aquele que causa prejuízo ou seja, a pessoa se isola, exige demais de si mesma, e em alguns casos trava porque tem medo de fracassar ou ainda torna-se extremamente rude com outras pessoas, isolando-se do convívio social.

Todo perfeccionismo é orientado para resultados?

Nem todo perfeccionismo é efetivamente orientado para resultados, por mais que o perfeccionista acredite e queira que isto aconteça, tudo depende de como a pessoa lida com os desafios que a vida lhe oferece.

Dentro dessa perspectiva, considero que existem dois tipos comportamentos perfeccionistas ( o que é diferente de tipos de perfeccionismo).

Existem pessoas que chamo de Perfeccionistas Obstinados que realmente são orientadas para realização, o comportamento está voltado para ação, buscando meios de fazer o que lhes foi proposto a qualquer custo e de forma excelente, normalmente conseguem o que querem, mesmo que não lhes pareça grande coisa no final das contas, partindo sempre para um novo desafio logo em seguida.

Já o perfeccionista procrastinador é aquele que exige tanto de si mesmo que acaba orientando seu comportamento para a procrastinação pois, acredita que nunca está bom o suficiente, que não tem as qualificações necessárias ou que por medo de pensar no julgamento dos outros, simplesmente trava, procrastina e não consegue realizar tudo o que gostaria. Esse tipo de pessoa sofre muito, não somente pelo alto grau de exigência mas pela falta de resultados e pelo medo do julgamento alheio pois se preocupa demais com sua imagem e com o que os outros vão pensar caso fracasse em sua empreitada. Em suma, é aquele que por medo de falhar, nem tenta.

Quais os pontos positivos e negativos de uma pessoa perfeccionista?

O lado bom de uma pessoa perfeccionista (desde que isso não lhe cause prejuízo) é que ela provavelmente fará uma entrega de excelência pois não aceita menos do que isso, é alguém que alcança resultados quando está voltada para o desempenho e não para a procrastinação.

Já o ponto negativo diz respeito à pressão emocional, desgaste, baixa autoestima, comportamento agressivo, baixa tolerância que pode até mesmo levar a uma depressão.

 Como identificar um perfeccionismo exagerado?

O perfeccionismo em exagero, pode ser identificado quando causa prejuízo para a vida da pessoa.

Quando ela não consegue se expor por medo do que os outros vão pensar, quando desenvolve distúrbios (como anorexia ou bulimia) em busca de um corpo perfeito ou ainda quando se afasta do convívio social em detrimento da obstinação pela excelência, são fortes indícios que se trata de uma pessoa com perfeccionismo que lhe causa prejuízo.

Se você perceber que o perfeccionismo te trava de alguma maneira, faz você se afastar das pessoas, ou faz você “não ser você” é hora de ligar o sinal de alerta pois aí pode existir um transtorno de personalidade obsessivo compulsivo.

Perfeccionismo tem tratamento?

Perfeccionismo tem tratamento sim, pessoas que se sintam prejudicadas devem procurar ajuda de um psiquiatra para uma avaliação de caso. É importante também buscar um psicólogo para um acompanhamento terapêutico. As vezes é necessário entrar com medicação e em outros casos, sessões de terapia são suficientes.

Isto significa que eu devo banir o perfeccionismo da minha vida? Ou achar isso algo ruim?

Nem sempre, assim como açúcar demais pode levar à diabetes, exercício demais pode levar a lesões ou vigorexia, perfeccionismo em exagero pode levar a transtorno e prejuízo na vida das pessoas, portanto é preciso refletir qual é o preço que você paga por levar as coisas a índices quase que impossíveis de serem alcançados. As vezes feito é melhor do que perfeito, mas por outro lado pitadas de perfeccionismo é o que levam à excelência, desde que isso não provoque angustia, mal estar e climão, para você e para quem está a sua volta. Tudo é questão de bom senso. 

Fonte: ADMINISTRADORES

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O que é recuperação judicial?

Medida objetiva a superação da situação de crise econômica financeira do devedor

Quando uma empresa entra em recuperação judicial aparecem muitas dúvidas da sociedade e dos credores que ainda tem a receber da mesma. Muitas pessoas pensam que uma recuperação judicial significa a falência de uma empresa. Mas não é! Pelo contrário.

A Lei 11.101/05 trata de manter a empresa no mercado, através da recuperação judicial, quando esta se mostra viável e capaz de prosseguir em suas atividades e a manutenção do negócio passa a ser a continuação das atividades empresariais.

A recuperação judicial objetiva a superação da situação de crise econômica financeira do devedor, a fim de permitir a sua continuidade empresarial, os empregos e os interesses dos credores, o que constitui a sua função social.

O papel social que a empresa exerce na sociedade é o fundamento que justifica a aplicação do instituto da recuperação visando que a empresa retome a sua liquidez.

Ainda que, na maioria das vezes, a crise da empresa não seja causada pela prática de ilícitos, o certo é que ela, muitas vezes, é o reflexo de equívocos na definição de estratégias ou no estabelecimento de prioridade que refletem sobre todos os agentes econômicos envolvidos, gerando passivos líquidos.

Na lei da Recuperação Judicial, encontram-se regras processuais. Destaca-se a limitação da suspensão das ações e as execuções contra o devedor no prazo de 180 dias, tornando uma das principais vantagens da recuperação judicial este ‘período de blindagem’, com a suspensão de todos os pagamentos, execuções, arresto e sequestros neste período, e possam assim, preparar um ‘plano de recuperação’ e propostas para pagamento a todos os credores com prazos que vão até 20 aos.

A recuperação judicial possibilita que as empresas paguem todas as suas dívidas com bancos, factorings e credores em geral, dentro da capacidade que a empresa tem de gerar receitas, atendendo assim, à função social da empresa e impedindo o fim do negócio.

O período de seis meses imposto pela lei para que os credores aguardem é um ônus bem pequeno, pois o empresário estará nesse mesmo período ‘arrumando a casa’ e consequentemente dando o retorno pretendido a todos os seus credores.

A lei em vigor, exatamente ao contrário do que determinava a legislação revogada, diz expressamente que o plano de recuperação judicial implica em novações dos créditos. Todos os créditos existentes na data do pedido ficam sujeitos à recuperação judicial, salvo poucas execuções.

O instituto da recuperação de empresas é muito mais abrangente que a antiga concordata, por incluir mais créditos e, principalmente, por permitir a alienação da sociedade, por diversas formas, concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas, substituição de administradores, alterações de controle acionário, possibilidade de os credores elegerem administradores, aumento da capital social, arrendamento do estabelecimento, inclusive para sociedade dos próprios empregados, redução salarial, dação em pagamento e novação de dívidas, venda parcial de bens, constituição de sociedade de credores, usufruto da empresa, administração companhia e emissão de valores imobiliários.

Com relação aos débitos fiscais, os mesmos não se sujeitam a recuperação judicial. Todavia, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é pacífica no que concerne a suspensão da retirada de bens essenciais da posse da empresa, sob pena de inviabilizar todo o procedimento recuperacional, o que automaticamente vem sendo aplicado pelos juízes federais e estaduais que conduzem as execuções fiscais.

Por fim, a recuperação judicial acaba atingindo a sua finalidade integralmente, resguardando a empresa em sua totalidade.

Autor: Dr. Marco Aurélio Medeiros

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Sucesso na crise: 10 coisas que aprendi remando contra a maré

A crise é um ambiente perfeito para os mais determinados, para os destemidos, para os que não se esmorecem por conta das adversidades


 Comecei minha carreira em 1991, quando tive minhas primeiras lições de mercado ainda aos 19 anos de idade. Qual era o cenário naquela ocasião? Fernando Collor de Melo era o presidente do Brasil. Eleito em 1989, tomou posse em 1990. O Brasil vivia uma inflação louca de mais de 80% ao mês. O preço de tudo mudava duas vezes por dia e até mesmo as donas de casa precisavam agir como verdadeiras economistas para aplicarem seu dinheiro.

Para que você entenda bem o que significa uma inflação de 80% ao mês, imagine que o seu salário é de 100 reais. Ao final do mês ele se tornava algo equivalente a 20 reais, porque 80% dele foi consumido pela inflação. Para isso, existiam complexos dispositivos bancários e de indexações para que as pessoas conseguissem proteger um pedaço de seu poder de compra. Era um caos.

Na tentativa de resolver a economia, uma das primeiras decisões do governo Collor foi um pacote ousado e inesperado de confisco de dinheiro da população. O chamado Plano Collor. Todos os brasileiros tiveram a poupança confiscada, deixando apenas um pequeno valor à disposição de cada um. O valor confiscado seria, um dia, devolvido para todos. Alguns se suicidaram, outros que tinham compromissos a serem honrados quebraram e houve uma revolta generalizada. O que se esperava era que, como os ricos são a minoria, que a grande massa aprovasse as medidas. No dia 29 de dezembro de 1992, no entanto, Collor foi deposto pelo processo de impeachment. Três dias antes, no dia 26 de dezembro, com 20 anos, eu me casava com Luciana, que tinha 17 anos de idade. Estávamos decididos a iniciar a nossa vida e escrever a nossa história com as nossas própria mãos.

Nesse cenário, com o mercado sem dinheiro, desemprego alto, recessão e com inflação explodindo, foi que eu comecei minha carreira profissional. Nessa época, dizer que falar inglês um dia seria importante como sabemos hoje era uma grande novidade. Enquanto as pessoas trabalhavam para sobreviver, vender cursos de inglês requeria uma habilidade e idealismo acima da média.

Trabalhei por quatro anos nessa empresa e escalei vários cargos até ser um diretor de quatro cidades, responsável por 20 gerentes em minha divisão, ganhando 7 mil dólares por mês, com apenas 22 anos de idade. Em 1994, entrou em cena o Plano Real, que finalmente conseguiu implantar uma economia estável no Brasil. Esse cenário coincidia com minha decisão de largar aquele ganho, pedindo demissão da empresa que representou para mim o meu MBA em cenários turbulentos, para abrir meu próprio negócio. Em abril de 1995, inaugurei a primeira escola da WiseUp, que 18 anos mais tarde veio a ter quase 400 escolas em funcionamento em 6 países e que gerou mais de 10 mil empregos diretos no Brasil.

O que aprendi naquele ambiente turbulento?


1. Crise é sinônimo de oportunidades. Não gosto de crises e prefiro muito mais os ambientes estáveis. No entanto, não temos controle sobre o que acontece no país e no mundo. Logo, as crises sempre virão e se destacam os que sabem lidar com ela, ou melhor, os que sabem aproveitar as oportunidades que aparecem no meio delas. Eu costumo dizer que, em momentos de crises, o dinheiro troca de mão. Os velhos ricos sempre darão o lugar aos novos ricos que virão de baixo, os que são mais resistentes às mudanças e são mais arrojados, enquanto os velhos ricos ficam na defensiva, porque acham que têm algo a perder. Geralmente, perdem por não saírem da defesa e acabam levando uma goleada. Afinal, quem não faz leva.

2. Numa crise, é preciso ter um grau maior de idealismo. Prosperar no deserto da crise requer mais idealismo. Tecnocratas não resistem aos percalços e não encontram razão para acordar pela manhã. Mergulham na lamúria da autopiedade e se afogam no mar das lamentações. A crise é o campo de batalha perfeito para você tirar a poeira de sua espada e escudo que ficaram guardados nos momentos de bonança. Associar seu negócio a um ideal mais forte e saber envolver seu time nesse propósito fará com que você consiga navegar contra o vento e a correnteza.

3. Durante a crise é preciso mudar a mentalidade e parar de fazer comparações. O mercado muda, a economia muda, a realidade muda. Logo, é preciso compreender as mudanças, reformatar a visão e sua compreensão da realidade e olhar para a frente. Evite ficar fazendo comparações com o passado, falando da época em que o dólar custava R$ 1,56, que você viajava para o exterior todos os anos e que tudo era mais fácil. Essa época passou e, agora, quanto mais tempo você levar para compreender que a realidade mudou e, por isso, sua mentalidade e disposição também precisam mudar, menos chances terá de prosperar durante a crise e maior será a possibilidade de você aumentar as estatísticas de fracasso.

4. Na crise, o que é problema para alguns, desemprego por exemplo, pode ser uma oportunidade para você. Excelente mão de obra fica disponível em tempos assim. Pessoas que querem virar o jogo e, por isso, podem se tornar excelentes aliados para construir seu projeto ao seu lado. Em tempos de crise, as pessoas precisam se preparar. Por isso, o setor de educação é sempre uma tendência.

5. Em tempos de dólar alto, exportar seu produto ou serviço pode ser uma boa saída. A expansão internacional pode ganhar o lugar da abertura de novas filiais no país e a conquista de novos mercados em terras estranhas se tornar uma nova tendência.

6. Durante a crise, separe as estações. É muito comum em tempos de crises acontecerem manifestações e mobilizações em torno do ambiente político. Não permita que essa agenda ocupe 100% de seu foco. Faça sua parte. Mas, no dia seguinte, volte para seu trabalho, para seu projeto e concentre-se em liderar sua equipe na direção certa. Cuidado para não transformar sua equipe de trabalho num movimento social. Em casos assim, a produtividade cai mais de 50% por um erro estratégico de gestão de pessoas.

7. Afaste-se dos que aproveitam a crise para justificar o fracasso. É fato que muitos passam dificuldades numa crise. No entanto, para vencer enquanto ela durar, é preciso reposicionar sua mentalidade e seu foco, e estar atento às oportunidades, como já citei. No entanto, os que não foram capazes de fazer isso rapidamente passarão por muitas dificuldades. Alguns, em vez de aprenderem com a experiência, não se levantam mais e acabam por influenciar outros que ainda lutam por seus objetivos. Selecione bem quem vai ter a permissão de depositar informações nos seus ouvidos.

8. Durante a crise, observe quem está vencendo. Busque identificar os que surfarão as melhores ondas. Observe o que fazem, suas táticas, como abordam o mercado e a razão de seu sucesso. Aprender com maiores referenciais é sempre recomendável em qualquer cenário, em especial numa crise.

9. Não se apegue a nada. Se o seu produto ou serviço não fazem mais sentido, mude, recomece, identifique e observe a sinergia entre a atividade que você exerceu e as novas tendências a fim de otimizar os esforços e investimentos para seu novo foco.

10. Por fim, a crise é um ambiente perfeito para os mais determinados, para os destemidos, para os que não se esmorecem por conta das adversidades e desejam mudar de vida e proporcionar uma vida melhor para sua família, apesar do cenário adverso.

Coitadistas e vitimistas padecem na crise e estão sempre prontos a encontrar um culpado. Numa crise, os protagonistas são os que terão história para contar e darão muitas risadas no futuro, contando para seus filhos e netos como venceram em meio ao caos.

Por fim, a crise pode acontecer na cidade, no país ou até no mundo. No entanto, você pode não sofrer os efeitos dela, ou melhor, pode até crescer durante a crise, se tiver a mentalidade certa e souber posicionar seu projeto com inteligência. A propósito, no ano de 2008, quando o mundo entrou numa grande crise financeira, foi quando minha empresa começou a crescer mais de 50% ao ano, contrariando todas as estatísticas.

Sobre crise, eu não li em um livro e nem escutei sobre isso numa cadeira da faculdade. Vivi tudo intensamente nas últimas duas décadas e com resultados positivos. Vivo hoje mais uma vez, empreendendo em diversos setores. Desejo a você todo sucesso nessa nova fase do Brasil. Não é fácil, mas é possível.

Fonte: Administradores

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Nossa Contabilidade é Internacional. E os nossos Escritórios?

O Brasil harmonizou, já há algum tempo, suas normas contábeis com o padrão global, por meio da tão falada convergência ao International Financial Reporting Standarts (IFRS), conjunto de regras emitido pelo International Accounting Standards Board (IASB). A Lei nº 11.638, publicada em 28 de dezembro de 2007, foi um grande marco neste processo.

A partir de então, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), criado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em 2005, tornou-se responsável pela tradução e ajustes das normas do IASB, adaptando-as, quando necessário, à realidade brasileira.

Os benefícios da adoção destes padrões na elaboração e divulgação de demonstrações contábeis e financeiras hoje são um consenso em nosso país, onde perto de 49 mil organizações contábeis possuem registro no CFC.

Pesquisa da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon) aponta que estes escritórios têm, em média, nove funcionários (440 mil empregos gerados) e 78 clientes cada, o que os faz responder, em conjunto, por demonstrações contábeis, cálculo de tributos e o cumprimento de obrigações acessórias de nada menos que 3,8 milhões de empresas.

Com um intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 1,12%, o estudo expõe, em contrapartida, indícios preocupantes quanto à profissionalização da gestão dessas empresas. Mostra, por exemplo, que 67% delas não realizam pesquisas de satisfação com os clientes e 85% jamais implantaram qualquer programa de qualidade.

Um outro levantamento, realizado por mim pouco tempo atrás, amplifica este cenário intrigante. Quase 70% dos empresários do setor declararam que um de seus principais diferenciais é o cumprimento rigoroso das obrigações acessórias. Chama igualmente a atenção o fato de apenas 19% estabelecerem plano de ações estratégicas e realizarem seu monitoramento periódico, enquanto 22% afirmam possuir indicadores de resultados definidos e controlados. Conclusão: ainda são poucas as organizações contábeis gerencialmente maduras e atentas de fato às questões estratégicas do seu negócio.

A observação prática dessa realidade mostra que, mesmo tendo evoluído significativamente os modelos contábeis por aqui adotados, nossas prestadoras de serviços da área ainda estão longe de incorporar ao seu cotidiano práticas de gestão globalmente consagradas.

Para que isto de fato ocorra, todo empresário do setor precisa assumir o papel de líder empreendedor sem descuidar dos aspectos técnicos, como de resto é desejável em todo tipo de atividade.

A adoção de metodologias que levem à excelência na gestão é fator imprescindível à sustentabilidade das organizações, seja qual for sua natureza ou porte. Planejamento estratégico e mercadológico, modelagem de negócios, gestão de relacionamento com os clientes, custeio baseado em atividades, marketing digital, gestão de recursos humanos e inovação em processos e serviços são algumas das principais.

Também não faltam ferramentas objetivas para fomentar tal cultura. Dentre elas, Business Model Generation (Canvas), Design Thinking, Balanced Scorecard (BSC), Customer Relationship Management (CRM), Net Promoter Score (NPS), Guestology, Solution Selling, Social Media Marketing e Activity-Based Management (ABM). Essas técnicas, contudo, ainda são familiares a uma minoria, devendo incorporar-se com urgência ao cotidiano dos demais.

Afinal, o Brasil vem se destacando na vanguarda mundial ao adotar padrões globais de contabilidade, e não seria coerente ficar para trás no aspecto empreendedorismo neste segmento. Nos dias atuais, camarão que não inova a onda leva. Quem duvida pode mudar de ideia facilmente ao analisar melhor o reboliço causado por WhatsApp, Uber e Netflix em seus respectivos mercados de atuação.

Autor: Roberto Dias Duarte