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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Business Intelligence exige transformação cultural, aponta Gartner

Sua implantação não deve ser vista como a de mais um projeto de TI. Analistas da Gartner aconselham foco no fornecimento de dados às pessoas certas.



Os CIOs devem garantir que os programas de “business intelligence” (BI) são tratados como uma “transformação cultural do negócio, e não como mais um projeto de TI”, dizem os analistas do Gartner no estudo “From Business Intelligence to Intelligent Business”.


Organizações costumam usar partes importantes do BI – como a modelagem de decisão e o suporte – para garantir que todos os trabalhadores, gestores e executivos possam tomar as decisões corretas em determinadas situações de negócio. “Tradicionalmente, o BI tem sido utilizado para relatórios de desempenho a partir de dados históricos, e como uma ferramenta de planejamento e de previsão para um número relativamente pequeno de pessoas em organizações que se baseiam em dados históricos para planejar o futuro”, diz o analista do Gartner, Patrick Meehan. A antecipação de cenários futuros permite “um exame dos novos modelos de negócio, novas oportunidades de mercado e novos produtos, e cria uma cultura de oportunidade”.


O Gartner considera que usar as informações para fornecer uma visão inteligente para melhorar o desempenho empresarial é um grande desafio, mas destacou três dicas de como usar o BI para criar “negócios inteligentes”:


1- focar os esforços do BI para entregar a informação certa às pessoas certas. Aplicar uma orientação de processos de negócios para BI que ligue horizontalmente áreas funcionais e clientes e parceiros externos. O BI deve abordar todos os níveis profissionais e de gestão na organização.


2- mudar a mentalidade de mais informações para a de resposta às perguntas certas. Estimular o valor do “impacto da decisão”. O foco em um conjunto muito limitado de questões de negócio importantes irá orientar os usuários para decisões baseadas no BI que tenham o máximo impacto nas estratégias e objetivos do negócio.


3- criar equipes de projeto com base nas necessidades de informação. Essas equipes devem considerar não só quem possui os dados, mas também o interesse dos departamentos nas informações que serão geradas. Quebrando ilhas de propriedade dos dados o BI precisa fazer fluir a informação para cima e para baixo nas cadeias de gestão, bem como através das funções. As decisões de negócio com maior impacto nunca existem isoladamente, afirma o Gartner.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

BI impulsiona mudança nos modelos de gestão

Abordagens operacional e estratégica distinguem projetos envolvendo sistemas de business intelligence. CIOs acreditam na adoção desse tipo de solução como ferramenta para mudança do modelo de gestão das companhias. Iniciativas envolvendo projetos de BI geraram boas discussões no Intercâmbio de Ideias do IT Forum 2010. Os debates permearam questões críticas como a dificuldade de envolver a alta gestão como patrocinadora; unificação de base de dados garantindo consistência; definição de papéis e responsabilidades da TI e das áreas usuárias e uniformização de conceitos.



O que ficou claro é que soluções eficientes existem no mercado e são commodity. Resta aos gestores a definição da estratégia de entrada e conduzir a implantação da tecnologia para levar o aplicativo ao nível estratégico. Processos definidos configuram-se em outra questão importante na hora de implementar uma ferramenta de maneira eficiente.


"O segredo do BI está no data warehouse. Se você tiver um DW perfeito, tudo funcionará bem", opina Frederico Wanderley, CIO das Casas Bahia, que apresentou seu case no evento. A gigante varejista adotou um processo único para aproveitar dados corporativos. "Isso confere padrão às informações." Há seis anos a empresa roda uma ferramenta da Cognos. Atualmente, a companhia tem um terabyte de dados na ferramenta que analisa todas informações de negócio praticamente em tempo real. Máquinas robustas processam os cálculos durante 4h30 durante a madrugada para serem disponibilizados já no início do expediente das lojas.


A Casas Bahia explora muito as facilidades de cubo para acesso mais visual a apresentação dos dados. Informações consistentes suportando os cubos permitem aprofundar-se na análise, que vai desde contratos, serviços, tipos de venda, desempenho da loja virtual, entrega, bandeira do cartão de crédito usada e análise do crescimento de venda das lojas, por exemplo. Fred está há três décadas na companhia e, por conhecer bem a empresa e o negócio, pode enriquecer o uso do aplicativo.


Fora da zona de conforto:


Após abertura de capital, a Cyrela captou recursos e comprou terrenos, sua principal matéria-prima. "A questão aí era definir qual rumo seguir", recorda Rogério Pires, CIO da incorporadora que conduziu outro grupo de gestores de TI na discussão do tema. A companhia começou com um projeto de adoção da ferramenta mapeando processos e conectando três áreas cruciais para o negócio: terrenos, inteligência de mercado e vendas.


A expectativa do projeto era reunir tudo em uma única base de dados, cruzar informações e gerar cenários. A adoção demandou mexer nos processos e isso tirou funcionários da zona de conforto. Para resolver a questão, Pires envolveu as áreas de negócios, transformando-as em donas do projeto. Quinze pessoas, das três áreas e da TI, envolveram-se na iniciativa. Ao mesmo tempo em que analisavam qual ferramenta atenderia suas expectativas, a Cyrela construía seu data warehouse.


O nível de detalhamento culmina em mapas com informações de negócio que ajudam identificar pontos de empreendimento, terrenos viáveis, clientes em potencial; intercalando isso com dados do mercado e concorrência. Os benefícios verificados por Pires na adoção de uma ferramenta diminuíram o volume de relatórios e conferiria independência à área de TI, pois o usuário passaria a dono da informação.


por [Felipe Dreher]