Peter
Drucker, o pai da Administração moderna, define os termos da seguinte forma:
A
eficiência consiste em fazer certo as coisas: geralmente está ligada
ao nível operacional, como realizar as operações com menos recursos –
menos tempo, menor orçamento, menos pessoas, menos matéria-prima, etc…
Já
a eficácia consiste em fazer as coisas certas: geralmente está
relacionada ao nível gerencial.
Entendeu
porque a confusão? As definições são muito parecidas! As palavras praticamente
se repetem, apenas a ordem muda. Sendo assim, vamos aos exemplos para tentar
desenrolar o caso:
Imagine
um artesão antigo que faz sapatos, um sapateiro. Ele trabalha sob encomenda e
sozinho. Sabe o que fazer. Tem que comprar couro, cola e cordões e depois fazer
o sapato.
Qual
é a sua preocupação?
Ele
tem que ser eficiente, ou seja, deve fazer as coisas de forma certa com o menor
uso de recursos e tempo possível, tem que dominar o processo, ser habilidoso e
rápido. Isso é eficiência, fazer as coisas de forma certa. É diferente de
eficácia, que significa fazer com que as coisas certas sejam feitas.
Porém,
no caso do artesão, em virtude de trabalhar sozinho, eficiência e eficácia se
sobrepõem. O conceito de eficácia surge quando há divisão de tarefas entre
pessoas, quando aparece a possibilidade de se fazerem coisas que não sejam
importantes, que não sejam as coisas certas. E essas podem ser feitas com muita
eficiência.
Isso
é muito comum nas empresas: um funcionário fazendo, com extrema eficiência,
tarefas completamente inúteis, são os chamados “enxugadores de gelo”. E
é exatamente aí onde o papel do gerente se torna fundamental.
Como
assim? Eu explico, vamos ao segundo exemplo:
Imagine
que haja um vazamento de água no escritório da diretoria. O primeiro
funcionário, imediatamente corre atrás de um pano, de um balde e de um rodo
para retirar toda a água do ambiente. Ele foi eficiente, pois fez de maneira
certa o que deveria ser feito. Poucos tempo depois, o vazamento volta a alagar
a sala, e o nosso funcionário volta a correr atrás de um pano, de um balde e de
um rodo para retirar toda a água. Essa é a típica descrição de um enxugador de
gelo eficiente.
Por
outro lado, o segundo funcionário procurou observar toda a sala e tentar
encontrar a origem para o surgimento de tanta água, concluiu que vinha
exclusivamente do banheiro instalado dentro à sala. Uma vez lá dentro, percebeu
que a torneira estava aberta e simplesmente a desligou, eliminando todo o
problema de vazamento. Este funcionário foi eficaz, pois fez o que era certo
fazer para solucionar o caso. Ele pensou ANTES de executar.
No
caso do sapateiro, a probabilidade de ele se empenhar em fazer as coisas que
não são certas é mínima, pois seu universo de trabalho é muito simples; não há
divisão de tarefas; ele faz tudo. Não há necessidade de gerência, que surge
quando há separação ou distribuição de tarefas entre pessoas. Nesse caso, o
objetivo final, o resultado a ser alcançado pode não ficar bem nítido para
todos.
Resumindo,
a função do gerente, caso lhe perguntem, é levar as pessoas a fazer as coisas
certas (eficácia), com a maior eficiência possível (menor uso de recursos,
tempo, etc…)
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