BR&M Tecnologia

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Serviços Contábeis. Preço ou Valor?

Quanto você paga pelo preço de um quilo de café torrado e moído? Em uma pesquisa rápida pelos mercados podemos encontrar boas marcas sendo vendidas por R$ 10,40 o quilo. Por ser uma commodity, seu preço é definido pelo mercado, isto é, quanto maior a oferta, menor o preço – e vice-versa.

A precificação pelo mercado é característica típica de produtos e serviços que têm diversos fornecedores ofertando coisas muito parecidas. O consumidor, não percebendo a diferença entre os vários competidores, opta pelo de menor preço. Enfim, o preço é totalmente controlado pelo mercado.

Alguns produtores de café, no entanto, criaram diferenciais: embalagens, sabores, origens, grãos. Assim, é possível encontrar o quilo deste produto gourmet sendo comercializado por algo entre R$ 18,00 e R$ 30,00.

Neste caso, calcula-se o preço de custo para entrega do produto e aplica-se uma margem. Paga quem quer (ou pode). Enfim, a diferenciação aumenta o controle do preço por parte de quem produz.

Mas, quem pagaria mais de R$ 50,00 o quilo do café? Será que algum cafeicultor conseguiria prover um sabor tão diferente assim, a ponto de justificar um preço cinco vezes maior do que o produto básico?

Muitos de nós pagamos e nem percebemos. A Nespresso reinventou o cafezinho agregando valores intangíveis ao simples ato de servir uma bebida. O sabor é importante, mas, na realidade, compramos requinte, sofisticação, inteligência, humor, charme e elegância ao consumir as cápsulas de Nespresso. Isso é evidente em qualquer propaganda do produto. O valor emocional ficou tão forte que concorrentes tentaram criar produtos baratos, trazendo a competição para o preço e fracassaram vergonhosamente! Afinal, quem iria querer servir um café barato em seu escritório a um visitante ilustre?

Este é um caso no qual o controle de preço é dado pelo valor ofertado pelo fornecedor, e o cliente paga. Simples assim!

Resumindo, temos três modelos fundamentais para produtos e serviços: commodity (preço definido pelo mercado), diferenciação (preço determinado por custo e margem de lucro), alto valor agregado (preço controlado pelo fornecedor).

Recentemente, a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon) divulgou uma pesquisa realizada pelo Vox Populi sobre a avaliação de preços e serviços contábeis. Alguns resultados do levantamento podem ser utilizados para entender o comportamento das organizações da área quanto aos modelos de precificação.

Mais de 95% dos prestadores de serviços do setor informaram que não cobram de seus clientes valores adicionais por lançamento contábil ou fiscal, enquanto 87% igualmente menosprezam no cálculo de seus honorários o número de empregados no processamento de rotinas trabalhistas. Além disso, 81% sequer consideram o faturamento de seus clientes na composição do preço. Por fim, 75% não usam quaisquer critérios para diferenciar seus custos.

A análise destes números nos leva a concluir, com pouca chance de erro, que mais de 75% dos players do mercado de serviços contábeis no Brasil ainda competem meramente por preço. Obviamente, para estes, a oferta é comoditizada de forma que os valores se definem pelo mercado. Enfim, vence a competição quem pedir menos.

Até aí nada demais. Há empresas que se posicionam claramente em disputa por preço – e anunciam isto. O problema é que para ser um competidor de sucesso nesta categoria alguns requisitos são imprescindíveis, como escala, custos baixos e atuação nacional (ou global). É um mercado no qual, em geral, vencem os maiores em infraestrutura e investimentos.

Somente com os dados da pesquisa da Fenacon não é possível identificar, entre os outros 25%, que competem por diferenciação e quais apresentam estratégias de alto valor agregado baseadas na inovação em serviços.

Contudo, pesquisa que realizei aponta que apenas 10% das organizações contábeis oferecem seus serviços por meio de uso intensivo de tecnologia, usando-a além da simples automação das rotinas operacionais. Alguns apoiam seus clientes na seleção e implantação de sistemas ERP, outros utilizam software para auditoria de arquivos fiscais e uma pequena parte provê sistemas de apoio à gestão para seus clientes, integrando-os às operações fiscal, contábil e trabalhista realizadas no escritório.

No mundo atual até dá para inovar na prestação de serviços sem uso intensivo de tecnologia, mas são casos raríssimos! O caso da Nespresso deixa claro que inovação e tecnologia são coisas intimamente relacionadas. Mas cabe um alerta: a tecnologia é ferramenta para implantar um modelo de negócios inovador. Entretanto, sem uma boa estratégia de negócios não se promove alta agregação de valor.

Há um consenso no mercado: em um futuro não tão distante, pouquíssimos poderão competir por preço. Como em qualquer setor, vender assim é para os gigantes. Então, aos poucos o mercado se orienta à diferenciação e ao alto valor.

Sair de café de prateleira para produto gourmet e deste para Nespresso não é fácil. Exige mais do que boas intenções e trabalho duro. Sem inovação no modelo de negócios, por meio de técnicas de planejamento estratégico e gestão empresarial, esta missão torna-se apenas um sonho inspirado por frases de efeito.

Por outro lado, ficar parado esperando que o mercado valorize seus sonhos é viver um pesadelo diário. Enfim, uma das mais importantes lições do mundo empresarial deve ser entendida como um mantra: inove e venda valor ou prepare-se para competir por preço.

Fonte: Roberto Dias Duarte

sexta-feira, 19 de junho de 2015

52% dos profissionais já têm a possibilidade de trabalhar remotamente, diz pesquisa

O home office é assunto recorrente quando se fala no futuro do ambiente de trabalho. E parece que essa tendência se transforma cada vez mais em uma realidade por todo o mundo.

Segundo uma pesquisa realizada pela empresa fornecedora de chamadas de videoconferência Powwownow, 52% dos profissionais já têm permissão para trabalhar remotamente em suas companhias.

Com o objetivo de saber como as organizações tem se adaptado às mudanças em relação ao ambiente de trabalho, o levantamento envolveu 2 mil entrevistados. Desse total, 38% afirmaram que suas empresas não oferecem a flexibilidade do trabalho remoto, e 10% não souberam responder se teriam essa opção.

Além da redução de custos, a flexibilização nas formas de trabalho também pode ajudar a estimular a produtividade das equipes, fazendo com que elas tenham tantos resultados quanto se estivessem em um escritório fixo. E o estudo também mostra as principais vantagens de quem adere a essa tendência.

De acordo com a pesquisa, 46% dos profissionais afirmaram que o principal beneficio de trabalhar remotamente foi a redução de custos. Enquanto isso, 42% acreditam que o trabalho flexível permite ao colaborador ter seu próprio horário de trabalho e 39% mencionaram a redução de deslocamentos.

Outra vantagem seria a possibilidade de contratar talentos em outras cidades, segundo a opinião de 32% dos entrevistados.

E se engana quem pensa que o trabalho remoto afetaria a produtividade. Segundo 26% dos profissionais, trabalhar em casa causa menos distração que na empresa.

Ao serem questionados sobre como garantir sucesso em um regime de trabalho flexível, 24% dos colaboradores disseram que a chave é a comunicação, 23% citaram a tecnologia, 22,5% a boa gestão, 15% o suporte e 10,5% listaram que um treinamento eficaz seria ideal para que esse modelo funcione.

Fonte: INFO

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Kanban: como post-its podem transformar sua empresa

Entre muitas das formas de se medir e manter o desempenho de uma empresa, o sistema Kanban, mesmo sendo fortemente ligado às empresas de produção industrial, pode ser um eficaz medidor e gestor de desempenho para sua startup

Você certamente já conhece ou ouviu falar sobre o Kanban, certo? Trata-se simplesmente de um sistema genial que utiliza cartões (ou post-its coloridos) para indicar o andamento dos fluxos de produção em empresas, estimulando a produção e entrega das demandas. Kanban significa literalmente “placa visível”, e foi desenvolvida em 1953 por Taiichi Ohno. Foi aplicado inicialmente na Toyota com grande sucesso, e, a partir daí, ganhou fama, se espalhando pelo mundo.

Entre muitas das formas de se medir e manter o desempenho de uma empresa, o sistema Kanban, mesmo sendo fortemente ligado às empresas de produção industrial, pode ser um eficaz medidor e gestor de desempenho para sua startup. Os benefícios que os princípios do sistema kanban podem trazer para sua empresa são notáveis.

Mantendo-se informado

O kanban é um meio de controle de informação dos processos da sua empresa, pois ele entrega resultados com o mínimo de informações ao separar as necessárias das desnecessárias. Além disso, por ser em sua natureza um sistema dinâmico, ele estará sempre atualizado.

Estoque ou investimento

Nas grandes indústrias, o kanban controla o estoque ao produzir o necessário, diminuindo desperdícios e aumentando lucros. O estoque é controlado de acordo com os kanbans em circulação. Se a sua empresa não é uma indústria, os kanbans auxiliam você a ter um controle da saída do seu serviço e de como aperfeiçoar o processo de gestão da sua empresa. O kanban auxilia informando onde você deve ou não investir para potencializar seus lucros.

Engajamento

O sistema kanban traz para a sua empresa um engajamento por parte dos empregados ligados às áreas. O kanban impõe metas a serem cumpridas por um grupo de pessoas que vai se empenhar para atingir as metas, trazendo para empresa maior desempenho através de meios inovadores e práticos.

Aplicando o Kanban

O dinamismo do sistema kanban simplifica o mecanismo de administração do trabalho, através de: controle de estoque e investimento; controle de informações sempre atualizadas; e renovação da organização nos processos da empresa.

Para o sistema kanban ser aplicado no seu negócio, primeiramente todos os envolvidos no processo de produção e entrega do seu produto/serviço devem estar comprometidos em fazer o sistema funcionar realmente. É responsabilidade de cada um manter o painel escolhido sempre atualizado e completo.

O sistema tem como função avisar visualmente todos os envolvidos sobre a situação de cada demanda ou job da empresa. Logo, ele deve ser inserido em um lugar visível e acessível aos responsáveis pelo trabalho.

O Kanban irá indicar o que tem que ser feito/resolvido e em quais quantidades ou prazo. O sistema permite, assim, ações de programação de alterações no seu quadro de gestão.

Ao usar o sistema Kanban, você verá os problemas escondidos, atrasos e falhas em sua gestão, o que estimula a correção do problema. Ele ainda fomenta a realização de análises criativas e produtivas. O resultado? Soluções objetivas e a criação de um sistema de avaliação e melhoria contínua.

Parece exagero, mas o simples fato de as informações relevantes estarem visualmente disponíveis, através dos cartões coloridos, pode revolucionar o seu gerenciamento!

Fonte: Administradores