Você já se perguntou como as
organizações estão projetando suas áreas de Finanças para os próximos
anos?
Será que ainda existe espaço
para mais mudanças?
Há 9 anos sou Headhunter
especializado em Finanças, área em que iniciei minha carreira. Meu dia-a-dia é
conversar com executivos e estou sempre atento às suas tendências e
perspectivas dessa área, que até pouco tempo atrás era considerada
meramente como área de suporte, mas que a cada dia vem se tornando essencial
para os negócios.
Compartilho aqui alguns
insights sobre qual será o papel do executivo financeiro do futuro e como as
grandes organizações já estão moldando suas áreas.
Para atuar em Finanças, até
pouco tempo atrás, era fundamental apenas possuir sólidos conhecimentos
técnicos: normas Contábeis, Tributárias, gestão de Custos e/ou rotinas da
Tesouraria.
Claro que hoje essa
necessidade continua presente, mas outras componentes se tornaram muito mais
importantes.
Ter uma sólida base
técnica se tornou uma premissa básica
Sem essa base, o
profissional sequer é considerado para uma contratação, promoção ou mesmo para
se manter em uma organização.
As mudanças que ocorreram
nesses últimos anos estão relacionadas com a forma de desempenhar
essas atividades tradicionais da área Financeira. Três fatores
importantes permitiram essas mudanças:
- Automatização do Processos Internos e da Gestão da Informação;
- Aplicação de Novas Tecnologias nas organizações;
- Implementação de Novas Metodologias de Gestão.
O que isso significa na prática? As atividades tradicionais de finanças foram mapeadas, automatizadas e muitos processos internos foram inseridos em sistemas integrados de gestão, trazendo como consequência um ganho significativo de produtividade, mas em contrapartida uma redução também significativa no quadro de funcionários das organizações.
Por exemplo, antigamente eram
necessários alguns longos dias de um departamento todo para realizar um
fechamento contábil mensal (se fosse o fechamento anual, esses dias seriam
ainda mais longos…)
Hoje essa realidade é bem
diferente, um processo de fechamento já é realizado logo nos primeiros dias
úteis do mês, mesmo em empresas com maior complexidade.
Essa transformação não
significa que as atividades tradicionais tenham deixado de ser importantes,
significa apenas que elas deixaram de ser o foco principal.
O tempo que era dedicado às
tarefas operacionais, que não agregam valor à organização, passou a ser
direcionado para atividades de análise, interpretação das informações e
projeções de cenários futuros.
O foco hoje é direcionar o
papel da área Finanças para um perfil mais estratégico, que dê apoio ao
negócio, atuando como parte integrante dele e não mais como um departamento
separado, que observa tudo de longe, através dos números e planilhas.
Percebemos também que a
quantidade de profissionais com funções mais operacionais vem diminuindo
consideravelmente nas organizações, é uma atividade em extinção!
Essa diminuição é causada por
conta dos processos de otimização, que podem ser feitos internamente,
através da descentralização e consolidação das atividades transacionais em
centros que atendam toda a organização (ex: Centros de Serviços
Compartilhados). Essas equipes também podem ser transferidas para estruturas
externas, seja dentro da organização (mas em outros países, como Índia ou
países da América Central, por exemplo) ou fora da organização (em empresas de
Outsourcing).
Em contrapartida, os
profissionais com perfil mais estratégico estão sendo cada vez mais demandados
pelas organizações, e também já estão recebendo tratamentos diferenciados: seus
pacotes de remuneração chegam a ser, em média, 25% superiores a de
outros profissionais no mesmo nível hierárquico, mas que atuam em funções mais
operacionais na área financeira.
O perfil ideal para essa
função estratégica é aquele que possui bons
conhecimentos técnicos, mas que também apresenta visão generalista e boa
interação com o negócio.
Por estar em uma área com amplo
acesso a informações, ele entende quais são as principais necessidades da
organização e se envolve simultaneamente com todas as áreas,
ajudando a desenvolver projetos específicos através de sua visão analítica.
Esse profissional também atua
como ponte entre áreas distintas (aproximando Marketing com Engenharia,
Vendas com Produção, e por aí vai…), deixando de ser responsável apenas pela
apuração dos resultados, passando a ser co-responsável por eles e
colaborando para que as metas globais sejam atingidas - não apenas suas metas
individuais.
- O que você está fazendo para se aproximar desse perfil estratégico?
- O que sua organização está em busca quando recruta um novo colaborador?
Autor: Fernando Paiva (Headhunter com foco nas áreas de Finanças)
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