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sexta-feira, 8 de abril de 2016

O que faz os líderes tomarem resoluções apressadas e equivocadas.


Quando uma pessoa inicia qualquer programa de aprimoramento profissional sua chance de sucesso aumenta dramaticamente se ela for constantemente incentivada. Foi isso que Jack Zenger e Joseph Folkman, respectivamente CEO e presidente da consultoria Zenger/Folkman constataram, tempos atrás, após encomendar algumas pesquisas sobre o tema motivação.

Por que então não criar um programa de liderança baseado em incentivo? Parecia perfeito. Jack e Joseph desenvolveram um software, digamos, motivacional. Um incentivador online. As pessoas digitavam seus objetivos e o software lhes enviava mensagens semanais ou mensais lembrando seus objetivos, perguntando como estavam se saindo e lançando frases de incentivo, encorajando-as a seguir em frente. A dupla investiu muito tempo e dinheiro nisto.

Em artigo escrito para a Harvard Business Review, Jack e Joseph contam que o negócio foi por água abaixo. As pessoas achavam que o software era mais irritante do que motivador. Não demorou para o aplicativo ganhar o apelido de "nagware" (algo como um "software pé no saco"). O produto corria o sério risco de nunca alcançar o potencial desejado pelos investidores. Teve um fim rápido. Refletindo sobre as causas desse fracasso de mercado, a dupla foi destrinchando todo o processo que culminou na decisão de lançá-lo. E então teve outra ideia, a de começar uma pesquisa para tentar responder a seguinte questão: o que faz as pessoas bem intencionadas tomarem decisões pobres, apressadas e equivocadas?".

Algumas respostas vieram imediatamente à tona: pressão para lançar rapidamente um serviço ou produto, falta de acesso a importantes informações... Mas Jack e Joseph queriam algo mais objetivo. Eles investigaram dados de avaliação 360º de 50 mil líderes e compararam o comportamento daqueles que eram tidos como "tomadores" de decisões desastradas com outros que eram reconhecidos como tomadores de boas resoluções. Do estudo, emergiram, alguns fatores que explicam (ou pelo menos tentam explicar) os caminhos para uma tomada de decisão pobre, apressada e equivocada. Acompanhe:

Preguiça

É o pacote que inclui falhas ao checar fatos, tomar iniciativas, confirmar suposições ou reunir informações adicionais. Basicamente, pessoas com este perfil são reconhecidas pelos colegas como negligente com o trabalho. E costumam se basear em experiências do passado para tomar decisões no presente. São aqueles que esperam que os resultados de agora sejam simplesmente uma extensão do que ocorreu em outros tempos.

Não prever eventos inesperados

Um clássico das tomadas de decisões equivocadas. Muitos líderes assumem que o pior não irá acontecer. Mas um aviso: coisas ruins acontecem. Mercados encolhem, empresas quebram, preços sobem (ou caem) ... Há pessoas que ficam tão excitadas com a decisão que estão tomando que simplesmente não encontram (ou não querem encontrar) tempo para fazer a necessária e clássica diligência em seus projetos. Zelo é uma importante ferramenta para a tomada de decisões.

Indecisão

Diante de uma complexa decisão baseada em mudanças constantes de cenário, há dois caminhos a seguir. 1) estudar o assunto, escarafunchar referências sobre o tema, ouvir especialistas e 2) procrastinar ou empurrar com a barriga e atrasar a resolução. Os maus tomadores de decisão escolhem esta e, em muitos casos, perdem oportunidades de negócios. Muitas vezes a indecisão é pior do que tomar a decisão errada. Aqueles paralisados pelo medo acreditam que um erro pode arruinar suas carreiras. E evitam qualquer tipo risco.

Apego ao passado

Algumas pessoas tomam decisões erradas porque se agarram aos velhos instrumentos de sempre, às mesmas fontes de informação, aos mesmos processos que sempre usaram para chegar a uma conclusão. Experiência e referências são importantes, mas nem sempre resolverão o dilema atual.

Dependência

Algumas decisões nunca são tomadas porque uma pessoa espera por outra, que espera por outra... Bons tomadores de decisões encontram um caminho para agir independentemente quando necessário.

Isolamento

Alguns líderes falham nas decisões porque não têm acesso irrestrito a uma rede de pessoas internas e externas, que possam lhe ajudar. As pesquisas de Jack e Joseph mostram que decisões efetivas quase sempre envolvem outras pessoas com conhecimento relevante sobre o tema. O isolamento pode ocorrer pela pura falta de tato de alguns líderes mas também porque alguns deles não querem dividir o crédito de uma eventual "boa" decisão.

Falha na comunicação

Algumas boas decisões se tornam más decisões porque as pessoas não as entendem. Comunicar bem uma decisão - explicando sua lógica e suas implicações - é fundamental para o sucesso de sua implementação.

Não ter alinhamento estratégico

Sabe aquele sujeito que guarda o projeto para si (o dono da bola) e não o encara como parte de uma estratégia maior da empresa? Pois é. O risco de sua decisão ser errada é enorme.

Centralização

Empresas são muito complexas e mesmo os melhores líderes não tem conhecimento técnico suficiente para entender completamente assuntos multifacetados. Ouvir e delegar é, portanto, uma sábia atitude - que evita o risco de decisões desastradas.

Fonte: ÉPOCA Negócios




 

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