Empresas brasileiras de pequeno porte
gastam o equivalente a 3,53% do seu faturamento somente com estrutura e equipe
de funcionários que cuidam do processo de apuração de impostos a serem
recolhidos. Para as médias empresas, o impacto é de 0,48% e, para as grandes,
de 0,2%, segundo pesquisa inédita da consultoria Deloitte.
Denominada “Compliance tributário no Brasil – As estruturas das
empresas para atuar em um ambiente complexo”, a pesquisa ouviu 124 líderes da
área fiscal de empresas nacionais e multinacionais. Foram consideradas de
pequeno porte empresas com faturamento de até R$ 100 milhões. As de médio porte
são aquelas com resultados de R$ 100 milhões a R$ 1 bilhão e, de grande porte,
acima desse montante.
Compliance, segundo Marcelo Natale, sócio da Deloitte e responsável
pela pesquisa, se refere ao tempo de atividade que empresas e cidadãos dedicam
para cumprir requisitos fiscais e tributários previstos em lei.
“Críticas ao sistema tributário brasileiro e aos altos impostos são
comuns, mas esta é a primeira vez que uma pesquisa mostra quanto custa para a
empresa cumprir as obrigações, que também representa parte importante do
chamado Custo Brasil”, afirma ele.
Natale destaca o maior impacto para as pequenas empresas, cujo custo
para manter uma equipe de profissionais na área consultiva tributária “equivale
a recolher um tributo adicional”.
Só a participação do custo da área consultiva tributária sobre o
faturamento desses grupos é de 1,81%, em média. “O PIS, por exemplo, equivale a
1,65% do faturamento.” O pessoal voltado para a área operacional custa mais
1,72% do faturamento.
Gerente
Segundo a pesquisa que será divulgada nesta segunda-feira, 27, apesar
do alto grau de complexidade do sistema tributário brasileiro, que exige atuação
de profissionais qualificados, normalmente o pessoal que atua nessa área tem
posição hierárquica inferior ao de outros países.
Em 67% das empresas, o cargo máximo para profissionais da área de
compliance é de gerente. “Em outros mercados, como Estados Unidos e Europa,
muitas empresas têm um vice-presidente para a área tributária, o que confere
mais influência e poder de decisão para esse profissional na estratégia da
organização”, constata a Deloitte. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
Por
Cleide Silva | REVISTA EXAME
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