Alguns pontos podem ajudar a fazer muito sucesso no
novo ano, como usar algumas competências e ampliar esforços em áreas
estratégicas
Ano passado eu disse que o mercado brasileiro iria
ficar igual ou andar um pouco para trás em 2013, comparado a 2012. Não errei. E
disse que quem fosse muito competente cresceria duplo dígito. Também não errei.
Vou falar do que acho que vai ajudar sua marca a ser bem-sucedida em 2014 aconteça o que acontecer. Melhor nos prepararmos para um ano duro. Então vamos lá! Depois de ver mais de 50 sites falando de tendências de varejo, selecionei cinco pontos para apresentar. Quais são as cinco direções em que você deve investir sua energia e recursos ano que vem?
1. O novo marketing é educação
Estamos falando de conteúdo. Marketing foi a
ciência da administração que mais mudou nos últimos anos. O cliente exigiu.
Ninguém aguenta e nem se sensibiliza mais por um monte de preços estridentes
num anúncio que depois de 20 segundos não se sustenta em nenhuma mente do mundo
atual. Chega de “ligue djá”. Varejo competente não faz mídia convencional, educa o cliente. Inspira. Mostra como usar, dá dicas, facilita sua rotina, agrega conhecimento.
Vale para shoppings que ainda gastam dinheiro com
mídia convencional irrelevante e não cuidam do que faz o cliente voltar (é a
competência de quem o atende que o faz voltar). Trocar verba de marketing
convencional por educação é uma Escolha de Sofia – mas quem já experimentou não
volta atrás.
Eduque o cliente. O varejista tem um outdoor permanente pelo qual ela já paga todo mês: a loja. Comunique e eduque na loja. Parede, cartazes, vendedores especialistas. O que não for para educar, é spam. O cliente zapeia, não curte, desliga, deleta e dispensa.
O que for educação, ele conta pros amigos e ainda
inspira o amigo a ir à loja aprender também.Eduque o cliente. O varejista tem um outdoor permanente pelo qual ela já paga todo mês: a loja. Comunique e eduque na loja. Parede, cartazes, vendedores especialistas. O que não for para educar, é spam. O cliente zapeia, não curte, desliga, deleta e dispensa.
2. O competente é diferente
Fazer coisas especiais para equipes e clientes
garante um patrimônio maravilhoso para quem é de varejo. Eu sei, está muito difícil achar gente boa. O mundo é assim e eu faço consultoria há vinte anos e – todas as vezes que eu falo com um grupo de varejistas – eles me falam isso. Agora ficou um pouquinho mais difícil. Pois bem, então o esforço tem de ser maior. O dono de negócio tem de dedicar tempo para procurar gente boa. Garimpar e encontrar.
Se você quer gente especial na sua equipe tem de
fazer coisas especiais... Se você faz apenas o que todo mundo faz só vai
conseguir gente comum, daquelas que todo mundo tem...
Depois, é treinar. Fazer tudo o que seja necessário
para capacitar a equipe e mantê-la com o ânimo ativado. Pronto? Não. Agora que você entendeu que equipe é fundamental e que o cliente não aceita a desculpa de que você não consegue gente boa, pense que, nos Estados Unidos, as marcas que valorizam mais a equipe do que o dono crescem dez vezes mais do que as 500 maiores.
A pergunta que não quer calar é: O que apenas a sua
marca faz para o cliente? Pode ser produto ou algum serviço especial. Mas
precisa ser especial. E especial é competente e diferente. Senão sua marca vai
cair na guerra de preços e aí ninguém consegue ganhar.
3 O design tem de ser mutanteDesign é a área na qual o investimento do varejo retorna mais rapidamente. Um design maravilhoso atrai clientes maravilhosos. Mas isso é suficiente? A maior mudança que a internet fez na cabeça dos clientes foi a sensação, senão a certeza, de que tudo pode ser mudado a qualquer hora. É só pensar na última vez que você navegou no seu site de notícias: ele muda a toda hora.
E o cliente espera o mesmo do seu site, da sua
loja. Sua vitrine muda a cada dois meses? Não é suficiente. Difícil? No digital
é muito mais fácil. Um designer, convicção e histórias novas para contar.
No analógico é trocar arquitetura por cenário. E
pronto. De vez em quando rasgo tudo, jogo fora e o cliente volta a ser atraído
pela loja. Luz, tinta, adesivos de parede, móveis que caminham, temas... tudo
efêmero. Você pode fazer. Um galão de tinta e boa vontade podem ser
suficientes. Ouse, arrisque. O cliente vai voltar a prestar atenção em você.
4. Os pontos de contato têm de ser uau
Há uns 20 anos o guru de negócios Tom Peters, num
acesso de ira, disse: “Quem disser que o mundo só vai consumir em lojas daqui a
15 anos é idiota”. Continuou: “Quem disser que o mundo só vai consumir on-line
é idiota também”. E finalizou: “E quem disser que sabe prever o que vai
acontecer é mais idiota ainda”. Hoje eu digo: ainda não sei o que vai
acontecer... Todo mundo achou que o consumo migraria para a internet. Aconteceu. Não todo mundo, não tudo, mas tem um monte de gente comprando. Vieram os tablets, mais gente passou a comprar on-line. Vieram os smartphones. E o pessoal não compra muito por lá. Mas pesquisa, e compra no tablet.
Que o mundo do varejo tem de disponibilizar
produtos e serviços em todos os canais todo mundo sabe. O certo também é que
não dá para evitar a loja. Nos Estados Unidos, os consumidores acima de 60 anos
estão se sentindo abandonados pelo varejo. “Justamente agora que eu tenho tempo
e dinheiro para gastar, vocês tiram a atração da loja onde eu adoro ir?” Coroas
malucos? Não. Clientes apenas.
Eu? 58 anos. Sou fanático por tecnologia. Tenho
três computadores, três celulares, três tablets, muitas baterias. Sei o que e
como comprar. Quando vou comprar mala ou carteira prefiro ir à loja. Quase
nunca compro on-line. Por quê? Vai explicar o porquê. Não há meios. O cliente é
maluco! Eu sou, tu és, ele é! Ele quer comprar onde ele quiser. Ele é a tribo
de um que a marca tem de satisfazer. Mais que isso: garantir que vai gerar
vontade de nunca mais ir embora.Pra isso temos de pensar no benefício de ter muitos canais. Mais importante: cada canal precisa gerar uma experiência coerente com o posicionamento da marca. E com muito uau! Senão a reputação vai embora e o cliente só irá comprar no seu site pelo preço.
Esse é maior problema do e-commerce. O cara compara
preços.
5. A tecnologia é telepatia
Tecnologia saiu da retaguarda para a frente da
loja, definitivamente. Era controle, virou atração e manutenção de clientes.
Tenho certeza de que o executivo de TI vai parar de reportar para o cara de
finanças e passar a se reportar para a área de marketing nos próximos anos.
Caso contrário, ele vai continuar passando a maior
parte do tempo fazendo sistemas de controle e não usando o conhecimento para
atrair e manter clientes.
O maior segredo de qualquer negócio inteligente e
com foco do cliente é descobrir como ele gosta de comprar. Quem faz isso? É o
vendedor. Telepata? Não! Atento, curioso e carinhoso.
Não é o big data. Não o data mining. Eles servem
para registrar o dado e multiplicar para quem possa usar. Se a marca usar o
banco de dados de maneira eficaz, vai registrar o que o cliente gosta de
comprar, o jeito que gosta de ser atendido, o que sente falta... Usar bem o que
temos em nossos softwares atuais é muito mais importante do que comprar outros
softwares. Pendência ou tendência? Claro, pendência.
Por Edmour Saiani
Excelente materia. Vale uma reflexão.
ResponderExcluirRealmente merece uma reflexão, o varejo é mutante e depende de pessoas atentas a esta mudanças. Excelente matéria.
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