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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Sete passos para desenvolver a resiliência profissional.

Ser mais resiliente é fundamental para enfrentar os desafios pessoais e profissionais

Saber atuar sob pressão, responder rapidamente em momentos de crise, demonstrar criatividade e encontrar soluções, mesmo com poucos recursos, não são tarefas fáceis. Mas hoje, mais do que nunca, é justamente este perfil de profissional que o mercado de trabalho valoriza.

Para quem não sabe, as citadas acima são algumas características da resiliência, um conceito que vem da física e que está tão em alta. Originalmente, a resiliência se refere à capacidade que alguns materiais têm de acumular energia quando submetidos à pressão e, depois de absorver o impacto, voltar ao estado original sem deformação, como se fosse um elástico.

No comportamento humano, a resiliência é a habilidade de se adaptar e superar adversidades, situações estressantes. Isso de forma saudável, construtora, sem ser afetado por elas de modo negativo, permanente. Em outras palavras, uma pessoa resiliente é aquela que:

- Tem energia e disposição para enfrentar dificuldades em vez de se deixar abater;

- É capaz de atuar com competência, mesmo sob forte pressão;

- Antecipa crises, prevê obstáculos e se prepara para lidar com eles;

- Tem atitudes positivas, realistas e firmeza de objetivos;

- Recupera-se mais rapidamente após sofrer revezes e não muda sua essência depois de passar por experiências difíceis.

Desenvolver a resiliência é fundamental para enfrentar os desafios pessoais e profissionais. E também para ser bem-sucedido profissionalmente, uma vez que a pressão por resultados, as mudanças e as crises são constantes.

No mundo atual, quanto mais resiliente for o profissional, maior será sua vantagem competitiva. E maior será sua capacidade de lidar com tudo isso e ainda manter ou aumentar seu bem-estar, além de encontrar mais satisfação.

Confira 7 passos para você elevar a resiliência:

1) Mantenha o foco no futuro. Olhe para frente e não se prenda ao passado.

2) Mantenha-se motivado. Lute por seus sonhos e objetivos. Quem trabalha por seus ideais não tem tempo para chorar mágoas.

3) Invista em seus relacionamentos. Eles são uma grande fonte de apoio e de encorajamento.

4) Mude o hábito de colocar defeito nas coisas e de ver apenas o que as pessoas têm de pior. Combata o costume de ter uma opinião formada sobre tudo.

5) Redescubra as coisas que lhe dão prazer. Fique atento as suas necessidades. Cuide de sua mente, de seu corpo e de sua saúde.

6) Fique atento às necessidades dos outros. Contribuição e compaixão aumentam a resiliência.

7) Resiliência não é rejeitar ou ignorar as emoções negativas, mas apenas não permitir que elas controlem você. Fique atento!

Fonte: Digital Network

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Aprenda a identificar seus gastos supérfluos.



“Ano novo, vida nova!” é o que todos nós dizemos nesta época do ano, não é mesmo? Para 2016, por exemplo, já defini algumas metas para minha vida, principalmente quando o assunto se refere às finanças. Uma delas, por sinal, está relacionada com o que eu os ensinarei hoje: como identificar os gastos supérfluos? Esta pergunta pode ter várias respostas, porém ela é mais simples do que parece. Primeiro, vamos entender o que são gastos supérfluos e como eles nos assombram no fim do mês.

Gosto de definir os gastos supérfluos de uma maneira rápida e direta: são despesas que temos no decorrer do nosso dia a dia, que não são realmente necessárias. Mas, nem sempre, eles estão tão escancarados na nossa frente, e encontrá-los no meio das contas no fim do mês pode exigir certo esforço. Para isto, vou contar a vocês algumas dicas que eu sigo:
Ter um objetivo claro e preciso

Não adianta se prender a um objetivo vago, como “vou economizar dinheiro neste ano”. Seja o mais direto que puder consigo mesmo. Metas claras e precisas são mais eficazes por serem mensuráveis. Para o nosso caso, lidar com números é mais simples do que com desejos. Quando você consegue ver o progresso, fica mais fácil de saber o momento certo de tomar atitudes.
Antes de pagar suas contas, pague você mesmo

Naturalmente, todos nós temos o hábito de pagar nossas contas antes de qualquer outra coisa, no começo do mês. O que parece um hábito comum, pode ser prejudicial. Por isso, eu recomendo que você separe o dinheiro para suas metas antes de começar a conferir os boletos mensais. O motivo é bem prático: quando você garante a quantia que você pretende investir ou reservar para o futuro, você aprende a se adaptar com menos, e assim, identifica hábitos e compras consideradas supérfluas.
Um olho no prato, outro na carteira

No nosso dia a dia, consumimos muito com alimentação, quase sempre sem se dar conta. Você já colocou no papel quanto gasta com almoços, lanches e outras refeições, principalmente fora de casa? Muitas vezes, não sentimos uma diferença grande, mas quando o fim do mês bate na porta, ele cobra seu preço. Dê preferência para as refeições caseiras quando possível, e você verá a economia que pode fazer.
O lazer é importante, mas…

Vamos ser sinceros: você realmente precisa sair todos os fins de semana? E aquele plano de TV a cabo com 300 canais (que você não conhece nem a metade)? Seja sincero com você mesmo, e descubra o que realmente é necessário para se divertir e relaxar. Deixar de ir ao barzinho com a turma sempre, também, não é a solução. Neste ponto, minha dica é a seguinte: você deve saber a hora de poupar, e a hora de gastar — sempre com equilíbrio!
Depois de algum tempo, você deve chegar a uma conclusão como a que e cheguei: não existe uma fórmula secreta. Cada um conhece a sua rotina, e sabe onde pode economizar, evitando gastos supérfluos. Para isso, antes de tudo, precisamos de autoconhecimento!
 
Fonte: Professores do Sucesso

sexta-feira, 15 de abril de 2016

10 carreiras que são quase imunes à crise









 

 
 
 
 
Mesmo em época de corte de custos, alguns profissionais continuam sendo requisitados pelo mercado de trabalho

Não importa a que setor pertençam, os profissionais quase sempre ficam desanimados e temerosos quando ouvem falar em crise financeira. Não é preciso ser especialista para perceber que o crescente desemprego e desaceleração do mercado são intensificadas em períodos de crise.

Entretanto, algumas carreiras tendem a sofrer menos com os impactos gerados nesses períodos. A Exame fez um levantamento junto a especialistas de diversas consultorias de recrutamento para elaborar uma lista com profissões que se mostram resistentes às consequências negativas da crise.

O Administradores.com elencou 10 carreiras que se mantêm estáveis e continuam contratando profissionais em tempos de instabilidade econômica. Confira:

1) Controller ou gerente de controladoria


Esse é profissional que está na "vice-presidência" do departamento financeiro. Ele é o responsável por controlar atividades ligadas a áreas de planejamento e controle das finanças da empresa, como também pela projeção e coordenação de projetos. O motivo para que o profissional continue sendo requisitado pelas empresas, principalmente do setor da indústria, é que ele ajuda a controlar gastos e traz indicadores de eficiência financeira. Desta maneira, o trabalho exercido pelo controller é definitivo para a empresa que passa por instabilidades financeiras, pois estará a frente de importantes decisões estratégicas.

2) Profissional de auditoria e controles internos


Seu papel na empresa é basicamente identificar e prever riscos, propondo alternativas para minimizar impactos. De acordo com o especialista Rodrigo Miwa, sócio da Hound, o trabalho do profissional é relevante em tempos de retração do mercado pois é ele que maximiza a relação entre custo e benefício para manutenção do funcionamento da empresa.

3) Gerente de risco


Gerenciando processos financeiros, vendas e geração de receita, o papel exercido pelo gerente de risco, desde seu nome, é de grande importância para a empresa que passa por períodos de instabilidade econômica. Neste contexto, geralmente o profissional ganha papel de destaque na gestão e acompanhamento de finanças.

4) Gestor de projetos e processos


Em épocas de crise econômica, as empresas buscam profissionais especializados no gerenciamento de projetos para economizar o máximo de tempo e, principalmente, dinheiro. O gestor de projetos e processos é responsável por reavaliar processos internos para garantir cumprimento de prazos e objetivos. Além disso, ele também pode exercer a função de consultor externo da empresa.

5) Analista ou supervisor de custos


Exercendo a função de promover e gerenciar o melhor rendimento de processos, visando a redução de custos, o analista ou supervisor de custos também é um profissional requisitado por empresas em tempos de crise para comandar a administração de finanças e evitar gastos exacerbados.

6) Profissional de vendas e novos negócios


Apesar de parecer contraditório, o profissional de vendas e novos negócios é um dos que sabem lidar bem com a crise. Como seu papel é expor a empresa e seus produtos ao mercado, sua função é fundamental para gerar receita para a empresa, fechar novos negócios e atrair clientes. O especialista Paulo Dias, diretor de recrutamento da consultoria STATO, explica que o papel do vendedor é o de manter um negócio ativo e lucrativo em um cenário instável. Características fortes, como carisma, pró-atividade, liderança, destacam o profissional em um meio instável e competitivo.

7) Consultor de shipping ou exportação


Segundo o especialista Rodrigo Maranini, da Talenses, a alta do dólar, apesar de ter desagradado muitos brasileiros, beneficiou alguns setores, dentre eles o de exportação de produtos, como borracha e grãos. Neste cenário, o consultor de exportação assume responsabilidades ligadas ao processo de vendas para o exterior, resolvendo burocracias e estando a frente da logística. Existe uma crescente demanda por profissionais qualificados na área, com fluência em inglês e pensamento amplo estratégico.

8) Consultor de projetos em logística


A maneira que as pessoas da atualidade consomem não é a mesma que a de anos atrás. Essa mudança gerou impacto para o mercado de logística, que teve que se adaptar a novos costumes dos consumidores, que se tornaram globais, remotos e complexos. Desta forma, surge o consultor de projetos em logística, que fica responsável por repensar a forma que as mercadorias são entregues aos clientes para evitar prejuízos, aumentar a produtividade e intensificar o fluxo produtivo da empresa.

9) Gerente geral de e-commerce para varejo


Na era digital, o número de investidores e consumidores do e-commerce vem crescendo exponencialmente. No momento, o grande desafio do varejo online é a rentabilidade. Assim, a função do gerente geral de e-commerce para varejo é assegurar lucros para a empresa e prevenir prejuízos na operação.

10) Gerente de compliance


O trabalho exercido pelo gerente de compliance garante transparência nas transações e que estejam sendo feitas em regularidade com as leis e normas internas da empresa. Por conta de sua relação mais direta com o contexto político, o profissional fica mais independe da situação do mercado econômico. A especialista Natasha Patel, diretora da Hays, explica que desde 2014 vem crescendo a demanda por esses profissionais no mercado, principalmente no setor financeiro e também de indústrias farmacêuticas e de biotecnologia.

Fonte: Administradores

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O que faz os líderes tomarem resoluções apressadas e equivocadas.


Quando uma pessoa inicia qualquer programa de aprimoramento profissional sua chance de sucesso aumenta dramaticamente se ela for constantemente incentivada. Foi isso que Jack Zenger e Joseph Folkman, respectivamente CEO e presidente da consultoria Zenger/Folkman constataram, tempos atrás, após encomendar algumas pesquisas sobre o tema motivação.

Por que então não criar um programa de liderança baseado em incentivo? Parecia perfeito. Jack e Joseph desenvolveram um software, digamos, motivacional. Um incentivador online. As pessoas digitavam seus objetivos e o software lhes enviava mensagens semanais ou mensais lembrando seus objetivos, perguntando como estavam se saindo e lançando frases de incentivo, encorajando-as a seguir em frente. A dupla investiu muito tempo e dinheiro nisto.

Em artigo escrito para a Harvard Business Review, Jack e Joseph contam que o negócio foi por água abaixo. As pessoas achavam que o software era mais irritante do que motivador. Não demorou para o aplicativo ganhar o apelido de "nagware" (algo como um "software pé no saco"). O produto corria o sério risco de nunca alcançar o potencial desejado pelos investidores. Teve um fim rápido. Refletindo sobre as causas desse fracasso de mercado, a dupla foi destrinchando todo o processo que culminou na decisão de lançá-lo. E então teve outra ideia, a de começar uma pesquisa para tentar responder a seguinte questão: o que faz as pessoas bem intencionadas tomarem decisões pobres, apressadas e equivocadas?".

Algumas respostas vieram imediatamente à tona: pressão para lançar rapidamente um serviço ou produto, falta de acesso a importantes informações... Mas Jack e Joseph queriam algo mais objetivo. Eles investigaram dados de avaliação 360º de 50 mil líderes e compararam o comportamento daqueles que eram tidos como "tomadores" de decisões desastradas com outros que eram reconhecidos como tomadores de boas resoluções. Do estudo, emergiram, alguns fatores que explicam (ou pelo menos tentam explicar) os caminhos para uma tomada de decisão pobre, apressada e equivocada. Acompanhe:

Preguiça

É o pacote que inclui falhas ao checar fatos, tomar iniciativas, confirmar suposições ou reunir informações adicionais. Basicamente, pessoas com este perfil são reconhecidas pelos colegas como negligente com o trabalho. E costumam se basear em experiências do passado para tomar decisões no presente. São aqueles que esperam que os resultados de agora sejam simplesmente uma extensão do que ocorreu em outros tempos.

Não prever eventos inesperados

Um clássico das tomadas de decisões equivocadas. Muitos líderes assumem que o pior não irá acontecer. Mas um aviso: coisas ruins acontecem. Mercados encolhem, empresas quebram, preços sobem (ou caem) ... Há pessoas que ficam tão excitadas com a decisão que estão tomando que simplesmente não encontram (ou não querem encontrar) tempo para fazer a necessária e clássica diligência em seus projetos. Zelo é uma importante ferramenta para a tomada de decisões.

Indecisão

Diante de uma complexa decisão baseada em mudanças constantes de cenário, há dois caminhos a seguir. 1) estudar o assunto, escarafunchar referências sobre o tema, ouvir especialistas e 2) procrastinar ou empurrar com a barriga e atrasar a resolução. Os maus tomadores de decisão escolhem esta e, em muitos casos, perdem oportunidades de negócios. Muitas vezes a indecisão é pior do que tomar a decisão errada. Aqueles paralisados pelo medo acreditam que um erro pode arruinar suas carreiras. E evitam qualquer tipo risco.

Apego ao passado

Algumas pessoas tomam decisões erradas porque se agarram aos velhos instrumentos de sempre, às mesmas fontes de informação, aos mesmos processos que sempre usaram para chegar a uma conclusão. Experiência e referências são importantes, mas nem sempre resolverão o dilema atual.

Dependência

Algumas decisões nunca são tomadas porque uma pessoa espera por outra, que espera por outra... Bons tomadores de decisões encontram um caminho para agir independentemente quando necessário.

Isolamento

Alguns líderes falham nas decisões porque não têm acesso irrestrito a uma rede de pessoas internas e externas, que possam lhe ajudar. As pesquisas de Jack e Joseph mostram que decisões efetivas quase sempre envolvem outras pessoas com conhecimento relevante sobre o tema. O isolamento pode ocorrer pela pura falta de tato de alguns líderes mas também porque alguns deles não querem dividir o crédito de uma eventual "boa" decisão.

Falha na comunicação

Algumas boas decisões se tornam más decisões porque as pessoas não as entendem. Comunicar bem uma decisão - explicando sua lógica e suas implicações - é fundamental para o sucesso de sua implementação.

Não ter alinhamento estratégico

Sabe aquele sujeito que guarda o projeto para si (o dono da bola) e não o encara como parte de uma estratégia maior da empresa? Pois é. O risco de sua decisão ser errada é enorme.

Centralização

Empresas são muito complexas e mesmo os melhores líderes não tem conhecimento técnico suficiente para entender completamente assuntos multifacetados. Ouvir e delegar é, portanto, uma sábia atitude - que evita o risco de decisões desastradas.

Fonte: ÉPOCA Negócios




 

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A ciência da Contabilidade dá um grande salto tecnológico.

Passados quase dez anos desde que foi criado por decreto, em janeiro de 2007, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que unifica a recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos da escrituração contábil e fiscal, obrigou empresas em atividade em todo o País a se adequarem a leis, normas e regulamentos internos e do Fisco.

Também diminuiu o uso de toneladas de papel ao transferir obrigações acessórias e informações para o ambiente digital, fruto do salto tecnológico e de uma realidade do mundo de hoje difícil de ser ignorada. As empresas, independentemente do porte e segmento, se reorganizaram e arrumaram a casa para ter maior eficiência no controle fiscal e tributário.

Mas essa quase década que ficou para trás, e na qual boa parte do novo sistema foi implantada, não resolveu o que os empresários chamam de “barbárie tributária”. As empresas se transformaram em “prestadores de informações ao Fisco”, despendendo altos custos para manter suas declarações e obrigações fiscais em dia e atualizadas, além de terem de cumprir, todo final do mês, deveres acertados com fornecedores e empregados. “O Fisco é um bom cobrador, mas é também um mau empreendedor do dinheiro arrecadado, se apresentando como sócio oculto e maléfico”, critica Márcio Fernandes da Costa, presidente do Conselho de Assuntos Tributários da Fecomercio-SP e do Conselho de Defesa do Contribuinte (Codecon).

“Temos um problema de berço de difícil trato, que é o federalismo. É uma divisão de poderes impiedosa que torna o contribuinte refém em todos os aspectos do sistema tributário”, emenda Geuma Nascimento, sócia da Trevisan Gestão & Consultoria (TGeC) e especialista no novo modelo de escrituração imposta pelo governo federal. O Sped simplificou e acelerou o trabalho de contadores em atendimento e de auditores fiscais, mas tudo isso poderia ser bem mais benéfico sem a “guerra fiscal” que afeta a vida das empresas.

Para Geuma, esse é um dos entraves do sistema tributário que o novo sistema não corrigiu, e jamais corrigirá, pois o SPED não alterou, e nem vai alterar, sistemas ou leis. Além de tudo isso, acrescenta Gildo Freire de Araújo, vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP), o custo de um sistema de controle nesses moldes para muitas empresas e segmentos foi caro e difícil de ser implementado, especialmente neste momento econômico.

Apesar dessas deficiências, onerações e forma como foi imposto, o que antes era difícil sem o Sped hoje passou a ser uma questão de sobrevivência para as empresas, que podem cruzar dados contábeis e fiscais antes de enviá-los ao Fisco. Com esse sistema é também possível combater a sonegação.

E, para aqueles que ainda resistem à implantação do novo sistema de escrituração digital, precisam saber que a gestão tributária hoje precisa ser realizada por meio dele. “O governo não retroagirá, não abandonará essa ferramenta de fiscalização. Logo, cada um precisa fazer sua lição de casa. Estruturar e informatizar ao máximo os seus processos. Assim, a cada nova tipologia do Sped haverá menos trauma”, diz Geuma.

De fato, ainda há etapas pendentes que devem significar fortes ajustes, altos custos e dor de cabeça às empresas. Entre elas, o uso do chamado Bloco K, em substituição ao livro de Controle de Registro de Controle de Produção e do Estoque, que, a partir de 1º de janeiro próximo, será obrigatório.

Ainda tem o e-Social Empresa, que envolve todo o processo da relação entre a empresa, empregado e governo. Estão também pendentes a Escrituração Fiscal Digital das Retenções e Informações da Contribuição Previdenciária Substituída (EFD Reinf) e a e-Financeira.

Para a Receita Federal, as mudanças até agora foram graduais, permitindo a adaptação das empresas aos módulos sem muitas dificuldades. Clovis Belbute Peres, chefe da Divisão de Escrituração Digital da Receita, acredita que se fechou um ciclo do Sped, com cinco documentos fiscais e sete escriturações, incluindo a EFD Reinf, que ainda não foi instituída. “Com isso, não há mais módulos novos no horizonte. O que se deve buscar daqui em diante é a simplificação e a harmonização do que já existe”, diz.

Mas existem ainda alguns problemas inerentes ao modelo do sistema apontados por entidades como o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP). Sérgio Approbato Machado Júnior, que preside o Sescon-SP, explica que a instabilidade das regras e das normas tributárias não permite que o Sped funcione direito. “O modelo é bom, na teoria. Mas, na prática diária, é muito complicado. Nem mesmo a Receita Federal tem como cruzar 100% os dados das empresas”, argumenta Approbato.

Para o executivo, a forma como o Sped foi imposto pelo governo não se mostrou a mais adequada, até porque o modelo foi baseado na estrutura de grandes corporações. O que, segundo ele, pegou as pequenas e médias empresas (PMEs) de “calças curtas”, pois não sabiam o que fazer. “A realidade das PMEs é diferente. Aquele modelo foi errado”, diz Approbato.

Outro erro apontado pelo presidente do Sescon-SP é o fato de o governo ter “negligenciado” a orientação sobre o sistema. “Divulgação e treinamento para as empresas nota zero”, afirma. Segundo ele, os contadores sofreram muito para convencer seus clientes a lançar mão do Sped. “Não podemos esquecer que, em regiões remotas do País, sequer existe banda larga. Tudo aí é feito na base do discado. Então, trata-se de uma situação não estudada, não devidamente planejada”, critica. Approbato faz questão de ressaltar que não é contra o modelo, até porque trouxe modernidade. “Trata-se de um sistema voltado à fiscalização. Mas não houve divulgação maciça. Os empresários foram obrigados a investir sem ter condições financeiras e nem apoio do governo”, aponta Approbato.

Peres, da Receita Federal, tem percepção pouco mais otimista ao lembrar que o SPED mudou o mercado de contabilidade. “Inovou ao disseminar o uso de certificação digital e eliminar ambientes abarrotados de papel. Consolidou a era dos sistemas de informação gerenciais nas empresas e nos escritórios e sobretudo, e esse é um ponto menos notado por vezes, contribuiu para a valorização do contador, que assumiu uma posição estratégica nas empresas clientes”, diz

Fonte: DCI