Três especialistas comentam o que está por vir no
gerenciamento da força de trabalho este ano.
Início de ano, hora de começar a pensar sobre a
estratégia de gestão da força de trabalho. No ano passado, as empresas
perceberam a importância da eficiência organizacional, do bem-estar dos
trabalhadores e bem-estar no local de trabalho, bem como do engajamento,
flexibilidade, crescimento da carreira e planejamento. Essas tendências só
devem acelerar neste ano.
A CIO EUA pediu a três especialistas — um
diretor de produtos, um recrutador sênior e um sócio de uma empresa de
consultoria de gerenciamento de força de trabalho — para compartilharem suas
ideias sobre o que está por vir no gerenciamento da força de trabalho. A
seguir, as tendências para a gestão da força de trabalho apontadas por eles
para este ano.
1. Tecnologia no lugar do gestor
A tecnologia continuará impactando o gerenciamento da força de trabalho e os
recursos humanos de maneira incrível neste ano, diz Karen Williams, chefe de
produto da empresa de soluções de gerenciamento de força de trabalho Halogen
Software.
"Especialmente no tocante a análise de dados,
a tecnologia está ajudando a impulsionar o sentimento dos funcionários em
relação ao engajamento e ao desempenho organizacional. Trata-se de CIOs e
outros executivos C-levels entenderem como alavancar o uso dos dados para que
[os funcionários] sejam mais eficazes", diz Karen.
Isso é importante porque o RH, em geral, têm
adotado lentamente tecnologias para melhorar a capacidade de encontrar,
pesquisar e contratar talentos, diz ela. “Isso tem mudado nos últimos anos, e
2017 verá a adoção das novas tecnologias”, diz ela.
"O fato é que o RH não está disposto a sair de
sua zona de conforto. Parte disso é porque as organizações não estão dispostas
a investir em novas tecnologias para seus departamentos de recrutamento e RH.
Mas agora, como o talento é reconhecido como crítico, a tecnologia é vista como
uma maneira melhor e mais rápida para contratação, retenção e, uma vez que as
pessoas assumam suas funções, gerenciar o desempenho", diz Karen.
"Veremos também um ressurgimento de
estratégias como SEO [Search Engine Marketing Optimization] e SEM
[Search Engine Marketing]", diz Zachary Avalos, recrutador técnico
sênior de na área de TI da Mondo, especializada em RH e recrutamento de
profissionais para alavancar plataformas como Marketo e Eloqua. SEO refere-se
ao trabalho de entender os algoritmos de busca para que o conteúdo se posicione
de maneira adequada ao seu potencial nos resultados de busca. Já o SEM identifica
e cadastra palavras-chave e analisa o comportamento de busca do usuário.
"Isto vai estar em todos os lugares em 2017, à
medida que mais organizações começarem a ver seu talento potencial como
"clientes" e passarem a usar métodos de marketing para alcançá-los,
garantindo que estão colocando conteúdo relevante relacionado ao trabalho para
potenciais candidatos", diz Avalos.
2. Concentre-se na inteligência da equipe
Até recentemente, o desempenho e o crescimento individual foram o foco para
avaliar o talento dentro das organizações, diz Jeanne Meister, sócia fundadora
da Future Workplace, empresa de consultoria e pesquisa de RH e recrutamento.
Mas agora, muitas empresas estão percebendo que as equipes são o coração para
obtenção de maior desempenho, eficiência e eficácia.
"Agora, as organizações estão se dando conta
de que é preciso equipes de alto desempenho para produzir os tipos de
resultados que desejam. Então, as empresas focadas no futuro verão o que faz
uma ótima equipe, como elas se comunicam, como recompensá-las e reconhecê-las,
e como estimulá-las através do crescimento e desenvolvimento", diz
Meister. Esta é uma mudança de mentalidade bastante importante para muitas
organizações, por isso ela acredita que a ênfase nas equipes continuará neste
ano.
3. Experiência do usuário no local de trabalho
Experiência do usuário tornou-se uma métrica importante para avaliar produtos e
serviços, mas para se tornar uma parte estratégica é preciso que as
empresas tenham um bom equilíbrio de seus ambientes de trabalho, diz Meister.
"Os diretores de marketing eram os únicos
preocupados com a experiência dos usuários, mas agora os chefes de RH estão
alavancando ferramentas de marketing e abordagens como design do pensamento e
análise de sentimentos para criar uma experiência de empregador
convincente", diz Meister. Isso inclui a criação de novas posições como
diretor de experiência de funcionários, que terá um papel abrange áreas tão
diversas como imóveis, tecnologia e marketing para garantir que os funcionários
sejam tão engajados, motivados e produtivos no trabalho quanto possível, diz
ela.
Para dar ênfase à experiência do usuário é preciso
incluir também o uso de ferramentas de tecnologia como o celular e o vídeo,
tanto para a contratação e seleção de candidatos como para permitir o trabalho
remoto e a flexibilidade, diz Meister.
"Um cliente importante nosso está usando o
mobile em seus processos de recrutamento e contratação, e economizou algo como
US$ 330 mil no ano por posto de trabalho e pôde aumentar o número de
empregados em 35%. Como muitas pessoas vão ser selecionadas, entrevistadas e
contratadas, muitas organizações já exigem que elas enviem uma “carta” de
apresentação em víde ", diz ela.
4. Economia gig se aquece
A economia gig continua a desempenhar um papel significativo na força de
trabalho, especialmente em TI, diz Avalos, da Mondo. A economia gig, ou
simplesmente gig, é um trabalho autônomo, parecido com o de um free-lancer, uma
espécie de Uber-Trip Advisor com talento especial — sim, você será contratado
pelo aplicativo.
É uma ótima maneira de as empresas equilibrarem sua
força de trabalho com base na demanda, e também para os trabalhadores que
querem adicionar novas habilidades em seu currículo, participando de projetos
de curto prazo. “Algumas empresas também estão desenvolvendo seu próprio pool
interno de contingente de mão de obra, que é outra nova tendência”, diz
Meister, da Future Workplace.
"Por exemplo, o Talent Exchange da
PricewaterhouseCooper permite que freelancers e profissionais independentes se
inscrevam para projetos da empresa, o que é benéfico para ambos os lados. Para
a empresa, pode não haver ROI [retorno do investimento] suficiente para
contratar um empregado em tempo integral, mas talvez para profissional
independente sim, que querer flexibilidade e liberdade para trabalhar",
diz Meister.
Fonte: Digital Network