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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Quatro maiores qualidades e defeitos dos executivos brasileiros

Mesmo que o executivo brasileiro seja, geralmente, otimista, sociável e criativo na empresa, eles pecam no inglês e na indisciplina

SÃO PAULO - Uma pesquisa realizada pela consultoria DA Consulting revela que mesmo sendo criativos, flexíveis e otimistas, os executivos brasileiros ainda precisam melhorar seu inglês e serem mais disciplinados.

O estudo, realizado com mais de 2.500 executivos e gestores de 30 empresas de grande porte no País, revelou quais são os maiores desafios e qualidades dos profissionais brasileiros. Confira:

Qualidades

1- Criatividade: diante de um problema, pessoas de diversas culturas têm dificuldade em criar soluções inovadoras e simplesmente emperram, apontou o estudo. O brasileiro, no entanto, é criativo e sempre encontra uma forma diferente para enfrentar as adversidades. Uma empresa com funcionários criativos aumenta a lucratividade, reduz custos, desenvolve novos serviços e produtos.


2- Sociabilidade: os brasileiros são acessíveis e, em geral, demonstram gentileza que não se encontra em grande parte dos países estrangeiros. “Nós gostamos de ajudar os outros, de conhecer novas pessoas e culturas, condutas estas que tornam o ambiente corporativo bem mais agradável. Em uma frase: é fácil de trabalhar com brasileiros”, constatou o estudo.

3- Flexibilidade: estruturas rígidas de negócio ou de gerenciamento de pessoas estão, cada vez mais fadadas ao insucesso devido à velocidade das mudanças e do alto grau de competitividade da concorrência. Os gestores no Brasil são flexíveis e estão sempre dispostos a se adaptarem às mudanças.

4- Otimismo: esta é uma virtude nacional com maior reconhecimento. O líder brasileiro normalmente não tem medo de tentar algo novo e, na maior parte de tempo, adota uma visão positiva sobre os resultados esperados. “Essa energia é extremamente bem-vinda quando a equipe atravessa momentos difíceis. O bom humor é contagioso”.

Defeitos

1- Dificuldade em dizer não ou dar feedback negativo: segundo o relatório, o brasileiro não sabe dizer não. Os executivos do País se abrem, inicialmente, de forma fácil e cordial, sendo avaliados positivamente por aceitar desafios e solucionar problemas. No entanto, por trás desta superfície e após este contato inicial, se constata que existe respeito exagerado à hierarquia e problemas na gestão do tempo.


O medo do conflito é uma das maiores causas da ineficácia dos gestores no Brasil. Mais de 70% dos executivos apresentam dificuldade em dar feedback negativo, indicou o estudo.

2- Inglês: este tópico não se restringe a questão da proficiência na língua, que ainda é um obstáculo, mas também abrange a falta de profissionais de nível global, como se observa na China e na Índia. Os executivos precisam ultrapassar as barreiras territoriais para entrarem em contato e se envolverem com ferramentas, fóruns, tendências e filosofias internacionais de gestão e gerenciamento.

A pesquisa constatou que grande parte dos executivos não participa de programas globais por causa dessa deficiência.

3- Volatilidade: profissionais de alto potencial e rendimento ainda são escassos. Para manter estes talentos, as empresas inflam artificialmente os salários e apressam planos de carreira. A consequência é um índice extremamente alto de rotatividade, gerando um custo muito elevado para companhias, governo e para os próprios executivos. Cerca de 30% dos profissionais com cargo de gerência mudaram de emprego nos últimos três anos.

4- Indisciplina e subjetividade: o brasileiro tem dificuldade em aceitar modelos estáticos e tende a desrespeitar processos básicos para formatação de diagnóstico para o gerenciamento do negócio e de pessoas. As análises acabam distorcidas e, portanto, as decisões e medidas práticas se tornam ineficientes e subjetivas. É comum o gestor confundir o relacionamento pessoal, e até a simpatia, com avaliação de competências e desempenho profissional.

Por Luiza Belloni Veronesi

Estudo feito em 14 países revela novos hábitos de compra

Os consumidores globais estão mudando o jeito de ir às compras em função da tecnologia. E uma figura que vem se tornando cada dia mais forte é o “Xtreme Shopper”, alguém conectado, competitivo, otimista e determinado a ter o controle do jogo quando o assunto é consumo. Essa é uma das conclusões do estudo “Future Buy” realizado pela GfK – quarta maior empresa de pesquisa de mercado do mundo.

A pesquisa, feita on-line em dezembro de 2012 em 14 países, envolveu 600 usuários de internet entre 15 e 45 anos em cada país. São pessoas que fizeram compras em qualquer categoria de bens duráveis e não duráveis nos seis meses anteriores à avaliação, de forma on-line e off-line.

A GfK analisou, entre outros fatores, atitudes e comportamentos relacionados ao ato de comprar, pontos de contato com o consumidor em ambientes tradicionais e digitais, além do impacto do mobile no cenário da compra e diversas nuances que precedem a ida até a loja, o ato de compra em si, além do pós compra.

“Os Xtreme Shoppers se definem por seu alto nível de envolvimento com a compra e uso exaustivo de tecnologia: utilizam frequentemente smartphones e tablets para realizar a busca, pesquisa e compra dos produtos que desejam. No estudo fica claro que a região da APAC (Ásia e Pacífico) se destaca globalmente, com 51% de Xtreme Shoppers entre os compradores online. A lição da indústria e do varejo na América Latina é olhar para aqueles mercados, já que sinalizam as próximas ondas de comportamentos dos consumidores”, afirma Eliana Lemos, Diretora de Shopper & Retail Strategy da GfK no Brasil.

De acordo com o estudo, os Xtreme Shoppers são consistentemente mais ativos na busca de valor, tanto on-line quanto off-line. Comparam mais preços, usam cupons (como os que oferecem descontos), e procuram ofertas numa proporção maior que os Non-Xtremes. Pesquisam mais na internet, usam sites de busca, apps e blogs para se informar sobre produtos e encontrar as melhores ofertas.

Xtreme Shopper na América Latina

A América Latina é representada por Brasil, México e Chile, sendo que este último possui a maior porcentagem de Xtreme shoppers (26%), dividindo a segunda posição no ranking com os Estados Unidos (26%). No México, e principalmente no Brasil, há menos Xtreme Shoppers (22% no México e 15% no Brasil), porém, ambos possuem números à frente da Europa Ocidental (14%).

“Xtremes são mais exigentes e mais valorizados pelos fabricantes e varejistas, porque geralmente movimentam mais dinheiro e são mais engajados. Por isso, é necessário assegurar estratégias para entregar valor agregado a esse público, incluindo plataformas de compra multicanais e customização na construção do relacionamento, entre outros”, assinala Eliana Lemos.

Por Cristiani Dias

Cinco fundamentais segredos da arte da mendicância

Em um dia de "aventura" por uma capital do nordeste brasileiro foi possível testemunhar que pedir, negociar e persuadir têm mais coisas em comum do que se pode imaginar. E o resultado dessa empreitada foi a criação dos "5 fundamentais segredos da arte da mendicância"

"Bendita hora que aceitei fazer esta reportagem! Eu poderia estar matando, roubando, mas tinha que aceitar fazer esta matéria?!", reneguei assim mais de 10 vezes esta revista, ultrapassando em número até Pedro, o Santo Pedro, que fez o mesmo com seu amado mestre Jesus três vezes, mas que, concordemos, em grau de importância, fez bem mais feio do que eu. Que ideia a do meu editor, hein? Sentir na pele como funciona o ato da persuasão com as pessoas que trabalham com isso todos os dias por completa necessidade: os pedintes.

Devo confessar que vestir-me como um mendicante até que foi fácil, até mesmo porque minha vó vive repetindo: "Pra onde vais, menino? Vestindo assim pareces um mendigo!" Mas esmolar por comida e esbarrar na indiferença de vidros e olhos fechados foi muito difícil. Como dirá, em sua autobiografia, um mendigo desses que mudam de vida todos os dias: é a indiferença, a prova cabal de que o homem descende do animal.

Todavia, aprendi bastante com essa magnífica experiência de vida. Os pedintes têm muito a nos ensinar, de forma que todos precisam aprender, inclusive os administradores, que no seu trabalho precisam convencer várias pessoas, em diferentes situações, dos seus pontos de vista. Pedir é uma arte assim como negociar, só que mais arriscada, pois na maioria das vezes o que está em jogo é a sua vida.

E foi a partir desta incrível descoberta que achei de grandessíssima relevância sussurrar nos ouvidos do leitor os 5 fundamentais segredos da arte da mendicância. Quer ser um grande mendigo, digo, um grande negociador? Continue lendo o texto.

1 – Vença pelo cansaço

6h da manhã quando o "despertador" toca. Há mais de um ano que não acordo por essas horas. Levanto irritado, solto uns palavrões, lavo o rosto, tomo banho, a cara de "morto de sono" desce pelo ralo. É quando começa a nascer o mais novo pedinte de João Pessoa, na Paraíba: cabelos despenteados e barba por fazer, camisa esburacada de um candidato a vereador derrotado nas eleições passadas, bermuda azul desbotadíssima, quase branca, e um par de havaianas marrom, porque essas "todo mundo usa". E saio assim de casa, sem ter tomado o café da manhã e só com o dinheiro do "busão" (ida e volta). Ao pisar na calçada, não pude não reclamar do calor que fazia já cedo da manhã.

Mas querido leitor, preste atenção, não faça como eu faço, faça como eu digo, e não xingue o lindo sol de dezembro de João Pessoa. Fique feliz porque essa hora é perfeita para pedir. Pois, como apuraram os autores do livro 50 segredos da ciência da persuasão, no qual parte das minhas fundamentais dicas estão baseadas, o ser humano comum fica mais propenso a aceitar tudo que lhe dizem quando está cansado. Então, queridos aprendizes, cheguem lá na frente daquele ônibus lotado, começo da manhã, meio-dia ou fim de tarde, e façam como eu fiz, com cara de fome (mesmo que sejam como eu: moreno, alto, forte e de olhos verdes) repitam:

- Pessoal, um minuto da sua atenção, por favor. An-ham (uma tossida para ver se você consegue aumentar sua plateia). Estou desempregado, em busca de emprego, mas deixei uma mulher e cinco meninos pequenos em casa sem tomar café, com fome, preciso alimentá-los, PELO AMOR DE DEUS, me ajudem, qualquer 10 centavos ajuda.

Quem mais estava cansado, mais ajudou. Matemática do pedinte: quanto mais bocejos, mais centavos. Café da manhã garantido!

2 – Que me perdoem os cheirosos, mas fedor é fundamental

Primeira parada: terminal de integração de ônibus do Varadouro, o maior e mais movimentado da cidade. Lá decidi usar duas estratégias. Como as pessoas se sentem mais incomodadas com essa abordagem mais direta, escolhi começar com um papo mais reto – Um trocado pra eu comer, pelo amor de Deus! – e depois chegar com um mais elaborado, repetindo a história anterior do ônibus.

Com um pedido mais simples arrecadei míseros R$ 1,50, a maioria das pessoas nem olham para você. Com a súplica mais longa, faturei R$ 5,20, as poucas pessoas que me escutaram me ajudaram, contrariando o que algumas pesquisas psicológicas afirmam: "mensagens menores trazem mais resultado" uma ova!

Mas uma coisa é certa, mensagens menores não trazem duas senhoras me olhando feio e me desmascarando: "Saia daqui, você é muito cheiroso para um mendigo". Por isso, crianças, não escutem seus pais. Para ser um grande mendigo é preciso ser igual ao Cascão.

Conversei com dois mendicantes do local, um velho emburrado que pedia como se negasse, e um cadeirante sorridente de bêbado. E adivinhem só, os dois fediam, e, pelo que vi, estavam se dando bem.

3 – Mais instinto, menos estudos

Com fome, tomei um café e comi um misto pelo desjejum tardio, menos R$ 3,00. Como já estava chegando próximo das 11h, fui pro sinal mais próximo e comecei os trabalhos. Conforme me ensinaram uns formandos do 2º grau do Colégio Estadual Lyceu Paraibano eu fiz cara de miséria e o discurso na ponta da língua. Depois de uma hora naquele inferno sem sombra, foi como diz uma música por aí: "Tentativas em vão, para poder comer um pão". R$ 2,00 apenas, o suficiente para almoçar, mas pouco dinheiro para muito trabalho. Por que pensa o quê? Sol de meio-dia em João Pessoa só perde no mundo todo para o de Teresina, no Piauí, e para o do deserto do Saara.

Então, se você quer ser um pedinte profissional, faça diferente, siga o exemplo do Francisco Rafael da Silva, vulgo "Mãozinha", 28 anos de idade. Ele sim entende das coisas. E olhe que ele só tem o primeiro grau. Olho nele! Porque lá vai ele, na base do instinto, com sorriso na cara, gingando feliz entre os carros, olha lá, não falou nada e conseguiu uma nota de R$ 5, coisa rara, hein? Além do mais, nos ensinou que "se sorrirmos para o mundo, ele vai nos sorrir também". É bom frisar que se ele tivesse ao menos uma das mãos eu apertaria efusivamente, mas ele, infelizmente, as perdeu num acidente de trabalho.

4 – Apele para a emoção

Almocei um prato feito de respeito no centro da cidade. Custou caros R$ 5, mas valeu todo o esforço para consegui-lo. E em seguida, mudei para a modalidade "pedinte de rua". Debaixo de uma sombra, encostado na parede, inicie com o velho e simples arroz com feijão: estética da fome no corpo e um pedido com uma voz arrastada, quase agonizando antes de sair da boca: "Me ajude, pelo amor de Deus". Resultado: 50 centavos de sucesso, isso depois de duas horas em pé. Aí descontente com meu desempenho, resolvi melhorá-lo, e com uma pequena substituição, lembrando que o Natal estava próximo, virei o jogo: "É Natal, me ajude pelo amor do menino Jesus". Saldo: 1000% de diferença.

Todos os pedintes entrevistados me falaram que nessa data do ano o faturamento dobra, eles ganham cesta básica, e um me confidenciou que, pela primeira vez na vida, viu uma nota de R$ 100: "Foi amor à primeira vista, rapaz, só que, você sabe, né, felicidade de pobre dura pouco". Enfim, Natal, época de nos sentirmos culpados por não ajudarmos o próximo durante todo o restante do ano.

5 – Só mendigue se você realmente precisar

Finalizei a tarde nos sinais, e apurei mais R$ 10,00, num total de lucro no dia de R$ 14,30. Como eu estava cansado e louco para comer a comida da minha mãe, chamei o grande "Mãozinha" e lhe entreguei todo o dinheiro, pois ele precisa de verdade, tem três filhos e uma mulher para sustentar. E você sabe, ele poderia estar matando, roubando, mas está ali, apenas pedindo.

Os principais tipos de mendigo, sua persuasão e seu faturamento

Portadores de deficiência física - Pena e projeção: "o coitado não pode mesmo trabalhar, já imaginou se fosse no lugar dele, fatalidades como essas acontecem com qualquer um". Média de R$ 30,00 por dia.

Idosos - Enxergamos nossos avós e nós mesmos futuramente naqueles pobres coitados. Se homens, média de R$ 20,00 por dia e, se mulheres, média de R$ 28,00 por dia.

Músicos e circenses - Não os ajudamos, pagamos pelo grande show que mal escutamos graça ao barulhento motor do ônibus e pela apresentação que mal vimos graça ao nosso vidro fumê. Média de R$ 5,00 por busão e R$ 15,00 por dia.

Artesãos - Eles chegam: "Essa linda e valiosa pulseira de arame é sua". E nós nos sentimos obrigados a retribuir o "favor". Lei da reciprocidade, anotem! Média de R$ 20,00 por dia.

Loucões - Eles falam sozinhos ou com bonecas e não dizem nada com nada. Se nós não fugimos, damos logo o dinheiro para aquela figura deprimente sair do alcance de nossas vistas. Média de R$ 5,00 por dia.

Crianças - Todos temos pena de crianças."Coitadas, não podem trabalhar, deviam estar estudando, elas não têm culpa da vida que tem". Média de R$ 40,00 por dia.

Mães - Mães acompanhadas por uma criança de colo é um Deus nos acuda! Talvez a imagem mais triste das ruas. Emoção à flor de pele! Média de R$ 60,00 por dia.

Autor: Ícaro Allande

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Você conseguiria estudar a distância?

Veja opiniões de professores, estudantes e recrutadores e descubra seus pontos positivos e negativos da modalidade de ensino que cresce a passos largos no Brasil

O formato é bem antigo, mas ele voltou a ganhar notoriedade na década de 90, com o avanço da tecnologia e, principalmente, devido ao alcance da internet pela população. Ainda assim, ele está longe de ser unanimidade no país. Quando o assunto é ensino a distância, existem tanto as pessoas que são favoráveis e entusiastas desse modelo, quanto aquelas que são categoricamente contra. O fato é que enquanto alguns observam uma oportunidade de capacitação com fácil acesso, comodidade e preços mais baixos, outros questionam qual é o verdadeiro aproveitamento acadêmico do estudante nessa modalidade.

 Em meio a essa falta de consenso, o Brasil vem registrando um frenético aumento na quantidade de alunos e de cursos no ensino superior a distância. Entre 2002 e 2009, somente a graduação saltou de 46 cursos para 844. Segundo informações do Ministério da Educação (MEC), em 2009, mais de 1 milhão de pessoas estudaram em programas oficiais nesse modelo. Já os números totais, que abrangem e-learning de empresas, cursos abertos livres e cursos oficiais, apontam mais de três milhões de estudantes no país.

Dentro do contexto
Quem está inserido nesse contexto é o estudante de Administração Edvan Pereira dos Santos, que acredita nessa modalidade de ensino. "Os cursos são perfeitos para pessoas que, assim como eu, não têm tempo disponível para frequentar um curso presencial. Hoje sou casado, tenho filhos e trabalho, isso é o maior motivo de ter escolhido essa modalidade. As aulas ficam gravadas e posso revê-las quantas vezes for possível. Não tenho motivos para reclamar", afirma.

Na visão de Edvan, muitos começam e desistem por desinformação ou ideia pré-concebida errada. "Ocorre que quem não tem disciplina para desenvolver as atividades ou esquece de ler as apostilas, depois não consegue acompanhar o curso e acaba falhando. Na verdade, alguns sentem dificuldade quando chegam com uma ideia de que os cursos a distância são fáceis ou que não são reconhecidos e de baixa qualidade", comenta o estudante em Administração da Unip.

Nádila dos Santos Pereira, graduada em Administração pela Unigran e secretária executiva de uma entidade privada no Estado de Mato Grosso do Sul, compartilha da mesma opinião. Para ela, esta modalidade "é até mais difícil do que a presencial, pois há pouca interação entre os colegas, o que aumenta a busca individual por informações".

 Mas o administrador de empresas e eletricitário Luciano Pereira, tem uma opinião completamente diferente e identifica a falta de regras mais rigorosas na dinâmica de ensino por parte de diversos cursos a distância. "A presença de um professor é extremamente importante para a formação de um profissional. Ter algumas aulas presenciais em dias alternados da semana ou mês não capacita um aluno a entender as nuances de matérias complexas. Os critérios de avaliação também são muito flexíveis, podendo ser feitas várias provas até a aprovação do aluno".

Pensando na carreira
A verdade é que ter uma formação acadêmica nunca foi tão valorizado. De acordo com o levantamento do IBGE em 2010, realizada nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil, a taxa de desemprego entre os que possuem ensino superior ficou em 3,1%, o menor índice em oito anos. Esse fato, sem dúvida, contribuiu para elevar a procura por uma capacitação e aumentar a quantidade de cursos a distância. Porém, a preocupação está na abertura de cursos sem qualquer critério de ensino ou preocupação com a qualidade.

Para o professor David Forli Inocente - coordenador do MBA Gestão Estratégica da EAD USP e que também faz parte da equipe de avaliadores do Ministério da Educação para Metodologias EAD - falta uma análise e fiscalização mais intensa por parte do órgão. "Creio que o MEC deve ampliar em muito a supervisão das instituições, acompanhar seus indicadores essenciais tais como a relação de alunos por tutor. Há instituições que trabalham com um tutor para cada 200 ou 300 alunos, eu já vi até 500. Fica óbvio que não se pode garantir qualidade com esse volume de alunos", avalia.
David considera ainda que há muita liberdade nos métodos de ensino. "Apesar de ter seu lado positivo, o MEC deveria avaliar a consistência metodológica das propostas pedagógicas das instituições, ou seja, qual a rotina mínima de atividades acadêmicas exigidas. Desse modo, a instituição se obrigaria a pensar nisso. O que vemos é que até há entrega de conteúdo, mas existem poucos instrumentos de medição do aprendizado.

 Para Luciano Pereira, não adianta aumentar o número de alunos em cursos superiores simplesmente elevando o número de instituições a distância. "O que se deve primar é a qualidade do ensino, pois não basta aumentar o número de profissionais no mercado de trabalho se esses profissionais são formados em instituições desqualificadas e sem corpo docente capaz", indica.

A opinião também é compartilhada pelo próprio Ministro da Educação, Fernando Haddad. Para o ministro, o crescimento na quantidade de cursos não pode ser feito de qualquer maneira. "Há países em que 50% das matrículas são feitas em cursos a distância. No Brasil, esse número equivale a 14%. Então, nós temos espaço para expandir, mas expandir com critérios de qualidade", revelou Haddad na divulgação do relatório do MEC esse ano.

O ministro afirmou ainda que o estudante deve estar atento às instituições que oferecem essa modalidade. "É necessário checar a qualidade dos cursos e a estrutura das salas usadas para as aulas presenciais, pois as leis brasileiras exigem que pelo menos uma parte do período de aulas seja dada presencialmente", afirma.

E como fica o mercado?
Um dos principais questionamentos sobre essa modalidade de ensino é a falta de reconhecimento das empresas em relação à formação em cursos de ensino superior via EAD. Só que essa desconfiança parece que vem sendo alterada por quem está contratando.


 "Antes existia certo preconceito diante deste modelo de ensino, já que grande parte do mercado ainda era bastante conservador, porém com o inegável crescimento desta modalidade, o mercado acabou se rendendo", declara Viviane Prado, gerente de recrutamento da ALLIS S.A, empresa especializada em selecionar profissionais.

 Segundo o professor David Forli, realmente não há uma reação contrária ao formato. "Tendo em vista os headhunters com quem mantenho contato, não há um pré-conceito declarado por conta da modalidade, muitas vezes esse pré-conceito se dá em razão da reputação da instituição". Para o professor, se existir algum tipo de desconfiança nesta modalidade, ele é fruto do desconhecimento. "O novo, em geral, causa essa reação ao estabelecido. Lembre-se que a gravadora Decca (que já não existe) disse aos Beatles, 'não gostamos de seu som e a música de guitarra está acabando'. Ao ser apresentada aos computadores portáteis, a IBM disse: 'quem vai querer ter um computador em casa?'", ressalta o professor.

 Alerta dos especialistas
Para quem pretende ingressar em cursos via EAD, professores e especialistas alertam que é preciso fazer uma análise anterior da instituição e avaliar as críticas positivas e negativas que surgem dela. Além disso, vale conhecer a grade curricular dos cursos, o corpo docente, as parcerias que a organização firma, e, principalmente, se a instituição é reconhecida pelo MEC.

 Hoje, inclusive, diversas universidades públicas e renomadas instituições particulares já abriram ou tem previsão em algum curso via EAD, o que aumenta a credibilidade do formato de ensino. Para Jucimara Roesler, diretora-geral e professora da UnisulVirtual - uma das instituições pioneiras no ensino a distância e que já formou mais de 7,5 mil alunos - apesar da escolha da instituição ser importante, o interesse do aluno em querer aprender é o grande diferencial.

 "As exigências de autonomia, disciplina, organização são bem maiores. O aluno é livre para escolher seu método, ambiente de estudo e seus horários. Porém, o sucesso de seu aprendizado exige que ele leia, em média, 1.200 páginas por semestre. Assim, ele precisa ser um exímio gerente do seu tempo. Essas características integram o perfil almejado pelo mercado e esse aluno já começa a ser reconhecido pelas empresas", ressalta a professora.

Fonte Administradores

Multitarefas = improdutividade disfarçada

Somos levados a crer, a maior parte do tempo, de que executar várias tarefas simultaneamente é uma coisa boa. A boa capacidade para ser multitarefas também pode diferenciá-lo no mundo dos negócios. Muitas descrições de vagas e anúncios de emprego pedem pessoas com boas habilidades em ser multitarefas. Você é um bom em fazer várias tarefas ao mesmo tempo? Claro que você é! Quem, em sã consciência, vai dizer que não tem capacidade de lidar com múltiplas situações simultâneas? Ou quem é que vai dizer: “Eu posso trabalhar com múltiplas tarefas, mas eu acho que é uma coisa estúpida… as pessoas se distraem e fazem menos… faça o que é mais importante em primeiro lugar, em seguida, passe para a próxima tarefa”.

Se eles querem que você seja capaz de trabalhar com múltiplas tarefas, então faça o que fizer não diga a afirmação acima. No entanto, ela faz sentido e, na realidade, é provavelmente o que todo mundo realmente quer de seus empregados. Eles querem que você:

1. Seja capaz de identificar o que é mais importante;

2. Concentre seus esforços nessa tarefa mais importante;

3. Seja capaz de finalizá-la, guardá-la, e passar para a próxima tarefa mais importante;

4. Faça tudo isso de forma rápida, eficiente e sem ter que ser avisado o tempo todo qual é a próxima tarefa na lista.

O empregado que pode fazer todas essas coisas será bem sucedido, cresce na organização e, no caso de gerenciamento de projetos, sempre entrega sucesso e liderança sobre os projetos que está gerenciando. Vamos falar mais sobre isso…

Faça o que é mais importante primeiro


A capacidade de vasculhar a bagunça e identificar qual a atividade de maior prioridade requer confiança, experiência, liderança e habilidades de tomada de decisão. Assuma o controle, pegue a tarefa mais importante e veja se foi feita, ou se ao menos foi delegada ao topo da lista de alguém.

Ser multitarefa parece bom… na teoria. E há definitivamente momentos em que absolutamente precisamos de habilidades multitarefas. No entanto, isso pode levar a ineficiência, distração e atividades mais importantes permanecendo parcialmente concluídas ou esquecidas. Garantir que o que é importante está sendo feito primeiro é fundamental para o sucesso do projeto.

Termine e passe para a próxima


Não é apenas o suficiente identificar a tarefa mais importante. Você deve se certificar de que ela seja feita, seja por você ou por outra pessoa. Termine o que iniciou antes de seguir em frente ou acompanhe a conclusão com o membro da equipe ao qual você atribuiu a tarefa. Apenas certifique-se que seja feito antes iniciar a próxima tarefa.

Faça sem supervisão excessiva


Finalmente, certifique-se de fazê-lo sem muita supervisão. Seu diretor do escritório de projetos ou departamento de RH podem dizer que querem alguém multitarefas, mas o que eles realmente querem é o que eu mencionei acima. Alguém autodidata, uma pessoa empreendedora, alguém que pode ver o que é importante e o faça sem que precisem ficar dizendo o que é importante e o que você deve fazer em seguida. E no mundo de gerenciamento de projetos, um gerente de projetos tem de ser capaz de resolver de forma rápida e eficiente as tarefas do projeto e saber o que precisa ser feito em seguida, especialmente quando há problemas sobre o projeto que precisam ser abordados.

O que deve ser feito neste instante? Faça ou delegue a alguém. Mantenha uma estreita vigilância se você delegou a tarefa, e a execute corretamente se é uma tarefa sua como gerente de projetos. Devemos marcar vitórias primeiro nas tarefas críticas antes de passar para a próxima. É assim que cada dia deve começar. Sempre comece o dia se perguntando: “Qual é a coisa mais importante que eu preciso fazer para o meu projeto agora?”. Faça isso e, em seguida, siga em frente e faça essa pergunta de novo, e de novo, e de novo…

Por Brad Egeland

70% dos paulistanos frequentam shoppings, segundo Datafolha

Na avenida Paulista, entre a rua Pamplona e a alameda Campinas, onde anos atrás ficava a mansão Matarazzo, um enorme prédio vem tomando forma há dois anos --ainda o esqueleto daquilo que será mais um shopping, o Cidade São Paulo.

Em Pirituba, precisamente no número 1.465 da avenida Raimundo Pereira de Magalhães, o novo Tietê Plaza Shopping já está mais definido --a inauguração será em novembro.

Esses são dois exemplos de um boom de shopping centers que São Paulo vive atualmente.

Nos últimos dez anos, a capital ganhou 16 novos centros de compra, um crescimento de 43% desde 2003. E a expansão não deve mudar tão cedo.

Aos 53 empreendimentos que a cidade tem hoje devem se somar pelo menos seis até 2015, incluindo outlets próximos à capital.

Entre as novidades que vêm por aí, há desde empreendimento misto, que, além de lojas, traz escritórios (caso do Cidade São Paulo), até outro menor, com lojas de luxo (o Cidade Jardim Shops, nos Jardins), passando pelos outlets e pelos que miram a classe C (Estação Jardim, na zona leste, e Tietê Plaza Shopping, na região norte).

A emergência da nova classe de consumidores, aliás, é um dos fatores apontados por especialistas para o aumento acelerado no número de shoppings --o outro motivo seria o crescimento da renda do brasileiro nos últimos anos.

"Hoje, apenas cerca de 20% dos frequentadores em São Paulo são da classe C. É pouco. É preciso pensar em shoppings específicos para esse público, que tem um grande potencial de crescimento", afirma Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da consultoria em varejo GS&BW, que tem como clientes shoppings como o Pátio Higienópolis, o Pátio Paulista e o Plaza Sul.

70% FREQUENTAM

Atualmente, 70% dos paulistanos têm o hábito de frequentar esse tipo de espaço, sobretudo para passear e comprar, segundo pesquisa Datafolha feita nos dias 2 e 3 de setembro com 615 moradores da cidade. Entre as pessoas das classes A e B, esse índice sobe para 84% e, entre os mais jovens, para 81%.

Em uma cidade como São Paulo, com sérios problemas de trânsito e de segurança, o shopping conquista por sua praticidade, na opinião da urbanista Heliana Vargas, coordenadora do Laboratório de Comércio e Cidade da FAU-USP. "A cidade tem muitas opções de lazer,
mas o shopping é a preferência do paulistano por ser um ambiente organizado, confortável, onde se pode comer, comprar e ir ao cinema com segurança. Daí a popularidade", diz.

A dona de casa Maria Cristina Ferreira, 56, vai ao Anália Franco, na zona leste, pelo menos três vezes por semana. "Resolve" ali farmácia, supermercado e banco. Vez por outra, passeia e aproveita para tomar um café com as amigas. "Eu poderia fazer tudo mais perto de casa, sem nem pegar o carro, mas prefiro a segurança e o conforto do shopping."

Ainda que seja um dos principais atrativos para a população, a sensação de segurança desses espaços pode ter efeitos colaterais na vida na cidade.

Para a socióloga Valquíria Padilha, professora da FEA-USP de Ribeirão Preto e autora do livro "Shopping Center - A Catedral das Mercadorias" (2006, Boitempo), o aparato de segurança e a própria arquitetura desses espaços selecionam o tipo de público que pode entrar, gerando segregação.

"É uma perda social muito grande, porque as pessoas acabam vivendo em uma bolha sem conexão com a realidade e a diversidade da vida urbana."

NICHOS

A principal tendência para que o setor continue em expansão atualmente é a diversificação dos perfis dos empreendimentos, na avaliação de Luiz Alberto Marinho.

"Hoje, 87% dos shoppings brasileiros são tradicionais, com lojas, cinemas e restaurantes. Ainda há um espaço grande para novos centros diversificados, como os shoppings de vizinhança, que são menores e pretendem atender apenas a população do bairro, para outlets e para os temáticos, focados em um segmento, como o D&D, que é só de decoração."

A urbanista Heliana Vargas acredita que, em um cenário com tanta oferta de espaços comerciais, a aposta em empreendimentos mistos --como o JK Iguatemi, que também tem escritórios-- pode ser determinante para o sucesso do projeto, uma vez que eles já garantem um fluxo de frequentadores.

"Para a cidade, também é mais interessante porque cria uma abertura para o entorno e mantém aquela área viva além do horário comercial."

 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por LETÍCIA DE CASTRO