O intuito não é burlar regras e transformar você em um típico e
“ensaboado” político experiente, mas, sim, despertar uma preocupação para quem
não deseja se perder no labirinto das argumentações capciosas
Todos os dias
somos bombardeados por argumentos e contra-argumentos sobre praticamente tudo.
Na política, na religião, no esporte, com as marcas que desejam nos convencer
que são as melhores, diante de opiniões divergentes em projetos no trabalho,
nas discussões de relacionamentos entre casais... Até em nossa alimentação
virou praxe a utilização de argumentos para nos convencer sobre o que comer e o
que não comer.
E é fato, saber se comunicar de forma eficaz e persuasiva sempre foi uma “arma” poderosa para que esses argumentos fortaleçam a nossa posição e sejam tomados como verdade. Em um debate, seja o tema qual for , usar algumas técnicas de discurso podem fazer toda a diferença para convencer outros ouvintes – e até o “adversário” – que uma tese é a melhor (mesmo ela não sendo).
Fatores como a escolha e a memorização dos conteúdos do discurso, a disposição de como é colocado aos outros e a elocução influenciam no poder de convencimento. Mas, não é só isso. Fomos buscar inspiração de dois filósofos de diferentes épocas para aprender outras técnicas de debate e persuasão: os conceitos da retórica expostos por Aristóteles (384-322 a.C) e os estratagemas dialéticos abalançados por Arthur Schopenhauer (1788-1860).
O intuito não é burlar regras e transformar você em um típico e “ensaboado” político experiente, mas, sim, despertar uma preocupação para quem não deseja se perder no labirinto das argumentações capciosas e da influência psicológica dos discursos.
Use a autoridade
O debate é mais fácil de ser encarado quando, entre os argumentos, estão as citações. Em vez de apenas seus fundamentos, utilize a fala de especialistas sobre determinado tema. Podem ser pesquisas, estudos, discursos de autoridades competentes sobre o assunto. As pessoas têm a tendência de ter profundo respeito por autoridades (principalmente por aquelas que elas não conhecem).
Criar uma alternativa forçada
Para fazer com que a outra pessoa aceite a sua tese, uma estratégia é apresentar duas alternativas para que ela escolha. No entanto, uma das alternativas deve abordar algo mais insano de modo que ele, se não quiser ser contraditório, tenha de decidir pela sua tese. “Por exemplo: desejamos que ele admita que um homem tenha que fazer tudo o que seu pai lhe ordene. Para isso, perguntamos: ‘Deve-se obedecer ou desobedecer os pais em todas as coisas?’”, aponta Schopenhauer.
Criar um rótulo
Para tornar menos relevante ou tornar suspeita uma afirmação do adversário, uma opção é reduzir a tese em uma categoria geralmente detestada, ainda que a relação seja pouco rigorosa ou tenha vaga semelhança. Ou seja, criar um rótulo. Exemplo: “Isso é maniqueísmo”, ”É idealismo”, “É reacionário”, “É misticismo”, “É fascismo”.
Negação da teoria na prática
“Isso pode funcionar na teoria, mas na prática não”. A frase faz com que até se aceite os fundamentos da opinião do outro, mas coloque em cheque as suas consequências. “Essa afirmação expressa algo que é impossível: o que é certo na teoria tende sê-lo na prática. E, se não o é, há uma falha na teoria: algo foi ignorado e não foi avaliado; por conseguinte, é falso também na teoria”, destaca Schopenhauer.
E é fato, saber se comunicar de forma eficaz e persuasiva sempre foi uma “arma” poderosa para que esses argumentos fortaleçam a nossa posição e sejam tomados como verdade. Em um debate, seja o tema qual for , usar algumas técnicas de discurso podem fazer toda a diferença para convencer outros ouvintes – e até o “adversário” – que uma tese é a melhor (mesmo ela não sendo).
Fatores como a escolha e a memorização dos conteúdos do discurso, a disposição de como é colocado aos outros e a elocução influenciam no poder de convencimento. Mas, não é só isso. Fomos buscar inspiração de dois filósofos de diferentes épocas para aprender outras técnicas de debate e persuasão: os conceitos da retórica expostos por Aristóteles (384-322 a.C) e os estratagemas dialéticos abalançados por Arthur Schopenhauer (1788-1860).
O intuito não é burlar regras e transformar você em um típico e “ensaboado” político experiente, mas, sim, despertar uma preocupação para quem não deseja se perder no labirinto das argumentações capciosas e da influência psicológica dos discursos.
Use a autoridade
O debate é mais fácil de ser encarado quando, entre os argumentos, estão as citações. Em vez de apenas seus fundamentos, utilize a fala de especialistas sobre determinado tema. Podem ser pesquisas, estudos, discursos de autoridades competentes sobre o assunto. As pessoas têm a tendência de ter profundo respeito por autoridades (principalmente por aquelas que elas não conhecem).
Criar uma alternativa forçada
Para fazer com que a outra pessoa aceite a sua tese, uma estratégia é apresentar duas alternativas para que ela escolha. No entanto, uma das alternativas deve abordar algo mais insano de modo que ele, se não quiser ser contraditório, tenha de decidir pela sua tese. “Por exemplo: desejamos que ele admita que um homem tenha que fazer tudo o que seu pai lhe ordene. Para isso, perguntamos: ‘Deve-se obedecer ou desobedecer os pais em todas as coisas?’”, aponta Schopenhauer.
Criar um rótulo
Para tornar menos relevante ou tornar suspeita uma afirmação do adversário, uma opção é reduzir a tese em uma categoria geralmente detestada, ainda que a relação seja pouco rigorosa ou tenha vaga semelhança. Ou seja, criar um rótulo. Exemplo: “Isso é maniqueísmo”, ”É idealismo”, “É reacionário”, “É misticismo”, “É fascismo”.
Negação da teoria na prática
“Isso pode funcionar na teoria, mas na prática não”. A frase faz com que até se aceite os fundamentos da opinião do outro, mas coloque em cheque as suas consequências. “Essa afirmação expressa algo que é impossível: o que é certo na teoria tende sê-lo na prática. E, se não o é, há uma falha na teoria: algo foi ignorado e não foi avaliado; por conseguinte, é falso também na teoria”, destaca Schopenhauer.
Arrastar o discurso do outro ao exagero
É possível provocar o adversário para contradizê-lo ao exagerar sobre a sua afirmação, mesmo que ela seja verdade em certo contexto. O ato de generalizar a tese para várias situações ou exagerar determinadas colocações para casos extremos pode desconfigurar a tese do adversário. Em contrapartida, caso isso seja feito pelo oponente é preciso detê-lo e reconduzi-lo aos limites da sua afirmação com: “Eu disse isto e nada mais”.
É possível provocar o adversário para contradizê-lo ao exagerar sobre a sua afirmação, mesmo que ela seja verdade em certo contexto. O ato de generalizar a tese para várias situações ou exagerar determinadas colocações para casos extremos pode desconfigurar a tese do adversário. Em contrapartida, caso isso seja feito pelo oponente é preciso detê-lo e reconduzi-lo aos limites da sua afirmação com: “Eu disse isto e nada mais”.
Usar a
“raiva” do outro ao seu favor
Caso o seu adversário, diante de um argumento, fique inesperadamente zangado, ou altere seu comportamento, devemos utilizar assiduamente esse argumento. A raiva pode afetar o raciocínio coerente e a razão do discurso do oponente, provocando até a perda de vantagem do debate (caso ele esteja indo melhor).
Mudar o percurso do debate
Se notarmos que o adversário faz uso de uma boa argumentação e as chances de ele ganhar o debate são extremamente acentuadas, um caminho é desviar o foco do tema principal e buscar uma nova questão para ser abordada.
Caso o seu adversário, diante de um argumento, fique inesperadamente zangado, ou altere seu comportamento, devemos utilizar assiduamente esse argumento. A raiva pode afetar o raciocínio coerente e a razão do discurso do oponente, provocando até a perda de vantagem do debate (caso ele esteja indo melhor).
Mudar o percurso do debate
Se notarmos que o adversário faz uso de uma boa argumentação e as chances de ele ganhar o debate são extremamente acentuadas, um caminho é desviar o foco do tema principal e buscar uma nova questão para ser abordada.
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