BR&M Tecnologia

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Valuation: como calcular o valor da sua empresa.

Como saber se o valor que um investidor oferece pela minha empresa é o que ela vale? Entenda como funciona o processo de valuation.

Quando chega o tão esperado momento de dar o próximo passo no crescimento e atrair investidores, a primeira dúvida que surge é: “Afinal, quanto vale minha empresa? ”. O primeiro conceito fundamental que o empreendedor deve entender sobre o valor de uma empresa é que valuation, antes de qualquer estrutura financeira, é uma percepção de mercado. Isso significa que não há exatidão no cálculo, pois essas percepções podem ser diferentes, dependendo de quem estamos falando.

Analisar financeiramente uma empresa exige conhecimento do mercado e do setor, uma perspectiva estratégica e atributos técnicos. Mas os resultados podem ser variáveis, já que não há uma forma definitiva e única de cálculo.

Por isso, é fundamental que você tenha conhecimento real da sua empresa, questionando se o valor que os acionistas e administradores enxergam, considerando seus riscos e oportunidades, é o mesmo valor percebido pelo mercado. Afinal, quem compra é quem de fato dita quanto vale.

O que é valuation?

É o processo de estimar o valor de uma empresa de forma sistematizada, usando um modelo quantitativo. Mas, mesmo assim, envolve certa dose de subjetividade no julgamento do empreendedor ao definir premissas e selecionar fontes de dados. Por isso, a confiabilidade do resultado depende da percepção do mercado e da lógica embutida nas decisões do empreendedor.

Se você tem uma empresa que está começando, terá mais dificuldades para calcular seu valor, por causa da falta de históricos numéricos e por ter um produto/serviço ainda não consolidado.

Por que é importante?

Compreender o valor real de sua empresa permite que você a conheça melhor, explorando os aspectos que a valorizam e os que a fazem valer menos. Assim, você pode mitigar essas deficiências ao longo do tempo.

Outra vantagem é que, sabendo o montante a ser investido e o valor da sua empresa, você consegue negociar a participação societária do investidor de forma mais justa.

Entender o valor de uma empresa historicamente permite que você tenha uma ideia do comportamento da empresa ao longo do tempo, o que é fundamental para a construção de estratégias futuras.

Como fazer o valuation de uma empresa?

O valuation da empresa pode ser feito trazendo para o valor presente os resultados de fluxo de caixa futuros – esse é o método mais utilizado atualmente, e possui 3 grandes etapas:

1. Estimar o fluxo de caixa (montante recebido menos o montante gasto) da empresa para os próximos períodos;

2. Definir a taxa de desconto, baseando-se no risco da empresa de acordo com outras oportunidades de investimento, como a bolsa ou a poupança;

3. Trazer os resultados para o valor presente e somá-los.

Atenção, investidores consideram taxas de desconto altas para defender seu portfólio contra incertezas típicas de startups. Porque:

· Investir em startups é bastante arriscado devido ao alto nível de incerteza e mortalidade;

· Investidores procuram investir apenas em startups que tenham alto potencial de retorno para que as “sobreviventes” mais que compensem as perdas das que não tiveram sucesso;

· Assim, investidores consideram taxas de desconto artificialmente elevadas para se assegurar de que cada startup investida tenha potencial de compensar a perda decorrente de outros investimentos do portfólio.

Portanto, ao calcular o valuation de sua empresa e apresenta-la a um investidor, você deve ter sempre em mente os argumentos para suas decisões de premissas. Entenda que o valor de cada aspecto do seu negócio pode variar de investidor para investidor, dependendo da percepção dele.

Fonte: Endeavor Brasil.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Os elementos de uma reunião produtiva

O parte triste é que a maioria das reuniões são descartáveis. A parte alegre é que todas elas podem ser tornar extremamente úteis

Em um vídeo no YouTube, Abílio Diniz declarou sua aversão às reuniões. Segundo ele, a reunião é um evento que serve para dividir a responsabilidade de quem não sabe muito bem o que fazer. Acredito que o executivo está coberto de razão. Basta olharmos a forma com que as reuniões são conduzidas nas organizações. Mas, apesar disto, é possível sim tornar uma reunião produtiva e eficiente, desde que seja voltada para os resultados, do início ao fim.

As pessoas não estão acostumadas a fazer reuniões mas sim se reunir para tratar de assuntos irrelevantes. Quantas pessoas você vê se preparando para uma reunião? Piorando um pouco, quantas pessoas você vê felizes em irem para uma reunião?

Para tornar uma reunião eficiente, precisamos observar alguns elementos ou, caso contrário, o evento vira uma festa do caqui.

Toda reunião tem que ter um dono: é preciso de alguém para conduzir a reunião, frear quando as pessoas estiverem indo na direção errada ou até mesmo provocar quando as pessoas estiverem mornas ou céticas quanto ao assunto. Isto faz com que a reunião não vire um velório ou uma feira livre.

Reunião planejada é meio caminho andado: como exigir que as pessoas participem ativamente de uma reunião se elas não tiveram acesso a pauta com antecedência? As pessoas têm que saber de forma clara quais os objetivos, pontos a serem abordados e quem serão os presentes, afinal, é o tempo delas que está em jogo e, pelo amor de Deus, teste o data show.

Não deixe a reunião ficar longa: ninguém é capaz de manter o foco em determinado assunto por muito tempo e, cá entre nós, o assunto que não for resolvido em uma hora não vai ser resolvido em três. Estabeleça horário de início e término e torne-se escravo dele, nunca ultrapasse este tempo e trabalhe a condução dos assuntos de acordo com o tempo restante.

Menos é mais: uma reunião não pode ter 20 integrantes, isto torna o ambiente propenso a conflitos inúteis, exclusão de integrantes, assuntos paralelo e constante desvio de atenção. É importante que tenha uma quantidade de pessoas na qual todas possam falar. Isto torna a reunião mais eficaz, democrática e fácil de gerenciar.

Todos devem sair com algo para fazer: na maioria das reuniões saímos sem nem saber qual será o próximo passo. Fuja destas reuniões, pois elas não servem pra nada! Uma ótima opção é utilizar os 10 minutos finais para delegar as tarefas, fulano você pode fazer isto? Cicrano, acredito que você é o melhor para executar esta parte do projeto, ok? É importante que todos os pontos abordados na reunião sejam traduzidos para ações práticas.

Mudar a forma de fazer reunião nas empresas não é tarefa fácil mas, pelo menos, livre-se das reuniões inúteis. Já é um começo para a sua produtividade individual. Pergunte-se se sua participação é realmente necessária e fique tranquilo, pois participar de reuniões não o torna mais importante.

Fonte: ADMINISTRADORES

 

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Informações dos clientes do escritório contábil seguras com a nuvem

Todo contador tem uma grande preocupação em cuidar das informações e documentos dos seus clientes. Não é à toa que antigamente chamávamos o contador de “guarda-livros”, não é mesmo? O nome mudou, mas você continua sendo o anjo da guarda das informações contábeis das MPEs, e por isso uma das suas grandes missões como parceiro do micro e pequeno empreendedor é garantir que as informações do negócio dele estejam seguras e não vazem em hipótese alguma.

Com as novas tendências nos escritórios contábeis e a realidade do contador 2.0, este desafio da segurança da informação se potencializou. Para enfrentar este cenário e aproveitar as oportunidades que chegam com a evolução do papel do contador, a tecnologia é presença confirmada como um meio para ganhar tempo, organização e segurança, dando condições para que o contador atue como um consultor de negócios das MPEs. Fazer a gestão dos documentos contábeis do seu cliente em formato digital é um assunto que deve estar na pauta do escritório contábil. Automatizar atividades que demandam tempo demais do time, como a digitação de lançamentos, é sinônimo de produtividade e precisão. Quanto mais você demorar a adotar este modelo onde tudo é digital na rotina do escritório, mais oportunidades de negócio você perderá.

Como evoluir o seu escritório de contabilidade para este novo patamar com a garantia de que as informações dos clientes não saiam do escritório para as mãos de pessoas não autorizadas?

Um primeiro passo a ser dado é levar seu escritório contábil para a nuvem. Há inúmeros motivos para você adotar o modelo da computação em nuvem no escritório contábil, e segurança da informação é um deles. Nos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa feita com 500 escritórios, os números apontam que 65% deles já adotaram a nuvem nos seus processos. Isso significa que cloud computing já é uma realidade. Neste modelo da computação em nuvem, um dos principais benefícios que o escritório vai obter é a garantia da segurança e a disponibilidade da informação do seu cliente.

Veja um exemplo bem conhecido da sua rotina. Com as escriturações contábeis feitas eletronicamente, você precisa de um lugar seguro para armazenar os arquivos, não é mesmo? Armazenar os documentos fiscais em um ambiente que não tenha uma garantia mínima de proteção e segurança é um risco para o negócio do seu cliente. Adotando o modelo em nuvem, estes documentos fiscais ficarão em um ambiente protegido por meio do que há de mais moderno em tecnologia de segurança e metodologias que garantem a confidencialidade e integridade dos dados. Além disso, você terá cópias de segurança feitas periodicamente e configurações de permissão de acesso para cada pessoa que precisar lidar com as informações. Assim, você protege os arquivos de escriturações contábeis de ataques de pessoas não autorizadas – os chamados hackers. Tudo isso sem precisar ter servidores e especialistas em TI (tecnologia da informação) no seu escritório.

Agora imagine este mesmo benefício para todos os documentos hábeis dos lançamentos contábeis das MPEs que são clientes do seu escritório?

É aí que vem o segundo passo na direção da segurança da informação do seu cliente: automatizar a integração contábil! Por meio de soluções gratuitas, como o ContaAzul para Contadores, você pode exportar as informações contábeis do seu cliente e importar diretamente no seu sistema contábil, eliminando a digitação dos lançamentos que toma aquele tempo precioso do seu time! Gostou? Pois não é só isso. O seu cliente pode anexar os documentos hábeis digitalizados aos lançamentos, e você importa este conjunto de informações totalmente organizado no sistema do seu escritório, eliminando a troca física dos documentos.

Com o controle de segurança que a nuvem oferece, e os níveis de permissão de acesso à informação por usuário, você garante que somente pessoas autorizadas visualizem as informações contábeis do seu cliente.

Ficar preso a documentação em papel e aos inúmeros arquivos e pastas ocupando espaço no escritório contábil é coisa do passado. Com todos os mecanismos de segurança da informação que a computação em nuvem oferece e adoção de tecnologias como o ContaAzul para MPEs e o ContaAzul para Contadores, que dispõem destes recursos e favorecem o aumento da produtividade do seu time, você vai superar em pouquíssimo tempo o medo de que as informações contábeis do seu cliente vazem.

Autor: Marcelo dos Santos

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

As estratégias do RH para as empresas suportarem o complexo cenário de crise

As estratégias da área de RH para as empresas suportarem a crise sem perder seus valores, seus talentos e suas marcas

Diante da crise econômica e politica instaladas no país, a retração do mercado faz com que as empresas adotem o primeiro e não tão eficaz conceito de "corte de custos".

Mas somente isso fará surgir os efeitos esperados para a amenização dos impactos negativos nas contas? Não – essa é a resposta, pois nem sempre medidas radicais ajudam, pelo contrário, trazem insegurança, desestabilização e clima pesado de medo, agravando ainda mais a situação, pois tais medidas implicam diretamente na produção, o que neste momento de crise, passa a ser fundamental.

Mas como fazer para não perder tais valores, em um momento tão crucial para as organizações?

Mais uma vez, a área de Recursos Humanos entra em ação, inovando, trazendo novas tendências e conceitos, fazendo com que, além de diminuir as perdas de valores tangíveis, a "marca" da empresa não seja atingida. Sabemos que a área de RH vem nos últimos anos se destacando dentro das organizações, gerando valores e trazendo maior produtividade a todas as áreas de negócios. E é nesse patamar estratégico que o RH, de forma eficaz, através da criação de cenários de curto, médio e longo prazos e análises de informações estratégicas, se propõe a desenvolver um projeto desafiador, embasado em pilares estratégicos de Inovação, Atração e Retenção, Tecnologia e Engajamento de Pessoas. Esse projeto de 4 pilares contempla de forma eficaz as necessidades das áreas de negócios, descobrindo "insights" e lacunas importantes para superar o complexo cenário econômico, politico e social, sem criar um passivo ainda maior para as organizações.

É claro que os treinamentos alternativos sempre estarão presentes, pois eles tiram a empresa da rotina e desenvolvem seus colaboradores para novos desafios e responsabilidades pós crise. Mas se a ordem é "cortar custos", por que fazer? Porque valorizar seus colaboradores faz com que as organizações cresçam até 50% mais, e em momento de crise aumentar a produção sem aumentar os custos é fundamental.

Uma dica:

A importância de também investir em capacitação das lideranças em momentos de crise faz com que os líderes não se escondam em reuniões improdutivas e não se sintam inseguros e pressionados em relação a tomadas de decisões, ampliando assim uma visão futura e otimista nesse momento de instabilidade!

Mas por que esses 4 temas para composição desses pilares estratégicos? O que eles têm de importante para se destacar nos projetos? Vamos lá:

Inovação: inovar é criar, mas é também mudar. Mudança de postura entre líder e liderado, onde o líder passa a ter uma escuta mais ativa e atenta às possibilidades de criação e implementação que possam surgir, dando liberdade aos seus liderados para trazer ideias e novas perspectivas diante dos diversos cenários existentes.

Atração e Retenção: é um dos temas mais complexos, pois através deste podemos até avaliar o poder da "marca" da organização no mercado, fazendo com que posições dentro da organização sejam buscadas pelos mais diversos talentos do mercado. É importante que as organizações saibam que não podem se valer apenas da oferta salarial e de seus bônus para atrair talentos, é preciso colocar em pauta importantes fatores estratégicos como qualidade de vida, trilha de carreiras, projetos de desenvolvimento, planos de sucessão, projetos de benefícios felixíveis, home office, entre outros.

Tecnologia: vivemos em um mundo dinâmico, que se atualiza a cada despertar, então o RH precisa estar sempre munido das melhores ferramentas tecnológicas de gestão, comunicação e informação, pois análises de dados, indicadores e informações estratégicas sempre estarão no cerne das questões.

Engajamento de pessoas: é importantíssimo que as organizações possuam programas de acompanhamento e desenvolvimento de seus colaboradores desde o início, na fase de integração até a sua maturidade na organização, oferecendo feedbacks constantes de acompanhamento de desenvolvimento, pois assim o colaborador tem a real sensação da importância dele na cadeia produtiva, se sentindo estimulado e incentivado. Isso faz com que ele se sinta cada vez mais parte da organização.

É fundamental que esses 4 pilares estejam alinhados com os subsistemas de RH e as áreas de negócios. Não entendeu? Vamos lá:

Embasados em dados e informações estratégicas, os projetos de criação de novas tendências e conceitos passam inevitavelmente pelos 4 pilares. Entenda:

Projetos de Employer Branding: alinham-se às áreas de RH e Marketing a fim de criar estratégias de fortalecimento e exposição da "marca" da organização, seja através de projetos de comunicação interna ou através de ações da área de marketing, criando assim um valor intangível único, elevando a organização ao maior patamar em relação aos seus concorrentes de mercado, abrindo assim espaço para projetos de atração de talentos.

Projetos de Empowerment: importantíssimo para que colaboradores possuam liberdade e autonomia, para que possam desenvolver melhores práticas e assim obter maturidade de poder de decisão, mesmo não sendo líderes. Através destes projetos e com o alinhamento do RH com todas as áreas de negócios, cria-se uma cultura de engajamento, motivando todos colaboradores, desfazendo um ambiente de rotina e fazendo com que se sintam parte da organização e protagonistas dos resultados, criando, assim, espaço para projetos de retenção de talentos.

Tecnologia: hoje os RHs de grandes empresas estão munidos das mais avançadas tecnologias de gestão, processos e informação, através da utilização de ferramentas na nuvem, voltando-se para a produção estratégica de informações para o negócio, estando diretamente envolvido em todo o ciclo dos profissionais – desde a matriz até as demais unidades baseadas pelo mundo. Sendo uma estratégia do RH, a utilização de ferramentas na nuvem é uma opção segura, confiável e escalável, tendo em vista seu baixo custo em relação a adoção dos softwares tradicionais. Faz-se assim o alinhamento do RH com a área de TI, gerando valores e não custos, pois os serviços na nuvem aliviam a infraestrutura da área de TI, eliminando quedas no sistemas, implementações e ações corretivas a todo instante, evitando possiveis atrasos e retrabalho dos diversos projetos em andamento, eliminando a perda de tempo e os custos extras.

Então, não é tão difícil passar por cenários tão complexos. Basta estar preparado, ter um RH estruturado e estratégico para assumir tais desafios. Não tem esse modelo de RH? Então forme uma boa equipe e possua um líder desafiador, isso o ajudará!

A dica é:

"Mesmo em condições favoráveis na economia e na produção, sempre desenvolva projetos baseados nos diversos cenários que possam surgir".

Sim, amigo, criar cenários mesmo que não necessite não é perda de tempo, é estratégia.

Como sempre digo para as minhas equipes:

"Podemos sempre inovar, simplificando sem sermos simplistas"

Sim, podemos nos transformar em momentos de crise, ser inovadores. E se você leu o texto até aqui e achou que existe muito otimismo, ações deliberadas, uma pitada de subjetividade dentro do contexto atual de crise e que sou "louco", eu faço destes pensamentos um breve alinhamento com uma das grandes mentes do planeta:

"A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar 'superado'. Quem atribui a crise a seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento, respeitando mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência...Sem crise não há desafios, a vida se transforma em rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um." (Albert Einstein)

Fonte: ADMINISTRADORES

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Serviços contábeis: como valorizar o preço?

Uma boa gestão de custos é imprescindível para a prosperidade de qualquer negócio. Isso é inquestionável. Não seria diferente para as empresas prestadoras de serviços contábeis. Todo empreendedor da área deveria dedicar parte de seu tempo à mensuração dos custos que compõem os processos de prospecção, aquisição e atendimento a clientes.

Em mercados altamente competitivos, conhecer detalhadamente os custos dos serviços executados é um fator-chave para a sobrevivência empresarial. É fundamental analisar os custos por tipo de serviço, segmento de mercado, ou mesmo por cliente ou projeto contratado.

Existem diversas técnicas para mensurar o custo da prestação de serviços, como o tradicional custeio por absorção. Existe ainda o sistema ABC (Activity-Based Costing), desenvolvido pelos professores da Universidade de Harvard Robin Cooper e Robert Kaplan. O método possibilita a identificação das atividades que podem ser melhoradas, reestruturadas ou, até mesmo, eliminadas de forma a melhorar a competitividade da empresa. Outra metodologia é  o custo-meta (target costing), estratégia de gestão de custos que, a partir do preço de mercado e de uma margem de lucro desejada, estabelece um limite de custo para os produtos ou serviços.

A análise de pesquisas divulgadas pela Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon) nos leva a concluir que mais de 75% dos players do mercado de serviços contábeis no Brasil não aplicam qualquer técnica para gestão de seus custos. Estas empresas não sabem quais clientes contribuem positivamente para seu lucro e quais geram prejuízo. Igualmente, não identificam quais os serviços prestados que poderiam ser terceirizados ou quais são estratégicos. Enfim, estão em um estágio inicial de gestão empresarial.

Boa parcela dos outros 25% do mercado contábil define seus preços aplicando uma margem de lucro ao custo da prestação dos serviços. Certamente, é uma forma bem mais amadurecida do ponto de vista da administração do que a situação anterior.

A precificação por custeio é amplamente empregada, e com boa chance de sucesso, no setor de serviços. Quanto mais operacional é o serviço oferecido, maior a utilidade desta técnica. O setor de vigilância e serviços gerais é um bom exemplo disto. Normalmente, as empresas calculam o custo do trabalhador terceirizado incluindo as despesas de contratação, demissão, treinamento, materiais e equipamentos de trabalho, aplicam a margem de lucro e têm, assim, o preço final de seu “homem/hora” ou “homem/mês”.

Entretanto, para negócios fundamentados em capital intelectual a definição de preço por custo de execução do serviço não é ideal por não considerar o custo de oportunidade e o valor percebido pelo cliente.

Se uma empresa contábil, por exemplo, tivesse seu custo/hora de consultoria calculado em R$ 80,00 e vendesse essa hora por R$ 200,00 estaria fazendo um bom negócio? Depende do valor gerado e percebido pelo cliente. Imagine que com 100 horas de trabalho os consultores consigam uma recuperação de créditos tributários para seu cliente da ordem de R$ 3 milhões. Muita gente ficaria feliz por receber R$ 20 mil por este trabalho e ter um custo de R$ 8 mil no projeto.

Mas por que alguns que conseguem cobrar de seus clientes R$ 300 mil tendo o mesmo custo de R$ 8 mil? A resposta é simples: conseguiram mostrar valor ao seu cliente durante o processo de negociação do contrato. Resposta simples, tarefa difícil, pois isso demanda bem mais do que uma boa gestão de custos, exige planejamento estratégico, modelagem de negócios, segmentação de mercado. Enfim, gestão mercadológica, ou o popular marketing.
Diversos outros profissionais não cobram por seus serviços somente com base nos custos: advogados, médicos e consultores.


Mostrar seu valor ao cliente é uma ciência que precisa ser estudada e aplicada. Michael Porter, professor da Harvard Business School, defende que “têm sucesso aquelas empresas que entendem quem são e o que as diferencia”. Porter ainda nos dá pistas de como conquistar essa diferenciação e, ao mesmo tempo, reduzir custos: em qualquer empresa, a tecnologia da informação, desde que em sintonia com o modelo estratégico do negócio, exerce efeitos poderosos sobre a vantagem competitiva, tanto no custo, quanto na diferenciação. ”

Enfim, as oportunidades de valorização existem para todos. Porém somente os que investirem seu tempo em conhecimento sobre estratégia e gestão estarão aptos a prosperar ultrapassando os limites do trivial.

Autor: Roberto Dias Duarte