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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Falta de regulamentação é empecilho para carreira na área de Tecnologia da Informação

Sem representatividade, os profissionais têm formação básica, mas esbarram no alto custo das especializações depois da graduação. O setor de TI cresceu 9,2% em 2015 e faturou US$ 60 bilhões em vendas de software, serviços e hardware.
Em plena expansão da era digital, os profissionais de Tecnologia da Informação vivem um contrassenso. Enquanto a demanda pelo especialista de TI aumenta, é cada vez mais difícil encontrar pessoas capacitadas. Os motivos podem se confundir com qualquer outra profissão considerada nova: falta de representatividade e regulamentação. 
De acordo com a última pesquisa anual da Fundação Getúlio Vargas para o setor, apesar da crise, o investimento das empresas brasileiras em TI ficou estável em 2015, representando 7,6% do faturamento líquido. O setor cresceu 9,2% no país, que é líder de investimentos na América Latina. Já o faturamento total do setor foi de US$ 60 bilhões em vendas de software, serviços de TI e hardware, segundo a consultoria IDC, e a previsão é de que fique no mesmo patamar este ano. 
A qualidade da mão de obra, no entanto, não tem refletido essa solidez do mercado. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de São Paulo, Antonio Neto, afirma que um dos motivos é o alto custo das certificações exigidas por algumas empresas. 'Quando você entra no mercado, falta especificidade. Os programas são caros e as empresas investem pouco nesses financiamentos.'
Para obter uma certificação no Brasil, como a da Microsoft, que habilita o profissional a administrar data centers modernos, os exames podem custar até R$ 1,6 mil. Uma certificação mais simples, como a de operações diárias de manutenção e gerenciamento de dados da Oracle, custa por volta de R$ 400. De acordo com o mestre em tecnologia e diretor acadêmico do MBA da Faculdade de Informática e Administração Paulista, Eduardo Endo, a falta de qualidade na mão de obra se deve à diferença entre o que as empresas precisam e o que as universidades ensinam. 'Por isso, é possível ver um crescimento cada vez maior de cursos de curta duração e de extensão.'
A analista de mídias sociais Patrícia Andrade é uma das profissionais que aproveitou esse vácuo no mercado de novas tecnologias. Atualmente, ela é responsável por monitorar contas de redes sociais de personalidades e empresas. Além disso, Patrícia decidiu passar conhecimento e ministra cursos para pessoas interessadas no ramo. 'Com o crescimento do marketing digital, fui obrigada a montar outros cursos para atender a necessidade do mercado.'
Neste ano, entre as cinco carreiras de TI que mais contrataram, Engenharia da Computação paga o maior salário: uma média de R$ 7,5 mil mensais. Para gerente de tecnologia da informação, o valor é de R$ 7,4 mil. Para analistas de sistemas computacionais, o salário médio é de R$ 3,7 mil reais. Os dados são da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação. Segundo o diretor da entidade, Sérgio Sgobbi, a ampliação do uso de tecnologia em diversos setores torna o salário mais atraente. 'Se o profissional se especializa na área de saúde, por exemplo, isso pode refletir no salário dele.'
No início de junho, três entidades que representam o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação entregaram um manifesto ao presidente, Michel Temer. O grupo pediu a retomada de incentivos fiscais a equipamentos, como computadores e smartphones, e a expansão da infraestrutura de acesso à internet. 
Referência: CBN



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