Nova tendência de complexo comercial no Brasil
ressalta os benefícios do novo formato e a necessidade dos shoppings de se
reinventarem
Os
brasileiros gastaram a impressionante quantia de US$ 22,2 bilhões no exterior
em todo o ano passado, recorde histórico segundo o Banco Central. Em comparação
ao ano de 2011, o número representa um crescimento de 4,5%. O consumo é tão
alto que o governo dos Estados Unidos estuda até mesmo colocar o Brasil na
lista de países dispensados de visto para viagens de turismo.
Entre
os locais preferidos dos brasileiros que vão ao exterior, principalmente os
Estados Unidos, estão os outlets, shoppings normalmente localizados no entorno
das grandes cidades e conhecidos pelos baixos preços e produtos de marcas
premium. No Woodbury Premium Outlets, próximo a Nova Iorque, por exemplo, o
português do Brasil já é um dos quatro idiomas oficiais do sistema de
alto-falantes. Encontrar vendedores falando português também é bastante comum
em centros de compras de cidades como Miami, Orlando e Las Vegas.
A boa
notícia, para muitos consumidores, é que não é mais necessário enfrentar longas
jornadas de avião para visitarmos este tipo de empreendimento. O primeiro
outlet premium do Brasil foi inaugurado em 2009 na cidade de Itupeva (SP) e é
considerado até hoje sucesso absoluto. Nos próximos meses será a vez do Rio
Grande do Sul, com a inauguração de um outlet premium na Grande Porto Alegre.
O
mercado de shoppings, de uma forma geral, está em ebulição por todo o País.
Tivemos em 2012, de acordo com o balanço divulgado pela Associação Brasileira
de Shopping Centers (Abrasce), o maior número de inaugurações dos últimos 13
anos. Com mais 27 novos empreendimentos em operação e média de 398 milhões de
visitantes mensais, o mercado de shopping centers brasileiro registrou, em
2012, alta de 10,65% nas vendas em relação ao ano anterior, atingindo total de
R$ 119,5 bilhões. A expectativa do setor para 2013 é de 12% no aumento das
vendas.
No
entanto, os lançamentos não trazem muitas novidades e mantêm o mesmo padrão.
Quem entra em um centro de compras de primeira linha de qualquer capital
brasileira tem aquela sensação de déjà-vu. As mesmas lojas, formatos e
serviços...
O alto
custo de ocupação dos shopping centers tradicionais impede a prática de preços
mais acessíveis ao consumidor. Hoje os comerciantes são obrigados a fazer
liquidações em lojas cujo custo operacional é altíssimo, o que torna impossível
uma operação com descontos realmente tentadores. Outra alternativa dos lojistas
são os outlets próprios, que funcionam bem, mas são limitados, pois têm o apelo
de apenas uma marca.
Já nos
shoppings tipo outlets, como o que está sendo erguido no Rio Grande do Sul, os
custos de ocupação são bem menores, permitindo que os comerciantes pratiquem
preços para lá de atrativos. Apenas para exemplificar, as tradicionais luvas e
o 13º aluguel não existem neste tipo de empreendimento.
Uma
loja de outlet fatura cerca de três vezes mais que uma instalada em um shopping
tradicional. Outra vantagem é o custo de ocupação, que representa
aproximadamente 5% do faturamento bruto (contra 30% a 40% dos demais centros
comerciais).
Por
esses e outros motivos é que o modelo de outlet premium começa a prosperar no
Brasil. Já são três em funcionamento (Itupeva - SP; Contagem – MG e Alexania -
GO) e a expectativa é que mais 30 empreendimentos sejam inaugurados nos
próximos anos.
Estar
localizado fora das grandes cidades é fundamental para o sucesso de um outlet
premium já que os custos são menores e não existe a concorrência direta com os
shoppings tradicionais. Outro ponto importante é estar em um corredor com
intenso fluxo de carros.
Vale
ressaltar, também, que hoje, independentemente do cenário econômico, manter uma
loja tipo outlet é uma decisão inteligente. Em épocas de crise, o consumidor
buscará mais opções com preços acessíveis. Já quando a economia está forte, o
consumo em outlets também é beneficiado.
*Sócio
da GC2000, uma das empresas responsáveis pela implantação do conceito de outles
premium no Brasil
Fonte No Varejo
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