Como gestora
de recursos humanos participo de diversos fóruns e eventos da área e é inegável
a latência desse tema. A pressão está por todos os lados. Os colaboradores
sabem que assim ganharão em qualidade de vida e a organização sabe que a produtividade
– salvo algumas exceções – aumenta. Diante desse cenário, porque não adotar?
O primeiro
passo para uma empresa que quer tomar o home-office como modelo é o total
comprometimento dos líderes na preparação do caminho. É preciso que uma
política seja estruturada, contendo normas e regras, assim como as existentes
no ambiente corporativo. Ainda que o espaço seja do colaborador e não da
companhia, o resultado é da empresa – e mais – do cliente final – por isso
cuidados precisam ser tomados para que a prática se torne viável e eficiente.
Pelo que
posso perceber, um dos maiores entraves para o trabalho em casa é a falta de
controle da empresa sobre o funcionário. Atuando em uma empresa onde o
home-office é adotado – e até estimulado – afirmo com experiência que esse
controle realmente diminui. Mas é importante ter em mente que nem sempre esse
fato significa menos resultados e dedicação.
Essa é uma
questão puramente cultural. Além do que existem diversas formas de
gerenciamento para que um líder acompanhe o trabalho de seus colaboradores –
reuniões periódicas, relatório de atividades, avaliações de desempenho, metas
estabelecidas entre tantas outras fazem perfeitamente bem esse papel.
Nesse ponto,
é onde deve haver a maior atenção da área de recursos humanos e dos demais
líderes, como citei acima: home-office só funciona em ambientes em que há
regras e confiança. O excesso de controle, alavancado pela desconfiança na
execução trabalho do outro, torna a prática do escritório virtual inviável. Por
isso, como já mencionado, é importante que sejam mantidas as reuniões
frequentes e os pontos de contato entre pessoas da mesma equipe e em diferentes
níveis de hierarquia. Assim, o home-office também aparece como um
amadurecimento das relações de uma empresa, pois eleva a gestão para o nível
dos resultados e não da cobrança pontual e meramente processual.
Outro
desafio que uma companhia que está iniciando esse processo deve vencer é
propiciar que o colaborador tenha a mão todas as ferramentas necessárias para a
boa execução do seu trabalho. Tanto para o trabalho tradicional como para o
remoto, os profissionais necessitam de internet, e-mail/webmail, VOIP,
smartphone, aplicativos, entre outros. Porém, dados do relatório da CETEL dão
conta que pouco mais de um quarto das empresas que praticam o home-office
(21,3%) fornecem os recursos necessários, como instalações, mobiliário,
dispositivos e telefonia.
Esse é um
erro comum, mas que precisa ser sanado, uma vez que ter as soluções adequadas é
crucial para que a comunicação aconteça de forma regular. Ainda que as pessoas
se comuniquem com uma boa conexão de áudio, o vídeo está se transformando em um
grande benefício para quem trabalha em escritórios virtuais.
As
companhias precisam investir nisso e oferecer as melhores ferramentas para que
seus funcionários possam entregar os melhores resultados. As tecnologias que
permitem o home-office eficiente já não são mais uma previsão futurista e estão
por aí, a disposição de empresas de todos os portes.
A retenção
de talentos é outro ponto de destaque do estudo citado no início e afirmo que
sinto isso em meu dia a dia. Em uma entrevista de emprego, por exemplo, a
possibilidade do home-office sempre é questionada e a resposta afirmativa já me
rendeu algumas boas contratações. Os novos profissionais, principalmente, são
extremamente conectados e não enxergam a necessidade da presença física
constante para o bom desempenho de suas funções. As companhias precisam se
adaptar para esse novo perfil de profissional, muito mais focado em resultados do
que em processos.
Dessa forma,
apesar dos pontos de atenção do home-office, como a menor relação com colegas
de trabalho, gerenciamento dos funcionários, processos de avaliação, maior
dependência de tecnologias e a necessidade de disciplina, as empresas precisam
entender os benefícios trazidos pelo escritório virtual, como excelente
equilíbrio entre o trabalho e vida pessoal, custo menor com transportes,
impacto ambiental positivo, mais tempo livre das influências do estresse, entre
outros. Somado a tudo isso, há o ponto principal que busca todo profissional de
recursos humanos: colaborador satisfeito que produza mais e melhor.
Por Laura
Lafayette
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