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quinta-feira, 28 de março de 2013

A dura inclusão digital empresarial no e-commerce

33,3% das lojas e empresas online encerram suas atividades antes de completarem o segundo ano de operação.

A cada R$ 100 movimentados no comércio eletrônico brasileiro, apenas R$ 20 são gerados pelas micro e pequenas empresas, apontam dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net). Apesar de representarem 98% dos negócios formais no país, essas empresas responderam cerca de 20% dos R$ 18,7 bilhões gerados pelo e-commerce no ano passado.

Além disso, segundo levantamento da Camara-e.net, as micro e pequenas empresas também sofrem para manter a loja virtual aberta, uma vez que 33,3% das lojas e empresas online encerram suas atividades antes de completarem o segundo ano de operação. Esse índice é 8.3 ponto percentual acima da taxa calculada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na mortalidade do comércio físico no país, que é de 25%.

Seja no mercado presencial ou virtual, o elevado grau de mortalidade se deve à baixa informação e profissionalismo. No entanto, no mundo on-line existe uma outra questão: a deficiência de know how tecnológico ou conhecimento das especificidades do comércio eletrônico para esses empreendedores.

E, é justamente esse último ponto que merece muita atenção, é preciso incluir a empresa digitalmente. Quando falamos em inclusão social digital, é um processo muitas vezes até simples, pessoas são instruídas de formas básicas a conviver no mundo digital. E, a partir daí, elas estão aptas a utilizar computadores, navegar na internet e até comprar no e-commerce.

Mas e quando esse processo de inclusão deve ser empresarial? Como ensinar tudo o que é preciso para o empreendedor? Passar todos os códigos e conhecimentos que um profissional demora anos para desenvolver? A resposta é clara, ou ele estuda para aprender ou ele cria o negócio dele.

Quando opta por levar sua empresa para a internet sem ter o conhecimento, ele encontra a barreira técnica, e fica à mercê de profissionais especializados e os altos custos para o desenvolvimento. Uma vez que os produtos encontrados no mercado sempre apresentam ares complexos e de extremo conhecimento técnico.

Então, quando encontrada essas barreiras e não transpostas essas dificuldades, a loja virtual morre, é abandonada, ou sequer ela chega a ser criada.

A grande verdade é que os desenvolvedores de tecnologia para e-commerce criam produtos e despejam no mercado. É preciso entender que o mundo físico e o mundo virtual é o mesmo. E a missão daqueles que desenvolvem tecnologia é conseguir unir ao máximo esses mundos.

No caso para as micro e pequenas empresas que querem entrar no e-commerce é preciso uma plataforma que ele consiga entender mesmo sem conhecimento técnico, que basta ele escolher o layout, cadastrar os produtos, definir os meios de pagamentos e colocar a loja para rodar, não dependendo de um técnico que entenda de linha de códigos para fazer isso.

E, quando mesmo com essa simplicidade de navegação e configuração amigável, também disponibilizar vídeos, dicas, conteúdo especial para aqueles que ainda tenham alguma dúvida. É o fator da humanização, é o mais próximo da união do mundo físico com o mundo on-line.

Com o fator humano, as empresas devem auxiliar essa transição, abrir a porta do e-commerce para as micro e pequenas empresas. Apresentar realmente um mercado em expansão que certamente pode gerar muitos frutos.

Por Walter Sabini Jr.

O deferimento da recuperação judicial


O artigo 52, III da Lei nº 11.101/2005, dispõe de forma imperativa que "estando a documentação em termos, o Juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato, ordenará a suspensão de todas as ações e execuções contra o devedor".

Trata-se de ato da maior importância nos processos de recuperação judicial, pois é com o deferimento inicial do pedido que a empresa passa a ter, durante até 180 (cento e oitenta) dias, relativa tranquilidade financeira e operacional para se reorganizar e elaborar seu plano de recuperação.

Como o direito constitui ciência humana e a norma jurídica está sujeita à interpretação pelos operadores do direito, em determinados casos o Poder Judiciário, especialmente no Estado de São Paulo, tem relativizado o caráter objetivo da exigência inicial para deferimento do pedido. Assim é que a 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça paulista, ao apreciar o Agravo de Instrumento nº 0194436-42.2012.8.26.0000, decidiu que é legítima a realização de perícia prévia para auxiliar o juízo na apreciação da documentação contábil e constatar a real situação de funcionamento da empresa.

De acordo com o julgamento mencionado, trata-se de exame preliminar sobre a idoneidade da documentação que ampara o pedido e sobre a viabilidade econômica da recuperação, ainda que em sede sumária.

O precedente jurisprudencial versa sobre situação sui generis, de empresa de pequeno porte (apenas um funcionário e capital social de quinze mil reais) e dívida pequena para justificar o pedido de recuperação judicial. Além disso, a decisão aponta “elementos robustos a apontar a inviabilidade da recuperação ou mesmo a utilização indevida e abusiva da benesse legal”.

Embora esses requisitos tenham sido enfatizados pelo TJSP, esse julgamento tem sido invocado como justificativa para se alterar o sentido e o alcance do mencionado artigo 52, III da LRF. Tem-se visto, em vez de aplicação excepcional dessa possibilidade, a quase adoção como regra, sob o argumento de que a decisão que defere o processamento deve ser tomada com mínima cautela e rigor, ao que se acrescenta a ausência de conhecimentos técnicos suficientes para o juiz apreciar a regularidade da documentação contábil apresentada.

Esse exemplo de ativismo judicial, embora em alguns caso seja digno de elogios, é às vezes profundamente danoso à empresa em recuperação. A notícia do ajuizamento do pedido alastra-se quase que imediatamente, impulsionada pela divulgação em jornais especializados em economia e também pelo fluxo instantâneo de informações pela internet. Em seguida, é comum que muitos credores se apressem para tomar medidas judiciais que não tomariam em situação normal, sendo emblemáticos pedidos de busca e apreensão, feitos por instituições financeiras, de bens, maquinários e equipamentos muitas vezes imprescindíveis a manutenção das atividades da empresa, agravando-se a situação de crise que justifica o próprio socorro ao regime de recuperação judicial.

O lapso de tempo entre o ajuizamento do pedido e o deferimento da recuperação constitui verdadeiro limbo jurídico, inclusive porque o Superior Tribunal de Justiça vem assentando o entendimento de que o despacho tem efeito ‘ex nunc’, ou seja, com eficácia daquele momento em diante, sem retroagir à data da distribuição da petição inicial, como se dá em situações processualmente análogas.

Esse vácuo, que ultrapassa facilmente 20 dias se determinada a realização de perícia prévia, em situações extremas é capaz de comprometer a própria viabilidade da recuperação, pois nesse período podem ser tomadas quaisquer medidas contra a empresa, por mais drásticas que sejam, sem a devida proteção. A interpretação e aplicação da lei, por mais nobres que sejam as justificativas, pode torná-la letra morta, em sacrifício do princípio constitucional da preservação da empresa, que gera emprego, tributos e riquezas.

A relevância dos efeitos decorrentes despacho inicial no processo de recuperação exige extrema cautela do juiz, não para deferi-lo, consequência natural caso estejam satisfeito os requisitos legais, mais sim para determinar quaisquer providências prévias que condicionem o processamento. É preciso recordar que a idoneidade das informações apresentadas inicialmente será checada pelo administrador judicial e pelo comitê de credores, com significativas consequências caso não observados os deveres legais de probidade e boa-fé.

A par da interpretação razoável e teleológica da lei, a concessão de medidas de urgência que se equiparem à proteção legal dada pelo artigo sexto da Lei de Falências é o mínimo que se pode fazer para prevenir danos e assegurar a superação da crise econômico-financeira que atinge as empresas em recuperação judicial.
Por Ricardo César Dosso

Cuidados importantes ao abrir o próprio negócio

Por via de regra, o negócio é sempre algo muito idealizado pelos que o fazem, sejam start-ups ou os já estabelecidos no mercado. Por isso, é preciso cautela.

Abrir o próprio negócio é um passo muito importante na vida de qualquer pessoa, trata-se da concretização de um sonho. Justamente por isso, a atitude deve ser extremamente calculada e tomada com muito cuidado, pois pode ser irreversível e prejudicial a uma situação financeira estável. Estudar o mercado, ouvir conselhos de quem já está no ramo e respeitar as experiências na carreira são algumas atitudes que, certamente, contribuem para a evolução da empresa e a chegada dos lucros.


Por via de regra, o negócio é sempre algo muito idealizado pelos que o fazem, sejam start-ups ou os já estabelecidos no mercado. Essa idealização, no entanto, deve ser controlada para que o resultado não seja o oposto do imaginado e o sonho não se torne um pesadelo financeiro. Para iniciar um empreendimento, é preciso respeitar o lápis e o papel e fazer contas sobre o que será investido com equipamentos e pessoas, sem precipitações.

Além de calcular os custos, o empreendedor iniciante deve fazer uma investigação minuciosa sobre o ramo em que atuará - o ideal é que cerca de cinco empresários já estabelecidos sejam ouvidos. Avalie o que está em falta, abrir um negócio não é suprir a nossa necessidade, mas, sim, as deficiências do mercado! Outro ponto fundamental é o respeito a alguma afinidade ou habilidade adquirida durante a carreira profissional, fator que, com certeza, irá colaborar para o desenvolvimento da empresa.

Tão importante quanto todos esses fatores é a aceitação que a pessoa deve ter de sua nova posição no mercado, a de empreendedor. Há uma diferença brutal entre administrar a própria empresa e trabalhar com 13º salário e cumprimento de horário. Quem pretende empreender deve, previamente, compreender que, especialmente nos primeiros anos, terá de dedicar de 12 a 17 horas diárias à empresa e abrir mão de uma série de atividades por conta disso. Ter o próprio negócio exige muita dedicação e entrega afetiva, é uma escolha de vida que pode não ter volta. Por conta disso, todo cuidado é pouco na abertura de um empreendimento.

Fonte: Luiz Fernando Garcia

 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Por que os treinamentos têm pouca durabilidade?

Por que será que alguns treinamentos não duram mais do que uma semana ou um mês depois de aplicados na empresa?

Por que será que alguns treinamentos não duram mais do que uma semana ou um mês depois de aplicados na empresa?

Pois é, recebi por e-mail a seguinte pergunta do leitor do meu site, Ricardo José: "Ola Rogério boa tarde, tenho ouvido o Papo de Consultor e gostei. Na empresa que trabalho temos treinamentos de liderança para área de produção, operação etc. Observei que os treinamentos são ótimos, mas de pouca durabilidade. Até comentei com o ultimo consultor sobre este assunto. Será que a deficiência está na gestão ou então mais acima... Diretoria e outros?"

Muito pertinente a dúvida apresentada e muito questionada em diversos ambientes. Quem nunca participou de um curso onde os resultados só foram aplicados até poucos dias após sua conclusão ou nem isso? Bem, para responder esta pergunta é necessária uma análise mais profunda da situação da empresa. É preciso entender a cultura organizacional que envolve tanto os funcionários do “chão de fábrica”, quanto a diretoria e administrativo, as políticas internas e as relações humanas.

Há vários fatores que podem influir na efetiva transformação de comportamentos, seja em cursos voltados a liderança ou outras áreas do comportamento humano. Entre eles podemos destacar o próprio treinamento. Como ele é conduzido, a metodologia utilizada, o propósito do curso, o quanto o conteúdo e as atividades estão ajustados para o público do treinamento e assim por diante. Neste caso o papel do consultor em sala de aula é fundamental, mas também o levantamento de expectativas e o compromisso com os resultados é que irá garantir melhores resultados.

Porém, é preciso entender que o comportamento humano é dinâmico e, portanto, uma ação específica não irá alcançar um resultado duradouro, mas efêmero. É preciso investir em ações de médio e longo prazo.

Resumindo, para resultados duradouros e que realmente provoquem uma mudança significativa de comportamento é preciso programas bem estruturados, conduzidos por profissionais qualificados (experientes e com sólida formação), um bom levantamento de expectativas, criação de programas de médio a longo prazo aliados a acompanhamentos periódicos, além de efetiva análise dos resultados a cada etapa do desenvolvimento do projeto.

Portanto, pesquise empresas e consultores que possam criar programas mais estruturados e tenha em mente que ações pontuais irão trazer resultados também pontuais. Para resultados duradouros são necessárias ações mais estruturadas.

Por de Rogerio Martins

Empresas podem ter de pagar no mínimo 4% de comissão sobre vendas ao empregado

Caso valor da comissão seja alto, pode constar na folha como parcela indenizatória, evitando incidência de tributos para as empresas.

Empresas comerciais deverão pagar ao empregado, pelo menos, 4% de comissão sobre as vendas efetivadas por ele. É o que prevê projeto de lei apresentado pelo senador Ruben Figueiró (PSDB-MS), que aguarda recebimento de emendas na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O texto receberá decisão terminativa no colegiado.

Para prever essa obrigatoriedade, o projeto de lei do Senado (PLS 47/2013) modifica a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5.452/1943). De acordo com a proposição, o comerciário não receberá o percentual de 4% apenas na hipótese de haver condição mais benéfica, fixada em acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Se a soma do salário e demais vantagens ultrapassar o teto de salário contribuição do regime geral da Previdência Social, prevê ainda a proposta, o valor das comissões será considerado como parcela indenizatória. A medida, explicou o autor na justificação do projeto, evita aumento da carga tributária para as empresas e não prejudica os trabalhadores, que têm garantido o pagamento da contribuição social até esse teto.

O senador também não diferenciou as empresas de acordo com o tamanho – pequeno, médio ou grande porte. A diferenciação, ressaltou, já é feita por mecanismos como o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples).

De acordo com Ruben Figueiró, a intenção é uniformizar o percentual da comissão para que o comerciário não sofra distorções em sua política salarial.

“Nas empresas de grande porte, principalmente, observamos a prática do pagamento de comissões de forma diferenciada, o que gera enormes descontentamentos, pois não se tem um valor uniforme mínimo, capaz de tranquilizar os empregados, o que gera distorções na política salarial do setor”, disse

Iara Farias Borges

Varejo usa tecnologia para atiçar os sentidos

O futuro do varejo está na ampliação das experiências do consumidor, com lojas personalizadas, mais facilidade na hora de pagar e a intensificação do uso dos celulares para fazer compras.

Essas são algumas das impressões de empresários e especialistas que participaram de uma feira em Nova York na semana passada que mostrou as novidades do setor.

“Vimos muito trabalho no sentido de ampliar experiência do consumidor na loja, com tecnologias que procuram atiçar os sentidos”, afirma Gustavo Carrer, consultor de marketing do Sebrae-SP.

Uma das novidades citadas pelo especialista são máquinas de café e de temperos produzidas pela Intel e que têm odor do produto.

Ele diz que, apesar de as tecnologias ainda não estarem acessíveis para os empreendedores, eles podem se inspirar para personalizar suas lojas, criando uma experiência diferente para o cliente.

Outra tendência identificada pelo consultor é o avanço do consumidor chamado “showroomer”. O cliente conhece o produto na loja e interage com ele. Depois pesquisa na internet e compra onde for mais barato.

Ricardo Fiore, 32, franqueado de lojas em shopping, decidiu ir à feira em Nova York para aprender sobre pequenas atitudes que podem ser usadas no dia a dia para lidar com comprador. “Em vez de se perguntar ‘o que você gosta’, o ideal é perguntar ‘o que você não gosta’. É mais difícil de se frustrar assim.”

Ele também se diz impressionado com algumas táticas usadas por mercados, como uma tela que fica sobre a geladeira em que se encontra o leite para vender. Na imagem, se pode ver, em tempo real, o leite sendo retirado da vaca.

Também são colocados bonecos de bichos perto dos produtos para atrair a atenção das crianças, conta.

OPORTUNIDADE

Participando da missão brasileira, o Sebrae levou cem pessoas para a feira, sendo que 34 eram empresários do setor que tiveram sua viagem subsidiada pela instituição.

De acordo com Carrer, do Sebrae-SP, ir a feira é uma oportunidade de os empresários verem o que as grandes lojas estão fazendo e adaptar as ações a seus negócios.

Os empresários tiveram a oportunidade de assistir a palestras e visitar stands de grandes empresas que expunham no evento nos Estados Unidos. (FILIPE OLIVEIRA)

Por Folha de S.Paulo

 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Quer abrir um empreendimento? Então prepare antes o seu modelo de negócio

A nossa sociedade, onde impera o consumo sobre todas as outras formas de manifestações sociais, encontra-se em constante transformação. Este momento histórico, com a crescente ebulição tecnológica e econômica que interfere nas relações de consumo, gera a evolução da sociedade de consumo para a sociedade de hiperconsumo. O desenvolvimento tecnológico vem provocando uma série de modificações nas relações de consumos, na forma de nos comunicarmos e na maneira como as empresas se comunicam com seu público-alvo.

Diante deste novo cenário e novos consumidores clientes, é importante reforçar sob a ótica de empreendedores, administradores, empresários e executivos modernos desta nova era, que não basta ter apenas um bom plano de negócio como fator principal na formatação de suas empresas, seja qual for o seu tamanho, porte ou característica. Antes mesmo desta fase de formatação do plano de negócios, que por muitos anos foi considerada uma premissa fundamental inicial para qualquer empresa, produto e serviço, é importante identificar e definir qual o "modelo real" de negócios.

Portanto, antes mesmo da viabilidade do plano de negócios, o empreendedor deve começar sempre com uma grande ideia que tem como principal aspecto de sucesso a identificação do mercado para ela. Isto é, mais que um plano de negócios, o empreendedor deve primeiro identificar as pessoas que poderão remunerar o serviço ou produto advindo dessa concepção de ideia e modelo de negócios. Assim, consegue-se traduzir esse conceito em uma oportunidade de negócio. E não para por aqui! A oportunidade de negócio precisa também ser validada quanto à sua abordagem de mercado, analisando qual é a melhor forma de chegar ao cliente, para gerar uma relação de confiança e durável, por isso, o modelo de negócio deverá surgir antes da elaboração e desenvolvimento do plano detalhada de negócios.

O modelo de negócio vai dar o tom da inteligência estratégica da empresa. A necessidade será atendida junto com a motivação de compra de um determinado perfil de clientes consumidores, que irão apontar qual a melhor abordagem de relacionamento, comercialização e principalmente adesão ao valor percebido daquela ideia.

Em resumo, todo processo de inovação competitiva está inserido no modelo de negócio. O plano de negocio descreve a estrutura desse modelo e todos os detalhes operacionais no que diz respeito ao mercado, à definição de pessoas envolvidas e sociedade, principais processos, quanto será o investimento, e cenário de viabilidade da empresa. Portanto, percebe-se que não basta e não é premissa fundamental ter inicialmente um bom plano de negócio, e sim, é importante definir bem antes disto, um bom "modelo" de negócio a  partir de uma boa e diferenciada ideia.

Por Bia Rodrigues

10 dicas sobre como negociar com quem só quer levar vantagem

Falso acordo ameaça e intimidação são alguns dos artifícios utilizados por quem nunca aceita ceder em uma negociação

Uma pessoa só pode se considerar um negociador de alto nível se for capaz de identificar e se sair bem diante das táticas e artimanhas empregadas por quem só quer levar vantagem. Assim, é básico conhecer todos os artifícios utilizados e ter consciência de que quem só quer levar vantagem adota dois princípios básicos. O primeiro, uma frase de Ashleigh Brilliant, "Eu sempre ganho, você sempre perde. Não há nada mais juntos do que isto". O segundo é a 1ª. Lei de Roger que é: "jamais pecar contra o décimo primeiro mandamento, que é não ser pego". Isto significa que quando alguém que só quer levar vantagem diz que uma negociação foi ganha/ganha é porque ganhou em dobro. Portanto, em termos práticos, é preciso ter cuidado com o que é denominado como "falso ganha/ganha", em que uma pessoa perdeu, mas saiu acreditando que o acordo foi um verdadeiro ganha/ganha. É por isto que, nos meus cursos de negociação, eu só falo de ganha/ganha depois de ter apresentado as duas categorias básicas de táticas utilizadas por quem só quer levar vantagem, que são as falcatruas e as táticas de fragilização do estado mental e emocional.

Vamos apresentar dez destas táticas, alertando que o repertório que pode ser utilizado é bastante extenso.

O falso acordo

Em 1938, Neville de Chamberlain, então primeiro ministro do Reino Unido, chegou a Londres, voltando de Munique, exibindo um acordo que havia feito com Hitler, sobre a questão dos Sudetos da Tchecoslováquia. Este acordo concedia à Alemanha a região dos Sudetos, que Hitler alegava ser um território que havida sido tomado da Alemanha. Em troca, Hitler garantia que não tinha nenhuma outra pretensão territorial e que, portanto, a paz na Europa, que Chamberlain tanto almejava, estava garantida. Mas o que aconteceu é que, menos de um ano depois, a Alemanha invadiu a Polônia. Portanto, o acordo que Hitler assinou, e que Chamberlain mostrou como sendo um êxito da sua negociação, não valida nada.

O que é inacreditável, nesta negociação, foi o número de erros cometidos por Chamberlain em todas as etapas do processo de negociação, a começar pela péssima preparação. Mas, o pior de todos, foi não ter levando em conta que a negociação não acaba quando o acordo é firmado, mas sim quando é cumprido, e que se o transgressor não puder ser punido, o acordo não vale nada. De qualquer forma, é sempre bom lembrar que é assim que se compra gato por lebre.

Surpresa final

Uma equipe de vendedores brasileiros estava negociando com compradores estrangeiros que falavam um idioma bastante difícil. Depois de vários dias de negociação, os compradores informaram que aceitavam as condições a que se havia chegado e que, portanto, os termos do acordo estavam definidos. Assim sendo, marcaram uma reunião tão somente para formalizar o que havia sido acordado. Quando os vendedores chegaram para a reunião, veio a surpresa. Os compradores alegaram que haviam estudado melhor a questão e que só fechariam a compra caso os vendedores concedessem um desconto de mais trinta por cento.

A falsa negociação

Um executivo foi procurado por um headhunter, com uma proposta irrecusável, para ocupar alto cargo em outra empresa. Na reunião de negociação, para definir as condições de admissão, notou que eram feitas muitas perguntas que não tinham nada a ver com as suas competências e os termos do contrato, mas com estratégias e procedimentos da empresa em que trabalhava. O que aconteceu depois é que não foi chamado para ocupar o cargo e o pretenso headhunter sumiu. Esta foi tão somente uma tática usada por um concorrente para obter informações sobre estratégias e procedimentos da atual empresa do executivo.

Ameaça e intimidação

Um vendedor ia participar de uma licitação, para informatização hospitalar, com uma proposta extremamente competitiva. Antes da reunião para apresentação das propostas recebeu uma ligação telefônica em que a pessoa mostrava conhecer inúmeras informações sobre sua vida pessoal, como a escola de seus filhos e local de trabalho da esposa. A intimidação foi: ou você se retira do processo de licitação ou você não sabe o que vai acontecer com seus familiares.

Mocinho e bandido

É uma tática bastante conhecida, mas ainda empregada e, por incrível que possa parecer, com sucesso. Na realidade, são dois bandidos, mas só que um se apresenta sob a capa de bom moço. Uma variante de mocinho/bandido é a do sócio invisível. Quem negocia é uma ótima pessoa, mas ela tem um sócio que é intransigente. E, este sócio intransigente é inacessível. Às vezes, este sócio intransigente é uma norma ou um procedimento que não podem ser mudados.

O menosprezo

O objetivo do menosprezo é atingir o ego e a autoimagem da outra pessoa e colocá-la num estado mental e emocional fraco de recursos. Um brasileiro foi negociar na Inglaterra e a primeira coisa que o negociador inglês disse foi: "Como é, ainda estão matando muito índio no Brasil?". A mensagem que estava embutida na pergunta era: você é de um país inferior, logo você é inferior. Existem muitas formas de menosprezo. Uma delas é jogar iscas com palavras difíceis que a pessoa provavelmente não saiba o significado. E quando se pergunta pelo significado daquela palavra, vem o menosprezo: "Como você não sabe o que xyz significa. Qualquer idiota sabe o que xyz quer dizer".

Coitadinho

É uma tática para gerar sentimento de culpa no outro. Ela aparece sob a forma de expressões como: "você está querendo arruinar a mim e minha empresa. Pense no número de pessoas que vão ficar desempregadas e nas famílias que não vão ter dinheiro para comprar alimento". Havia até uma empresa que tinha um especialista em chorar. Sempre que era preciso o que diziam é: chama o chorão que ele resolve. É por isto que há quem diga que quem tem pena do coitado fica no lugar dele. Não faz muito tempo, uma televisão fez uma reportagem sobre uma banca de jornal que vendia o "kit mendigo". E o mais incrível foi um mendigo que, para "trabalhar", saiu de um Corolla.

Criação de dependência

É lançada uma isca, como por exemplo, um preço muito baixo para se adquirir alguma coisa. Mas depois fica-se dependente da manutenção e de outras coisas como peças de reposição e sobressalentes e é ai que vêm a exploração. A isca para a dependência é sempre alguma coisa extremamente atraente e é baseada na tomada de decisão com uma visão de curto prazo, sem que se vejam as consequências negativas da decisão a médio e longo prazo.

Situação estressante

Consiste em criar uma situação para deixar o outro em estado mental e emocional fraco de recursos. Existem inúmeras formas de ser feita, entre elas, deixar o outro esperando por horas e horas, fazer reuniões desgastantes que não acabam nunca, colocar a temperatura da sala num nível extremamente desagradável - ou muito quente ou extremamente fria. O fato é que não existem limites para o número destas táticas, a não ser o da imaginação de quem quer utilizá-las.

A falsa confiança

Uma pessoa, ou uma empresa, cria condições para que se acredite que seja extremamente confiável. E, uma vez feito isto, vem o golpe. A questão da confiança é bastante delicada pois, quem não confia de forma alguma, acaba não negociado. Existem muitas táticas que são adotadas, sendo uma delas um golpe chamado de "pato da arara". Um cliente novo, que não era conhecido, negocia um pedido bastante bom, em condições que parecem bastante favoráveis. Verifica-se o CGC e as empresas com quem opera. Checam-se as referências e constata-se que não há títulos protestados. Só há pontos positivos. Melhor impossível. Entretanto, na hora de receber o pagamento, quando do vencimento da fatura, nada acontece. A empresa sumiu. Para dar este golpe uma quadrilha compra uma empresa inativa, com folha limpa na praça, e aluga um escritório e um galpão para servirem de fachada. A partir dai faz muitas encomendas. As araras costumam bater asas entre 30 e 45 dias. Em geral, este golpe pega quem não faz uma análise aprofundada das informações e não toma os cuidados necessários para o caso de novos clientes, sobretudo, àqueles que fazem pedidos muito generosos. Ou seja, quando a esmola é muita, o santo desconfia.

O que fazer diante de quem só quer levar vantagem?

Assim sendo, é fundamental que você conheça muito bem o repertório de táticas e as variantes que são usadas por quem só quer levar vantagem. É preciso saber analisar com profundidade toda a situação para saber se estamos diante de uma ameaça ou se, apesar de tudo, estamos diante de uma grande oportunidade. E, acima de tudo, não perder a cabeça, pois isto pode fazer parte do jogo da outra pessoa, como fez o italiano Materazzi com o francês Zidane, na Copa do Mundo de Futebol de 2006.

Tenha um procedimento baseado em três perguntas essenciais: 1) Nesta situação existe uma oportunidade de atendimento dos meus interesses, necessidades e expectativas? Se a resposta for não, retire-se da negociação. Se a resposta for sim prossiga; 2) Posso aproveitar? Se a resposta for não retire-se. Se a resposta for sim prossiga; 3) Como posso aproveitar? Se você encontrar um procedimento adequado e seguro, prossiga. Caso contrário, retire-se.

De qualquer forma, tenha presente que os bons negociadores estão preparados para o que der e vier e tem como um princípio importante o que já dizia Benjamim Franklin por volta de 1750: "Quem não leva a sério a preparação de algo, está se preparando para o fracasso". Portanto, é preciso saber que a preparação é fundamental, mas só isto não basta pois, acima de tudo, é preciso saber muito bem como se preparar para se chegar à excelência numa negociação. Foi para isto que criei várias tecnologias como a Matriz de Preparação, um instrumento conceitual simples e poderoso, que mostra como se faz uma análise de risco numa negociação e o MIN - Modelo Integrado de Negociação, que dá uma visão global de todos os fatores que contribuem para o sucesso de uma negociação. Tenha presente que uma das piores coisas que pode acontecer é quando estamos negociando com uma pessoa extremamente competente e desonesta. Assim sendo, esteja preparado para o que der e vier e considere que mar tranquilo não faz bom marinheiro. Mais ainda: quem só sabe navegar em mar de almirante, está fora do jogo.

Por José Augusto Wanderley

Desafios para os dos Fundos de Investimento de Direitos Creditórios (FIDC)


Mudanças no enquadramento legal dos fundos de investimento de direitos creditórios (FIDC) colocam em causa o seu desempenho, ao mesmo tempo que podem vir a ser mais utilizados nas carteiras com o objetivo de diversificação.

Os fundos estruturados, no Brasil, nos quais se incluem os FIDC para além dos fundos imobiliários e os de investimento em participações, são produtos aos quais os gestores recorrem para diversificar as suas carteiras, num cenário de baixas taxas de juro, de acordo com o Panorama ANBIMA de Dezembro. A esta conjuntura acrescenta-se como ponto positivo o aumento do apetite ao risco e a própria diversificação por parte dos investidores.

A perspectiva de pior desempenho económico da Zona Euro em 2013, apontada pelo BCE nas suas projeções de crescimento para aquelas economias, e a dificuldade do acordo para evitar o "precipício fiscal" nos EUA ratificam a expectativa de baixo crescimento global no próximo ano. No Brasil, a frustração com os números do PIB do terceiro trimestre (0,6%) e a produção industrial de Outubro (0,9%) alimentaram a expectativas de novos estímulos à actividade económica, segundo é referido pela ANBIMA. Embora condicionada à evolução dos níveis de inflação, a possibilidade de uma nova redução de juros abriu espaço para maior volatilidade e ganhos adicionais na classe de obrigações. No médio prazo, a indicação custo/retorno mais baixo deve reforçar movimentos observados ao longo do ano e a predominância das emissões de dívida e diversificação da indústria de fundos.

Se, por um lado, isto favorece os fundos estruturados e os FIDC, por outro, 2012 não se revelou um ano muito positivo para estes fundos. Os FIDS acumularam um resgate líquido de seis mil milhões de reais até Novembro, refere o Panorama ANBIMA de Dezembro. Foi a necessidade dos agentes de se adaptarem às novas regras para a divulgação de informação financeira e demonstrações de resultados que levou a uma menor aquisição de unidades de participação deste tipo de fundos. Também, em 2013 são esperadas novas alterações que visam mitigar a ocorrência de conflitos de interesses, em que a concentração indevida de funções por um mesmo participante possa comprometer a boa gestão e controlo.