BR&M Tecnologia

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Business Intelligence impulsiona mudança nos modelos de gestão

Abordagens operacional e estratégica distinguem projetos envolvendo sistemas de business intelligence. CIOs acreditam na adoção desse tipo de solução como ferramenta para mudança do modelo de gestão das companhias. Iniciativas envolvendo projetos de BI geraram boas discussões no Intercâmbio de Ideias do IT Forum. Os debates permearam questões críticas como a dificuldade de envolver a alta gestão como patrocinadora; unificação de base de dados garantindo consistência; definição de papéis e responsabilidades da TI e das áreas usuárias e uniformização de conceitos.

O que ficou claro é que soluções eficientes existem no mercado e são commodity. Resta aos gestores a definição da estratégia de entrada e conduzir a implantação da tecnologia para levar o aplicativo ao nível estratégico. Processos definidos configuram-se em outra questão importante na hora de implementar uma ferramenta de maneira eficiente.
“O segredo do BI está no data warehouse. Se você tiver um DW perfeito, tudo funcionará bem”, opina Frederico Wanderley, CIO das Casas Bahia, que apresentou seu case no evento. A gigante varejista adotou um processo único para aproveitar dados corporativos. “Isso confere padrão às informações.” Há seis anos a empresa roda uma ferramenta da Cognos. Atualmente, a companhia tem um terabyte de dados na ferramenta que analisa todas informações de negócio praticamente em tempo real. Máquinas robustas processam os cálculos durante 4h30 durante a madrugada para serem disponibilizados já no início do expediente das lojas.

A Casas Bahia explora muito as facilidades de cubo para acesso mais visual a apresentação dos dados. Informações consistentes suportando os cubos permitem aprofundar-se na análise, que vai desde contratos, serviços, tipos de venda, desempenho da loja virtual, entrega, bandeira do cartão de crédito usada e análise do crescimento de venda das lojas, por exemplo. Fred está há três décadas na companhia e, por conhecer bem a empresa e o negócio, pode enriquecer o uso do aplicativo.
Fora da zona de conforto:

Após abertura de capital, a Cyrela captou recursos e comprou terrenos, sua principal matéria-prima. “A questão aí era definir qual rumo seguir”, recorda Rogério Pires, CIO da incorporadora que conduziu outro grupo de gestores de TI na discussão do tema. A companhia começou com um projeto de adoção da ferramenta mapeando processos e conectando três áreas cruciais para o negócio: terrenos, inteligência de mercado e vendas.
A expectativa do projeto era reunir tudo em uma única base de dados, cruzar informações e gerar cenários. A adoção demandou mexer nos processos e isso tirou funcionários da zona de conforto. Para resolver a questão, Pires envolveu as áreas de negócios, transformando-as em donas do projeto. Quinze pessoas, das três áreas e da TI, envolveram-se na iniciativa. Ao mesmo tempo em que analisavam qual ferramenta atenderia suas expectativas, a Cyrela construía seu data warehouse.

O nível de detalhamento culmina em mapas com informações de negócio que ajudam identificar pontos de empreendimento, terrenos viáveis, clientes em potencial; intercalando isso com dados do mercado e concorrência. Os benefícios verificados por Pires na adoção de uma ferramenta diminuíram o volume de relatórios e conferiria independência à área de TI, pois o usuário passaria a dono da informação.
Por Felipe Dreher

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Como deve agir a área de TI para obter aprovação do CIO em projetos?

Uma das dicas é deixar claros e facilmente visualizados os benefícios do projeto, bem como as consequências de não investir nele.

Quando as equipes de TI de data center e instalação se reunem com o Chief Information Officer (CIO) para falar sobre a possibildiade de aquisição de equipamentos, as conversas raramente são fáceis. A tecnologia que procuram muitas vezes é cara, na faixa de seis ou sete dígitos, e justificar o investimento pode ser um desafio.
Durante um fórum realizado recentemente em Las Vegas, no Estados Unidos, alguns gestores compartilharam suas técnicas para obter a aprovação do CIO para comprar novos equipamentos. Como a discussão foi informal, estabeleceu-se que nenhum nome seria publicado.

Um ponto comum da discussão é que na maioria das grandes empresas, o CIO está cada vez mais visto pela equipe técnica como alguém de negócios e com conhecimento técnico limitado. Esse pode ser o primeiro obstáculo para viabilizar um projeto.
Torne o projeto real
“Os CIOs, hoje, não entendem os projetos do ponto de vista técnico”, disse um gerente de TI. Outro apontou que “conforme o tempo passa, os CIOs estão cada vez menos técnicos”.


CIOs querem visualizar o business case e o retorno sobre o investimento (do inglês ROI) por trás do pedido do equipamento. “Você geralmente precisa falar com eles em termos de negócios”, disse uma pessoa na mesa redonda.
O processo também significa definir o pedido de forma que os benefícios do projeto, bem como as consequências de não investir nele, sejam facilmente visualizados. Um gerente aconselhou, por meio de uma abordagem simples, uma aproximação com o CIO. “Deixe-me dizer o que de ruim pode acontecer se você evitar realizar esse investimento”, apontou.

Apresentações devem ser curtas

O que os gerentes de TI observam é que quanto maior a empresa, menos tempo o CIO tem para você. Um dos executivos recomendou resumir a solicitação de equipamentos ou projeto em uma folha de papel. O gerente também sugeriu chegar à reunião com uma apresentação que pode ser entregue em um prazo de cinco minutos.


Alguns na mesa redonda disseram que os CIOs podem, por vezes, fazer perguntas fora do foco do projeto. A razão, sugeriram eles, é “eles estão vendo se esse projeto é algo que você está realmente disposto a lutar.”
Seja diplomático e educado
É importante garantir que as pessoas que assinam a compra de plataformas de TI em uma empresa ou instituição entendam o que você está fazendo, alguns aconselham. Uma boa dica é conhecer as pessoas no departamento de finanças que trabalham com compra de TI.


Um gerente disse que sempre que instala um novo equipamento, ele convida a equipe da área Financeira para visitar o data center para que elas vejam a tecnologia funcionando. Construir essas relações pode ajudar a vender os projetos futuros. “Isso torna mais tangível”, afirmou.

Ofereça opções

A ideia de dar alternativas aos CIOs estimulou o debate. Um gerente recomendou ir ao encontro com o chefe com três opções: uma opção high-end “tudo-o-que-precisamos”, outra “essa-vai-nos-ajudar-a-realizar-o-trabalho” e, por fim, uma opção de esqueleto. “Uma delas vai funcionar”, apontou um dos profissionais de TI. Apareceu também uma sugestão para oferecer abordagens de curto prazo.
Ao sugerir alternativas ao CIO, assinalou um defensor dessa abordagem, “é possível oferecer algum controle sobre a solução”. Mas há ceticismo sobre essa prática. “Se você dá a opção superbarata, ele pode ficar com ela e então você está preso a essa sugestão”, observou um participante.

Por Patrick Thibodeau

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Como vai o seu CRM?

É preciso avaliar se o seu sistema ainda está atendendo às necessidades dos negócios e dos clientes

O CRM, tecnologia para gerenciar o relacionamento com o cliente, serviu no passado ao propósito simples de manter registrados os dados dos clientes. Hoje, há desafios maiores como integrá-lo a redes sociais e transmitir instantaneamente informações do cliente para o call center.
O importante é ter um olhar mais atento sobre a infraestrutura de CRM. Com todas as novas funcionalidades disponíveis nas atuais ferramentas, é preciso avaliar se o seu sistema ainda está atendendo às necessidades dos negócios e dos clientes.

Mas enquanto os aplicativos de CRM e todos os seus dados forem críticos para o negócio, a análise real tem de começar com a estratégia de relacionamento do cliente dentro da empresa, diz Mary Wardley, analista da IDC. “Sem saber o que você quer, onde você foi e onde você vai, será difícil de alcançar os objetivos”, diz ela.
“Um dos meus princípios sobre CRM é a necessidade de construir uma estratégia para ele dentro da organização”, diz Mary. “Não importa que tipo de empresa você está, é necessário ter um plano para gerenciar o relacionamento com o cliente, porque é uma estratégia de serviço ao cliente”.

De posse dessa estratégia, o segundo passo é a implementação de aplicações de CRM, que a viabilizem e ajudem a empresa a atender às metas de negócios, de vendas e de receita.
Um ponto importante para manter o CRM atualizado, segundo Mary, é ajustá-lo sempre que acontecerem alterações na estratégia. Ela destaca que é preciso ir ao mercado com frequência para saber das evoluções do segmento de atuação, por vezes diariamente, dependendo do negócio e do panorama competitivo.

“Esses dados sempre estão em mutação e estar update pode ajudar a empresa a tomar decisões corretas sobre como os sistemas de CRM estão funcionando e o que precisa ser atualizado, reformulado ou substituído”, diz Mary.
A executiva lista algumas perguntas que as empresas devem fazer para saber se o CRM está atualizado:

• Possui recursos que os usuários estão solicitando?
• É necessário upgrade para adicionar os recursos necessários?

• É possível adicionar módulos para expandir a capacidade do CRM?
• Qual é a estratégia correta para o negócio?

• Existem recursos hoje que não estavam disponíveis quando da implantação do sistema?
• É necessário integrar agora novos recursos?

De acordo com Mary, as respostas vão depender da estratégia que a empresa traçou para o cliente. Ela lembra que as alterações que a companhia avalia serem necessárias, não categorizam o atual sistema de CRM como falho, mas se realizadas, poderão torná-lo mais eficiente para fortalecer a estratégia traçada.
Os sistemas de CRM de hoje abordam as mídias sociais, que não existiam há dez anos, quando a maioria das empresas começou a implementá-los. Sendo assim, prossegue Mary, é necessário saber se o sistema irá precisar de uma cirurgia simples ou de grande porte.

É o momento em que entra a análise de como o sistema de CRM existente pode atender às necessidades de negócios e de clientes. Mary recomenda também perguntar se a atualização para o CRM é algo que pode ser feito por meio de complementos simples ou se será necessária uma grande reformulação.
A empresa tem sistemas antiquados, porém com recursos que gosta, mas talvez precisem ser atualizados por meio de alguns add-ons, tais como análise de redes sociais ou recursos para adicionar dados, como identificador de Twitter do cliente. Se assim for, diz Mary, talvez a atualização possa acontecer sem grandes esforços de reconstrução. Por outro lado, prossegue a executiva, pode surgir a necessidade de uma substituição completa.

Um fator que tem peso importante nessa avaliação e no processo de decisão é a idade da infraestrutura do CRM. “Obviamente, as mais antigas não serão capazes de aceitar a profunda integração com novos sistemas, particularmente com tecnologias de nuvem”, diz.
Se o sistema é antiquado e a empresa deseja uma estratégia multicanal, com recursos de call center, chat de serviço ao cliente, recursos móveis e entrada para redes sociais, o cenário de mudanças será mais complexo.

Outro complicador, na opinião de Mary, é que talvez não seja possível adicionar módulos disponíveis para mobilidade e redes sociais porque eles dependem de tecnologias baseadas em IP, que provavelmente não estão presentes nos aplicativos de CRM mais antigos. Se for esse o caso, diz Mary, então certamente a empresa não poderá seguir em frente com o sistema que tem.
Um dos clientes de Mary constatou que as personalizações de CRM feitas há muito tempo não funcionaram com atuais dados [colhidos por meio do cartão fidelidade de um cliente]. Os dados acrescentados e combinados não puderam ser carregados na tela de um atendente de call Center, no momento do atendimento. Isso porque os novos aplicativos de CRM nem sempre trabalham bem com aplicações personalizadas mais antigas.

“Se você comprou um pacote de software em 1999 e está tentando implementar um aplicativo novo hoje, pode ser que eles não consigam trabalhar juntos. Ao longo do tempo, fica mais árdua a tarefa e menos provável que seja possível manter esse aplicativo ou encontrar profissionais qualificados para fazê-lo. E mesmo se o fizer, a manutenção pode sair cara”, diz Mary.
Por Todd R. Weiss

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Tendências em Business Analytics que as empresas podem explorar

Os avanços nas tecnologias analíticas e de inteligência estão permitindo que CIOs se voltem mais rápida e profundamente para o universo móvel.


Ferramentas de análise e inteligência de negócios estão ajudando empresas a responder perguntas mais complexas para fornecer informações valiosas e ajudar a gerenciar os negócios com mais eficácia. Cinco tendências no setor de tecnologia da informação (TI) estão, agora, desafiando as análises e impactando na entrega de resultados. São elas: o surgimento do Big Data, tecnologias para processamento mais rápido, custos decrescentes de commodities de TI, proliferação de dispositivos móveis e mídias sociais.

Nesse novo cenário, é possível usar analytics para obter uma série de vantagens. Veja como explorar esses fenômenos.

Big Data
Big Data é o conjunto de uma grande quantidade de dados, entre eles os estruturados e não estruturados, como vídeos e imagens. Mídias sociais, dados de cadeia de suprimentos e câmeras de vigilância tornaram a gestão dos dados corporativos mais complexa do que costumava ser.

Embora nem toda empresa precise de técnicas e tecnologias para lidar com grandes conjuntos de dados não estruturados, Perry Rotella, CIO da Verisk Analytics, companhia de análise de risco, acredita que todos os CIOs devem olhar para plataformas de análise de Big Data.

Big Data é uma tendência explosiva, de acordo com Cynthia Nustad, CIO da HMS, empresa que ajuda a conter custos em programas de saúde. A HMS ajudou os clientes a economizar 1,8 bilhão de dólares no último ano e a salvar bilhões em gastos desnecessários por evitar pagamentos indevidos. "Recebemos e acompanhamos milhares de materiais com dados estruturados e não estruturados", diz Cynthia.

Para ajudar a lidar com o fenômeno, a HMS está explorando o uso de tecnologias NoSQL, baseadas em open source. Elas são capazes de processar dados com eficiência e a baixos custos. Cynthia usa Hadoop para analisar fraude e desperdício e talvez migre a utilização para a análise de registros de visitas de pacientes que podem ser relatados em uma variedade de formatos.

Entre os CIOs entrevistados para esta reportagem, aqueles que tiveram experiência prática com o Hadoop, incluindo Rotella e o CIO do comparador de preços na web Shopzilla, Jody Mulkey, estão empresas que prestam serviços de dados como parte de seu negócio.

"Estamos usando o Hadoop para tarefas que costumamos usar o data warehouse”, diz Mulkey. E, mais importante, acrescenta ele, para conseguir "análises muito interessantes que nunca poderíamos fazer antes".

O Good Samaritan Hospital, hospital em Indiana, nos Estados Unidos, é outro exemplo. "Não temos o que eu classificaria como Big Data", diz o CIO Chuck Christian. No entanto, os requisitos regulamentares estão desafiando o armazenamento de novas categorias de dados, como registros médicos eletrônicos em grandes quantidades. Assim sendo, sem dúvida, existe um grande potencial para colher informações sobre a qualidade de saúde a partir dos dados, diz ele.

Business
Analytics ganha espaço


Tecnologias para lidar com Big Data ajudam empresas a caminhar mais rapidamente em direção ao mundo analítico, diz Vince Kellen, CIO da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos. "O que queremos é uma análise avançada em meio a uma montanha de dados", diz Kellen.

A capacidade dos computadores de hoje para processar muito mais dados em memória permite resultados mais rápidos do que quando a pesquisa por dados acontecia no disco.

Apesar de os bancos de dados terem, há décadas, ganhado melhor desempenho com cache de dados acessados com frequência, agora tornou-se mais prático carregar grandes conjuntos de dados para a memória de um servidor ou cluster de servidores, com discos usados apenas como backup.

Por esse motivo, agora, Rotella diz que pode executar em segundos as informações, o que há cinco anos consumiria uma noite toda. A companhia em que Rotella trabalha faz análises preditivas de grandes conjuntos de dados, que muitas vezes envolvem a execução de uma consulta, a busca por padrões, e realização de ajustes antes de executar a próxima consulta.

Tecnologias mais baratas.

Junto com o aumento da capacidade de computação, análises estão se beneficiando da queda dos preços de memória e armazenamento, juntamente com o software de código aberto que fornece uma alternativa aos produtos comerciais e estabelece pressão competitiva sobre os preços.

Cynthia, da HMS, vê as mudanças na economia na computação alterar algumas opções básicas de arquitetura. Por exemplo, na empresa, uma das razões tradicionais para a construção de data warehouse foi juntar os dados em servidores com potência de computação para processá-los. Quando o poder de computação era mais escasso do que hoje, era importante descarregar cargas de trabalho analíticas de sistemas operacionais para evitar degradar o desempenho de cargas de trabalho diárias. Agora, essa nem sempre é a escolha certa, observa Cynthia.

"Com o preço do hardware e de armazenamento caindo, você pode se dar ao luxo de começar a lidar com uma camada de Business Intelligence", diz ela. Ao levar em consideração todos os passos da mudança, a reformatação e o carregamento de dados no warehouse, análises podem dar respostas mais imediatas.

Hackney observa, no entanto, que, embora as tendências de desempenho dos preços sejam úteis para o gerenciamento de custos, economias potenciais são muitas vezes eliminadas pela crescente demanda por capacidade. "É como correr no mesmo lugar", diz.

Todo mundo é móvel

Assim como todas as aplicações existentes hoje, BI está saltando para dispositivos móveis. Para Cynthia, BI móvel é uma prioridade “porque todo mundo quer acessar relatórios sobre a organização onde quer que esteja”, assinala. Ela afirma que faz parte dos planos da companhia fornecer para os clientes da empresa acesso móvel aos dados para ajudá-los a monitorar e gerenciar despesas de saúde. “É uma demanda que teve início há cinco anos, mas cresce muito hoje”, observa.

Para os CIOs, o caminho é partir para a criação de interfaces para smartphones, tablets e telas sensíveis ao toque e não para a adoção de sofisticados recursos analíticos. Talvez por essa razão, Kellen considera essa questão bastante fácil de resolver.

Rotella não concorda com Kellen. "A computação móvel afeta a todos", diz ele. "O número de pessoas que faz o trabalho em iPads e outros dispositivos móveis está explodindo. Essa tendência irá acelerar e mudar a forma como nós interagimos com nossos recursos de computação”, observa. Por exemplo, Verisk desenvolveu produtos para permitir acesso a análises em campo, para que os funcionários possam executar as estimativas de custo de reposição de produtos. Isso é uma forma de "alavancar a análise e colocá-la nas pontas dos dedos das pessoas que precisam dela”.

O que torna esse cenário desafiador é a rapidez das mudanças tecnológicas, avalia Rotella. "Dois anos atrás não tínhamos iPads. Agora todo mundo está andando por aí com um”, afirma.

Mídia social sob os holofotes

Com a explosão do Facebook, Twitter e outras redes sociais, mais companhias buscam analisar os dados gerados por esses sites. Novas aplicações analíticas surgiram para apoiar técnicas estatísticas, como processamento de linguagem natural, análise de sentimento, e análise de rede que não fazem parte do kit de ferramentas de BI.

Por serem novas, muitas ferramentas que mapeiam mídias sociais estão disponíveis como serviço. Um exemplo é o Radian6, produto baseado no modelo software como serviço (SaaS) que recentemente foi adquirido pela Salesforce.com. O Radian6 apresenta um painel da marca com menções positivas, negativas ou neutras.

Esse tipo de tecnologia, quando usada em departamentos de marketing e atendimento ao cliente, não exige envolvimento pesado de TI. Ainda assim, a Universidade de Kentucky acredita que precisa prestar auxiliar no processo. "Meu trabalho é identificar essas tecnologias, ver se está em linha com os objetivos de competitividade da empresa e começar a educar as pessoas certas para usá-las", diz ele.

Assim como qualquer outra empresa, a universidade tem interesse em monitorar o sentimento das pessoas sobre a sua marca, mas Kellen diz que essa movimentação também pode auxiliar a identificar oportunidades para desenvolver aplicações específicas para as preocupações escolares, como a retenção dos alunos.

Por exemplo, monitorar mensagens de estudantes nas mídias sociais pode ajudar professores e administradores a identificar quando os alunos estão com dificuldade no aprendizado. Os desenvolvedores de TI também vão procurar maneiras de construir alertas gerados por análise de mídia social em aplicações para responder a esses eventos, completa.

Encontrar tais correlações pode fazer uma grande diferença na hora de mostrar o retorno sobre o investimento da mídia social, diz Hackney. "No meu setor, todo mundo olha para os números”, observa.
Por David F. Carr

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Entendendo a Margem de Lucro

Qual a relação dela com a eficiência da empresa? Sempre associe o retorno esperado ao que seria possível de se conseguir de remuneração no mercado financeiro.

Mais uma vez vamos abordar o tema de rentabilidade. Na última oportunidade falamos sobre o break even point e agora vamos tratar da margem de lucro. De uma maneira bastante simplista, a margem de lucro envolve dois conceitos básicos: formação do preço de venda e retorno esperado para o capital investido.

A formação do preço de venda envolve aspectos que estão sob o controle do empreendedor, custo de produção, principalmente, e outros que não estão sob seu controle, quanto o mercado está disposto a pagar por aquele produto ou serviço. Desta forma, de nada adianta querer praticar um preço que está fora do que vem sendo praticado pelo mercado. Este raciocínio foge um pouco naquelas situações em que se trata de um novo produto ou serviço ou ainda de um nincho de mercado ainda não explorado, onde não há um referencial de preço. Há ainda aqueles produtos e serviços que devido às suas características conseguem cobrar um preço acima do mercado e são conhecidos como produtos ou serviços com “premium price”. Se você não estiver em nenhuma das situações que permita a prática de um preço diferenciado, então é bom estar atento ao que está ocorrendo no mercado e dentro de casa com relação ao custo de produção.

Por outro lado o empreendedor investe seu capital para ter uma remuneração e este retorno deve considerar o custo de oportunidade do dinheiro. Ou seja, o retorno deve ser superior ao esperado para uma aplicação ou dívida no mercado financeiro, senão não valeria todo o esforço de empreender. Há no mercado uma métrica de retorno a depender do tipo de setor em que se irá empreender. No varejo, por exemplo, há uma remuneração de cerca de 4% sobre o total das vendas. Para a atividade de serviços, se espera algo em torno de 20% sobre o total das vendas. Portanto, antes de começar a empreender entenda em que setor pretende atuar e quais são as métricas de remuneração aplicáveis. Talvez você chegue à conclusão de que ou está no ramo, produto ou serviço errado.

Tendo feito estas considerações, vamos passar agora a verificar como determinar a margem de lucro e principalmente correlacionar esta margem com a eficiência operacional do empreendimento.

Para se chegar à margem de lucro deve-se partir do preço de venda, lembre-se: aquele que o mercado está disposto a pagar e não o que você gostaria de praticar, e deve-se deduzir todos os custos para produzir e entregar, inclusive impostos, chegando-se assim à remuneração do empreendedor. E aqui vai um alerta: não se esqueça de incluir todos os custos necessários: os que variam de acordo com o volume de produção, os variáveis, e aqueles que às vezes são esquecidos pelo empreendedor, como os custos fixos, que existem independentemente de haver produção ou não.

Caso o resultado obtido seja negativo, ou mesmo inferior à margem de remuneração do setor em que você está atuando, está na hora de dar uma olhada na sua eficiência operacional. Ao fazer está análise o empreendedor poderá se deparar com questões associadas ao volume de vendas, existe uma quantidade mínima a ser vendida para justificar o empreendimento, ou mesmo à estrutura de endividamento para financiar o negócio. Atividades com maior volume de investimentos e longo prazo de maturação requerem fontes de financiamento com encargos mais baixos. Um bom exemplo é o da construção ou aquisição de equipamentos, “CAPEX”. Nestes casos uma agência de fomento ao desenvolvimento pode ser a fonte mais adequada para o financiamento.

De uma forma geral, uma boa dica é sempre associar o retorno esperado ao que seria possível de se conseguir de remuneração no mercado financeiro. Feita as contas é hora de empreender.
Por Paulo Sérgio Dortas

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Adoção de cloud em PMEs vai dobrar em 3 anos no País, prevê Microsoft

No Brasil, 33% são usuárias de nuvem e 45% afirmaram que devem contratar o modelo nos próximos dois ou três anos.
Em todo o mundo, o número de pequenas e médias empresas (PMEs) que utiliza pelo menos um serviço pago na nuvem deverá triplicar nos próximos três anos e dobrar no Brasil. É o que indica estudo realizado pela Microsoft em parceria com a Edge Strategies, companhia de pesquisas.

O levantamento, intitulado Microsoft SMB Business in the Cloud 2012, ouviu decisores do mercado de TI de mais de 3 mil empresas de pequeno e médio portes, em 13 países incluindo o Brasil, e identificou que o apetite das PMEs para a nuvem está crescendo à medida que elas adotam cada vez mais dispositivos e serviços, enquanto suas preocupações sobre a nuvem diminuem.

Segurança, aponta o relatório, é uma prioridade, mas não é a principal preocupação. Das empresas brasileiras 23% acreditam que seus dados estão menos seguros na nuvem do que se estivessem em seus computadores. No mundo, esse número é de 20%. Trinta e sete por cento das empresas PMEs consideram que os dados estão tão seguros na nuvem quanto nos seus sistemas instalados.

Apesar das incertezas econômicas globais, 53% das pequenas e médias empresas do mundo e 68% das PMEs nacionais que usam serviços em nuvem esperam crescer em vendas nos próximos 12 a 18 meses, sendo que a maioria delas acredita que a tecnologia vai acelerar seu crescimento.

Entre os benefícios apontados pelas empresas em solo nacional estão mais produtividade (55%), redução de custo (54%) e mais flexibilidade (49%). E-mail é o serviço mais usado na nuvem, por 27% das companhias, saltando para 63% em dois a três anos. Em segundo lugar está backup online, com 15% atualmente, crescendo para 41%.

A pesquisa descobriu que no Brasil, das 250 empresas entrevistadas, 33% são usuárias de nuvem e 45% afirmaram que devem contratar o modelo nos próximos dois ou três anos. “Já passou o tempo em que as grandes corporações eram as únicas a possuir serviços de TI de última geração”, diz Victor Baez, gerente de pequenas e médias empresas e canais da Microsoft Brasil.

Segundo ele, a nuvem coloca as pequenas e médias empresas em pé de igualdade em termos de estrutura tecnológica, ajudando-as a competir em um ambiente de negócios com rápidas mudanças. A pesquisa indica que 62% das empresas entrevistadas que utilizam os serviços em nuvem relatam benefícios significativos de produtividade em TI.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Business Intelligence móvel ganha espaço entre as corporações

A necessidade de tomar decisões em tempo real, somada ao avanço dos smartphones, faz com que um número crescente de empresas use soluções analíticas em ambientes móveis.

Ano após ano, Business Intelligence (BI) vem se mantendo entre as prioridades de tecnologia do mundo corporativo. E com a expansão do uso dos diversos recursos de mobilidade pelas empresas, esse tipo de solução ainda se manterá um bom tempo no topo da lista dos projetos de TI.

Uma das provas disso é da companhia Life Technologies, multinacional do ramo de ferramentas para biotecnologia. Antes mesmo finalizar o desenvolvimento de sua primeira aplicação de business intelligence, o vice-presidente de arquitetura, aplicações globais e testes da companhia, Manoj Prasad, já se debruça no desenvolvimento da próxima versão.

Tamanha ênfase é justificada pela importância da aplicação. O objetivo de Prasad é que toda a equipe de vendas, com 800 profissionais que trabalham em campo, tenham acesso a informações detalhadas das ferramentas comercializadas pela Life Technologies, cujo público é formado por pesquisadores científicos.

Em uma definição rápida, sistemas de BI lidam com quantidade muito grande de dados e conseguem resumir tudo em formulários, como gráficos, para análise sofisticada de tendências de negócios. Fazer com que essa ferramenta adapte-se à mobilidade, usando o poder dos dispositivos móveis - como smartphones e tablet PCs -, pode fazer com que a empresa interaja em tempo real com clientes e parceiros, aprimorando serviços e turbinando negócios. “Todas as companhias vão acabar indo para o caminho da mobilidade”, prevê Prasad, argumentando que o avanço dos equipamentos acelera essa tendência.

A movimentação das empresas rumo à mobilidade, aliás, já era identificada há dois anos, antes da crise. Um estudo realizado pela empresa de análise Aberdeen Group identificava que 78% das companhias queriam ter BI móvel, enquanto 17% estavam em processo de implementação. “Mas a recessão veio e adiou esses investimentos”, conta o analista da Aberdeen, David Hatch.

O que a crise não interrompeu foi a produção de equipamentos móveis altamente sofisticados, como o iPhone, iPad e os telefones baseados em Android. “Agora há equipamentos realmente portáteis que lidam com a complexidade do BI”, diz Hatch.

A resposta das empresas está sendo agressiva. Uma pesquisa da Aberdeen, de maio deste ano, mostra que 23% das companhias já tiraram os planos do papel e possuem algum tipo de aplicação BI móvel implementada e outros 31% querem ter a ferramenta implementada até 2011. Segundo o também analista da Aberdeen, Andrew Borg, elas procuram por soluções para tomadas de decisões em tempo real, eficiência operacional, fluxo de trabalho flexível e melhoria da capacidade de resposta aos clinetes.

São esses os benefícios que atraem a Life Technologies e que fez com que BI móvel se tornasse em prioridade para a companhia. O desafio é o de tirar dados das soluções SAP Business Objects e Cognos, da IBM, e colocar nos aparelhos Blackberry e iPhone.

Para viabilizar isso, o time de TI da Life sugeriu o aplicativo de visualização Roambi, da empresa norte-americana Mellmo, e o testou com dois relatórios relacionados a vendas. E “Na demonstração, o resultado animou o CIO e os usuários”, diz Prasad.

Uma versão de testes já está rodando em 50 iPhones da companhia, mas a plataforma utilizada ainda não funciona com os aparelhos BlackBerry, o que deve ser resolvido com a versão móvel do Cognos.

Mas não é só a força de vendas que vai se beneficiar, segundo Prasad. A área que o executivo comanda desenvolve uma estratégia móvel para toda a companhia, com uma ênfase especial em BI.
Empresa mostra maturidade

Se a Life Technologies apenas está começando na área do BI móvel, a Fraport AG, empresa que administra vários aeroportos, incluindo o gigante Aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, começou o trabalho há seis anos e já vive uma situação de uso pleno da ferramenta.

O objetivo inicial era distribuir dados sobre o aeroporto, como partidas e chegadas de vôos, tempo de espera para procedimentos de segurança e razões para atrasos. Em 2008, já haviam dados disponíveis em plataforma móvel para 100 gerentes do aeroporto. Dois anos depois, já são 800 funcionários que acessam informações tratadas com o sistema de BI da companhia de softwares analíticos SAS. “Quando os gestores obtém a informação exata exatamente na hora em que necessitam delas, as decisões só ficam mais precisas”, diz o gerente sênior de sistemas de negócios da Fraport AG, Dieter Steinmann.

Procedimentos diários exemplificam as vantagens: antes, os gerentes do aeroporto responsáveis por levantar com as empresas aéreas as razões para os atrasos tinham que voltar ao escritório, procurar os dados e repetir encontros. Não é comum que eles levem laptops para as reuniões.

Mas eles carregam aparelhos BlackBerry. E agora conseguem puxar dados instantaneamente, incluindo o histórico da companhia aérea específica. Com respostas imediatas, os gerentes passaram a agir com mais eficiência para resolver rapidamente os problemas.

Steinmann disse que o trabalho para chegar a esse ponto foi relativamente pequeno: um pouco de programação em XML que foi feita por um trainee que usava o trabalho como parte de sua dissertação de mestrado. “Foi rápido e não muito caro”, garante o executivo, que destaca também o prestígio que a eficiência da solução atribui ao departamento de TI.

Futuro promissor

A aplicação da Fraport é um exemplo do que pode se tornar um grande fenômeno. “A tendência é que o mercado ganhe um vasto portfólio de aplicativos para departamentos de vendas e de serviço em campo”, diz o analista do IDC, Stephen Drake.

Na análise do profissional, o BlackBerry continuará sendo usado nesse contexto, mas a ênfase dos desenvolvedores será para aparelhos como o iPad, tablet da Apple, e telefones mais poderoso, como o HTC Evo, cuja tela maior e de alta resolução facilita a visualização de dados analíticos em forma de gráficos.

O futuro também reserva soluções de todos os grandes fabricantes. Líderes como SAP, IBM e SAS já deixaram bem claro que caminham na direção da mobilidade em eventos recentes. Sem contar as diversas startups da área e os avanços das redes de telecomunicações, que empurram ainda mais a adoção. “O uso dessas soluções não era possível nas redes 2G”, diz Drake. Agora, mais do que viável, é um caminho sem volta.
Por Computerworld (EUA)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Tecnologia da Informação aplicada à gestão do varejo

A tecnologia de ponta tem auxiliado o varejo a enfrentar os desafios nos dias de hoje. Em um mercado cada vez mais segmentado, complexo e em constante mudança, ter uma estratégia de negócios respaldada por soluções e ferramentas que tornem as empresas de varejo mais rentáveis e competitivas e, principalmente sustentáveis ao longo do tempo, é fundamental nos dias de hoje.

Esta foi a visão de Jean Carlo Klaumann, diretor geral de sistemas da Linx, apresentada durante o BR Week 2012. Com o tema “A tecnologia aplicada à gestão do Varejo: Rentabilidade, Competitividade e Sustentabilidade do negócio”, o palestrante reforçou a importância de combater as ineficiências operacionais, financeiras e administrativas com um bom planejamento de TI.
“Hoje a TI deve ser cada vez mais agressiva e decisiva para um varejista. A necessidade imediata de capturar um cliente, devido a alta competitividade e oferta no mercado atual, faz da TI não mais uma comoditie e sim um ativo de valor”, frisou Klaumann.

Para ele o consumidor não olha mais só o preço de um produto, mas sim toda uma cadeia de valores. “Um mix correto, conveniência na hora da compra, agilidade e facilidade de interação em diversos canais, tudo isso hoje é analisado pelo consumidor no momento da compra e a TI é uma ferramenta imprescindível para o varejista neste momento”.

Hoje com tanta oferta e informação disponível na rede mundial de computadores, fica cada vez mais competitivo para um varejista conquistar este novo cliente. “Não estamos falando aqui do fim dos pontos físicos, mas do enriquecimento da experiência de compra em diversos canais. Este é o aspecto principal hoje deste novo Varejo. A TI neste cenário se torna o principal elemento – ao lado da gestão de negócios – para o seu sucesso. Sem um alinhamento destes dois aspectos nenhum varejista sobreviverá”, reforçou Klaumann.

Sem dúvida mapear e capturar informação em tempo real é o maior desafio hoje para o varejista. As soluções em TI apresentadas juntamente com as considerações de Jean Carlo Klaumann, ofereceram uma visão de como uma gestão mais precisa e imediata para o setor varejista depende de uma boa tecnologia da informação.

Para finalizar ele citou um exemplo onde um cliente da Linx já consegue avaliar a frequência de vendas hora a hora em seu PDV. “Este cliente, por exemplo, já aplicou na sua rede uma premiação chamada de ‘o vendedor da hora’, tamanha é a agilidade proporcionada pela TI.

Ele consegue realizar manobras que busquem uma melhor adequação ao longo do dia em sua loja e não precisa mais esperar o final do dia, ou final da semana para avaliar resultados e fluxos para só então construir a melhor estratégia de negócio. É a tecnologia exigindo do gestor a mesma agilidade que o comprador encontra hoje lá na ponta”.

Por Marcelo Brandão

Antes de vender, conheça seu cliente

Todos que trabalham ou desejam trabalhar na área de vendas devem atentar para um momento bastante importante: o da qualificação do cliente que deseja conquistar. A ideia deste artigo é mostrar, de forma clara e objetiva, no que consiste esta que é a primeira etapa de qualquer processo de vendas: a qualificação do prospect – e como fazer com seja eficaz.

Em vendas, prospect é toda pessoa, física ou jurídica, que potencialmente tenha interesse em adquirir o produto que você vende. Portanto, prospect é o que muitos chamam de cliente potencial.

Antes de mais nada, é preciso entender que nem todas as pessoas são clientes potenciais do seu produto. Para que não perca tempo, dinheiro nem esforços, verifique se o prospect atende às seguintes condições:

- tem capacidade e autoridade para comprar ou se comprometer com a compra;

- tem sentimento de urgência sobre a decisão;
- confia em você e na sua organização;

- está disposto a escutar o que você tem a dizer.

Caso pelo menos duas dessas condições sejam atendidas, temos aí um bom alvo para ações do vendedor. A boa qualificação identifica as necessidades do prospect e alerta o vendedor para as oportunidades de satisfazê-las.
Sempre que algum novo vendedor chega a uma equipe, é fundamental que o gestor e, se possível também, os demais vendedores relatem as reais condições para prospecção no segmento em que o novato vai entrar e suas experiências.

Com frequência, vendedores menos experientes têm a ilusão de que o sucesso em vendas é quantitativo, não qualitativo. Desta forma, deparar-se com clientes que não querem ouvir ou não querem comprar é, para os novatos, “a morte”.

Ocorre que o processo de vendas é entendido, neste caso, sob a ótica do vendedor. Isso vem desde tempos remotos, quando o resultado era mais importante do que o processo. Muitos vendedores não se conformam em não conseguir fechar a venda porque ainda abraçam o antigo conceito de que uma venda deve acontecer a qualquer preço. Assim, forçam vendas, chegam a persuadir à força, o potencial comprador; ouvem, mas não escutam os clientes. Estes vendedores, segundo relatos de vários clientes, costumam fazer apresentações enfadonhas e demoradas nas quais descrevem o produto e suas especificações, chegando a detalhes que, em essência, interessam somente a uma minoria dos potenciais compradores. Falam da qualidade do produto e de seus diferenciais, mas não raro deixam de observar se as condições que mencionamos acima foram atendidas.

São condições simples de serem observadas, mas uma vez não cumpridas, reduzem drasticamente as chances de qualquer fechamento.

Vendedores focados exclusivamente no que querem que aconteça, perdem de vista o que o prospect quer. O quadro abaixo ilustra bem o que acontece de modo geral:

O VENDEDOR QUER
O PROSPECT QUER
Concretizar a venda
Resolver um problema
Ganhar comissão
Economizar dinheiro
Ganhar prêmios
Aumentar a eficiência do que faz
Ascender profissionalmente (se puder mais do que os colegas)
Parecer bem ante os colegas, amigos e à comunidade
Acabar um período recessivo
Evitar erros na compra

Fonte: Impact selling, The Brooks Group
Os modernos conceitos de vendas estabelecem que tão importante quanto vender, é ter a certeza de que o cliente fez uma boa compra. A ótica do vendedor, portanto, se inverte: não há mais “vendedores”, mas sim, compradores. Não há vendedor que convença alguém a comprar o que não quer. As pessoas compram o que precisam, de outras pessoas que são capazes de entender o que elas, consumidoras, querem.

Quanto antes o vendedor desenvolver algumas habilidades pessoais, mais rapidamente poderá ser capaz de entender as necessidades ou desejos dos outros – isto, obviamente, inclui os seus potenciais clientes.
O primeiro passo é fazer uma autoanálise, é tentar se perceber. Analisar tudo o que acontece na sua vida e como você reage em cada situação já será um bom começo para alcançar o sucesso em vendas. Ao se analisar, você será capaz de identificar os seus próprios pontos fortes e os que precisa melhorar. Não tema as duras palavras daqueles que, realmente, querem lhe ajudar. Elas nem sempre são agradáveis de ser ouvidas, mas são absolutamente necessárias!

Depois de ter consciência dos seus pontos fortes e da importância em fortalecê-los a cada dia, procure desenvolver-se naqueles que considera fracos. Se precisar, não hesite em pedir ajuda para isso. Estes passos significam grande avanço na sua caminhada.

Autodesenvolvimento inclui também autoestima. Pessoas bem-sucedidas costumam gostar de si mesmas; são pessoas que têm mais amor próprio e que sabem valorizar os trabalhos que realizam. Mas veja bem: amor próprio não é sinônimo de egoísmo. Quanto mais você se conhece, mais capaz de ajudar aos outros será. A forma mais rápida para atingir o que se deseja é contribuir para que os outros também consigam o que querem. Pode parecer paradoxal, mas ser bem-sucedido é investir pesado para atingir o que se deseja e, ao mesmo tempo, ter prazer em servir, em doar. A pessoa de sucesso é aquela que se empenha, dedica e entrega aos seus sonhos e os compartilha.

A partir deste ponto, poderíamos relatar várias passagens de êxito na adoção da boa qualificação de prospects, mas preferimos deixar que as suas próprias experiências lhe falem isso. Para ajudá-lo, listamos abaixo algumas observações que:

- Bons vendedores conhecem-se a profundamente e compreendem a natureza humana.

- Vendedores que não conseguem ser ouvidos, costumam não ter confiança em si mesmos.

- Um bom vendedor sabe diferenciar uma pessoa ocupada de uma que quer somente se ver livre dele.

- Se um vendedor é percebido pelo prospect como inconveniente, é porque ele, de fato, o é.
- Não existem compradores para vendedores que não sabem escutar.

- Nunca perca a chance de desenvolver um bom relacionamento com seu prospect.

Fechar a primeira venda é apenas o início de uma relação potencial que se apresenta, mas isso é assunto que abordaremos em outro momento. Boas vendas!

Por Surama Ozório e André Acioli

Cloud computing é inevitável. Render-se ou esperar?

A computação em nuvem, nos próximos anos, provocará tantos efeitos na sociedade quanto o e-business.
Quando escrevi meu livro sobre cloud computing, em 2009, o assunto ainda era curiosidade. A pergunta mais ouvida era: “O que é cloud computing?”. Estamos em 2012 e muita coisa mudou. Os questionamentos se deslocaram de “vou ou não para cloud?” para “quando e em que ritmo devo adotar cloud?”.

A computação em nuvem, nos próximos anos, provocará tantos efeitos na sociedade quanto o e-business. Hoje, convivemos naturalmente com o comércio eletrônico e internet banking que, aliás, caminha rápido para se tornar mobile banking. Há uns dez anos, havia muito receio de usar comércio eletrônico e ter de passar dados dos cartões de crédito pela internet. Acessar a conta corrente do banco via web? Era viver perigosamente... Mas tudo mudou. E muito rápido!

Um estudo interessante da Bain & Company mostrou que há um ponto de inflexão econômico quando as vendas na internet alcançam 15% das vendas totais de uma determinada categoria. A partir disso, é grande a possibilidade de fechamento de lojas físicas e falência de marcas. Um exemplo é a Blockbuster, que fechou quando as vendas de vídeo online alcançaram 17% do mercado.

O estudo mostrou que o varejo online canibaliza vendas nas lojas físicas no Brasil, uma vez que as vendas na internet crescem 24,4% ao ano, enquanto nas lojas físicas o crescimento é de 11,8% ao ano. As lojas físicas vão acabar? Não, pois sempre (pelo menos no futuro previsível) teremos consumidores comprando nas lojas físicas, mas é uma ameaça a quem não investir pesado na internet. Por exemplo, a Amazon destina 5% do seu faturamento para P&D e o eBay investe 10% da sua receita no desenvolvimento de novos produtos online. Na prática, se o consumidor quiser comprar pela web, ele o fará. Enfim, se o varejo tradicional bobear, pode quebrar mesmo se for uma rede imensa. Blockbuster era um negócio bilionário...

Esse efeito avassalador está também ocorrendo no setor de TI com a computação em nuvem. Entre os usuários pessoais já é de uso comum: Gmail, Dropbox, Picasa, Flickr, Twitter, Facebook... Usamos nuvens sem mesmo saber. E tecnologias sem necessidade de um técnico especializado por perto. Simplesmente não existe curso para usar Facebook. Você abre um perfil e começa a usá-lo. Esse uso disseminado pelas pessoas físicas gera uma pressão nas empresas para que as facilidades que encontramos nas nuvens pessoais também estejam disponíveis no ambiente de trabalho.

O ambiente corporativo já olha a computação em nuvem por outra óptica. As mudanças trazidas por esse modelo traz já estão e vão afetar ainda mais, e de forma significativa, a maneira como adquirimos e utilizamos recursos computacionais, mudando as relações entre fornecedores de serviços, produtos de tecnologia e clientes. A própria indústria de TI vai ser obrigada a redesenhar modelos de negócio. E alguns outros serão criados.

Exemplos? O de outsourcing tradicional será transformado de maneira radical. Empresas de serviço desenvolverão negócios voltados à integração entre a nuvem e a maioria dos ISVs, até por questões de sobrevivência, adotarão nuvem. Ecossistemas em torno de serviços e produtos de cloud serão desenvolvidos. Essa mudança já está visível quando analisamos pesquisas, como uma recente realizada pela Saugatuck Technology, que ao perguntar aos CIOs quais serão as modalidades preferidas para aquisição de software para os próximos anos, mostrou que, para 2014, a soma das alternativas exclusivamente em cloud e pelo modelo hibrido cloud + on premise, ficam com 60%. Adquirir estritamente pela prática tradicional de vendas de licença on premise ficou com apenas 40%. É, indiscutivelmente, um movimento irreversível.

Por outro lado, TI está na encruzilhada da decisão: com cloud poderá criar soluções a custos bem menores e velocidades bem maiores que no modelo atual. Por outro lado, seu papel passa a ser mais de broker, buscando e intermediando soluções seja lá onde se encontrem, na nuvem interna (privada) ou externa. Olhando o exemplo do varejo tradicional: se a TI de uma empresa relaxar, corre o risco de desaparecer.

Aí entra a questão correta: não posso lutar contra cloud, mas como explorar a computação em nuvem da melhor forma possível? O papel de broker fará com que TI seja também um “cloud provider”, mesmo para clientes internos. Não é simples. Tem de ser mais ágil e menos custosa que atualmente. Os benchmarks que serão usados para avaliar a TI interna serão com os provedores de nuvens, e não com empresas do mesmo setor ou porte, como hoje.

Exemplo interessante é o projeto de avaliação da TI, feita pela Bechtel em 2008, quando ela comparou-se a provedores de nuvem. O texto vale a pena ser lido. Além disso, como não será capaz de deter a entrada de novas aplicações que operam em nuvens públicas, a área de TI terá de revisar e desenvolver métodos e processos (como ITIL), adotando novas tecnologias que garantam não apenas segurança, mas interoperabilidade entre as diversas nuvens que constituirão o futuro portfólio de infraestrutura de TI das companhias.

O processo de migração para o ambiente de nuvem já começou. Pesquisa divulgada pela CIO Magazine em 2011 já apontava que metade dos CIOs entrevistados estava adotando a mesma estratégia do governo americano de “Cloud First”. Essa política diz que o uso de cloud é prioridade em qualquer novo desenvolvimento.

Obviamente que a migração não pode e nem deve ser feita no estilo “Big Bang”. Existem muitas barreiras, como cultura da organização, nível de maturidade de TI e mesmo a abrangência do seu portfólio legado, que muitas vezes podem ser um impeditivo. As estratégias de cada empresa vão variar, mas me parece bem lógico que um modelo de cloud bastante comum será o que chamamos de nuvem híbrida, com parte das aplicações rodando em nuvem privada e o restante em nuvem pública.

A construção de aplicativos multitenancy, explorando o paralelismo implícito em nuvens, provavelmente virá com o amadurecimento do conceito na área de TI. No início, veremos o simples deslocamento de aplicações on premise para rodar em ambientes virtualizados. Lembrando que virtualização é apenas o primeiro estágio para a “cloudficação”. Aliás, nunca é demais repetir que a fórmula da computação em nuvem é virtualização + padronização + automatização + self service.

O ritmo e a abrangência da adoção de cloud também variam de empresa para empresa. As organizações da economia criativa, em que praticamente tudo é software, já começaram na nuvem. Exemplos? Foursquare, LinkedIn, Peixe Urbano, Zynga, Netflix e outras que não usam data centers próprios, apenas nuvens públicas. A criação de um negócio em ambiente de nuvem é muito mais simples e barato que antes. O artigo “Why Sofware is Eating the World”, escrito por Marc Andreesen, o criador do Netscape e hoje investidor, publicado no Wall Street Journal, exemplifica claramente um case no qual ele diz que, em torno do ano 2000, operar um empreendimento na internet custava cerca de 150 mil dólares/mês, enquanto hoje, em nuvens públicas, o custo caiu para 1,5 mil dólares/mês. A possibilidade de criarmos, com o uso de computação em nuvem, startups de forma mais barata e rápida abre um novo campo para o empreendedorismo.

Aliás, o software está-se tornando a maior vantagem competitiva das empresas. Continuamente, observamos setores tradicionais do mundo físico, sofrendo disrupção devido ao software. E inovação em software demanda rapidez de desenvolvimento, porque a janela de oportunidade se fecha muito rapidamente. Para atender a essa velocidade, precisamos de um ambiente flexível e ágil, como o que a computação em nuvem oferece.

As empresas mais convencionais vão migrar aos poucos, mas qualquer que seja o setor de indústria em que atua, usarão clouds nos próximos anos. Algumas mais concentradas em nuvens privadas, como bancos, e outras mais voltadas a públicas, como pequenas e médias companhias.

Fazendo um exercício de futurologia... Imaginemos o final desta década... Em minha opinião, não estaremos mais falando em cloud computing, mas apenas em computing, pois cloud será o nosso modelo mental de pensarmos e usarmos TI. Além disso, muitos dos profissionais que construíram o modelo cliente-servidor, dominante hoje, estarão aposentados ou perto disso, e os novos profissionais que assumirão posições de gestão já terão convivido muitos anos com nuvem, em casa e no trabalho. Será natural para eles usarem cloud como modelo natural de TI. Portanto, cloud computing não deve ser visto como uma iniciativa de simples cunho tecnológico, de melhoria de infraestrutura, mas sim subordinada a uma visão maior, estratégica, de reposicionamento da própria empresa no mercado.

Por Cezar Taurion