Mudanças no enquadramento legal dos fundos de
investimento de direitos creditórios (FIDC) colocam em causa o seu desempenho,
ao mesmo tempo que podem vir a ser mais utilizados nas carteiras com o objetivo
de diversificação.
Os fundos
estruturados, no Brasil, nos quais se incluem os FIDC para além dos fundos
imobiliários e os de investimento em participações, são produtos aos quais os
gestores recorrem para diversificar as suas carteiras, num cenário de baixas
taxas de juro, de acordo com o Panorama ANBIMA de Dezembro. A esta conjuntura
acrescenta-se como ponto positivo o aumento do apetite ao risco e a própria
diversificação por parte dos investidores.
A
perspectiva de pior desempenho económico da Zona Euro em 2013, apontada pelo
BCE nas suas projeções de crescimento para aquelas economias, e a dificuldade
do acordo para evitar o "precipício fiscal" nos EUA ratificam a
expectativa de baixo crescimento global no próximo ano. No Brasil, a frustração
com os números do PIB do terceiro trimestre (0,6%) e a produção industrial de
Outubro (0,9%) alimentaram a expectativas de novos estímulos à actividade
económica, segundo é referido pela ANBIMA. Embora condicionada à evolução dos
níveis de inflação, a possibilidade de uma nova redução de juros abriu espaço
para maior volatilidade e ganhos adicionais na classe de obrigações. No médio
prazo, a indicação custo/retorno mais baixo deve reforçar movimentos observados
ao longo do ano e a predominância das emissões de dívida e diversificação da
indústria de fundos.
Se, por um
lado, isto favorece os fundos estruturados e os FIDC, por outro, 2012 não se
revelou um ano muito positivo para estes fundos. Os FIDS acumularam um resgate
líquido de seis mil milhões de reais até Novembro, refere o Panorama ANBIMA de
Dezembro. Foi a necessidade dos agentes de se adaptarem às novas regras para a
divulgação de informação financeira e demonstrações de resultados que levou a
uma menor aquisição de unidades de participação deste tipo de fundos. Também,
em 2013 são esperadas novas alterações que visam mitigar a ocorrência de
conflitos de interesses, em que a concentração indevida de funções por um mesmo
participante possa comprometer a boa gestão e controlo.
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