Como a
inadimplência tem-se mostrado em queda nos últimos meses, esse fator não pode
ser apontado como causa do problema, nem fatores externos. Para muitos
analistas, teve maior influência o recrudescimento da inflação, que reduziu o
ritmo de crescimento da demanda e a capacidade de se financiar do consumidor.
Isso afetou empresas de todos os portes, mas especialmente as micro, pequenas e
médias.
Segundo o
advogado Fernando De Luizi, de um dos maiores escritórios especializados nesses
pedidos, "o momento é pior do que o de 2009, quando as empresas
brasileiras sofreram os efeitos da crise de crédito internacional".
A
recuperação judicial é, hoje em dia, um processo preferido pelas empresas em
dificuldades e representou um avanço, porque oferece de fato oportunidade de
recomeço da vida da empresa, em vez de levá-la "para o buraco", como
acontecia fatalmente com a concordata preventiva. O pedido é despachado mais
agilmente e suspende por 180 dias todas as execuções e arrestos de bens
propostos por credores, facilitando a montagem de um plano de recuperação para
posterior pagamento das dívidas.
Como as empresas
que solicitam esse benefício têm de estar estabelecidas há pelo menos dois
anos, também não se pode atribuir o aumento dos pedidos neste período do ano ao
índice normal de mortalidade de micro e pequenas empresas - na média, 77%
encerram atividades antes de dois anos de vida.
O economista
da Serasa Experian Carlos Henrique de Almeida diz perceber que "os
problemas das empresas brasileiras no ano passado persistem, contrariando as
expectativas". O crédito, apesar da queda dos juros, é um desses problemas,
pois os bancos estão muito mais seletivos.
Enquanto
isso ocorre, o governo federal cria uma Secretaria da Micro e Pequena Empresa,
com status de Ministério.
Fonte O
Estado de S.Paulo
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