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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A síndrome da abelha ocupada – Quando as empresas confundem estar ocupado com ser produtivo


Produtividade é um adjetivo ilusório para muitas empresas.

Ironicamente, quanto mais a empresa persegue a produtividade, mais ela parece escorrer por seus dedos.

Recursos adicionais acabam bagunçando as mesas. Mais regras, estrutura e processos criam atrasados desnecessários e burocracia. Quando a atividade finalmente acontece, as empresas tendem a reconhecer o nível de ocupação ou invés do progresso.

Será que empresa promove os comportamentos corretos para aumentar a produtividade, ou será que a ineficiência se tornou uma profecia auto realizada da correria de sua empresa?

Ocupado, mas não necessariamente produtivo


Corra, corra, corra. Faça mais. Faça mais rápido. Faça isso por mais tempo.

Este é o mantra que muitas empresas adotaram, especialmente enquanto elas tentam fazer mais com menos no cenário econômico atual. Ainda assim, correr rápido e constante ocupação não são a resposta. Para muitas empresas, esses esforços são menos produtivos, até mesmo auto destrutivos.

As empresas acreditam que se elas criarem o maior grupo possível de “abelhas ocupadas” todo o trabalho conseguirá ser feito.

O termo “abelha ocupada” vem da expressão em inglês “Busy Bee” que quer dizer “Alguém que está sempre ocupado fazendo alguma coisa”, segundo o dicionário MacMillian.

Parece bom, não é? Alguma que está sempre ocupado… Fazendo alguma coisa.

Ainda assim, as perguntas que precisam ser respondidas são, “Existe alguma coisa realmente válida sendo concluída? E os resultados estão sendo efetivamente entregues?”.

Não importa quanta correria aconteça se nada de qualidade ou importância está sendo entregue.

“Muitas empresas confundem ocupação com efetividade.”

Pior ainda é quando as empresas recompensam essa correria.

Muitas empresas erradamente premeiam os seguintes funcionários:

  • Aquele que manda a maior quantidade de e-mails;
  • A pessoa que trabalha a maior quantidade de horas;
  • Aquele que cria a maior quantidade de documentos e papéis;
  • O último a deixar o escritório;
  • O colaborador que tira a menor quantidade de dias de férias;
  • Aquele que mais trabalha durante suas férias.

Todos esses parecem ser pessoas muito ocupadas.

Mas, serão esses sinais reais de eficiência? Será que essas medidas significam que algo importante está sendo feito? Não necessariamente.

Eles podem ser pessoas que trabalham duro e entregam muitas coisas. E em casos raros, eles são.

Entretanto, aqui vai um pensamento diferente: Seriam esses, na verdade, exemplos de sinais de problemas?

Sinais de maus comportamentos e hábitos não produtivos. Sinais de problemas pessoais. Até mesmo letreiros luminosos de comportamentos que levam ao desperdício de dinheiro?

Será que cada uma dessas pessoas poderia estar custando caro demais para a empresa?

Horas desperdiçadas, recursos desperdiçados, dinheiro desperdiçado. Até mesmo a perda de outros colaboradores que decidiram não iriam mais compactuar com esta tolice.

Recompensando o comportamento errado


Ocupação não é o mesmo que produtividade.

Produtividade é sobre concluir as coisas… As coisas certas no momento certo.

Ocupação, do outro lado, é sobre trabalhar constantemente. Fazendo, fazendo, fazendo… Geralmente com a pequena desculpa de prioridade e importância.

Ocupação pode resultar em muitas coisas feitas, mas não necessariamente as coisas certas.

Ocupação suga recursos que vão desde pessoas, ao dinheiro, à energia, ao tempo.

Ocupação evita que as empresas planejem, criem estratégias e tomem ações decisivas.

Empresas ocupadas se esgotam. Empresas ocupadas não fecham o negócio. E empresas ocupadas irão perder todas as vezes para competidores efetivos.

Não é sobre atividade, é sobre resultados


Olhe para sua empresa. Será que você está recompensando ocupação ao invés de produtividade.

Como você pode medir melhor os resultados de métricas como horas e e-mails?

Ocupação e movimento geralmente mascaram a verdadeira efetividade e impacto.

Talvez seja o momento de reavaliar os comportamentos que sua empresa vem direcionando, e as atividades resultantes destes tipos de comportamentos.

Pergunta: Que exemplos você tem visto de empresas recompensando ocupação ao invés de produtividade?

Autor:  André Lado Cruz

 

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