“Nunca foi
tão caro e difícil para as redes varejistas conseguir cumprir seus planos de
expansão”, afirma Marcos Hirai, diretor da Real Estate BG&H, consultoria do
Grupo Gouvêa de Souza especializada em prospectar pontos comerciais para
empresas do varejo.
Isso ocorre
tanto entre shoppings e corredores comerciais de lojas de luxo como no comércio
popular, voltado para a nova classe média brasileira.
Segundo
executivo, a consultoria, com 28 redes varejistas como clientes, tem a incumbência
de encontrar 350 lojas nos próximos 12 meses para essas empresas. “Não vamos
necessariamente conseguir abrir essas lojas pela dificuldade de encontrar
pontos de venda”, calcula.
Hirai conta
que há fila para locação das lojas de rua em corredores comerciais importantes
e nos shoppings consolidados. “Cinco anos atrás demorava um mês para encontrar
um ponto. Hoje varia entre oito e catorze meses”. Também, segundo ele, o índice
de vacância despencou, de 7% para menos de 1%, em igual período.
Paradoxo
Na avaliação
de Hirai, atualmente o mercado de locação de lojas vive um paradoxo: há fila de
espera nos shoppings consolidados e faltam lojistas para shoppings novos. É que
os lojistas querem expandir a rede e aproveitar o bom momento do consumo, mas
não estão dispostos a esperar o tempo de maturação dos shoppings novos. “Eles
preferem ficar na fila de espera nos shoppings consolidados porque não têm
capital de giro para entrar num empreendimento novo e aguardar que ele se
consolide”, observa o consultor.
Para
Francisco de Paula Carvalho Pereira, diretor de Novos Negócios da CCP (Cyrela
Commercial Properties), que administra quatro shoppings, fila é um exagero. Mas
ele confirma que “a procura por lojas é bastante boa”.
Tanto é que
a taxa de lojas vagas caiu pela metade nos últimos três anos, de 6% para 3%,
“Esse índice é bastante baixo e saudável.”
Diante do
aumento do consumo, o executivo explica que atualmente o cenário está tão
favorável para os shoppings que muitas vezes quem provoca vacância da loja é o
próprio administrador do shopping que não está satisfeito com o desempenho do
lojista. Isso só é possível porque há outro lojista interessado no ponto.
Já o diretor
de Relações Institucionais da Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop),
Luís Augusto Ildefonso da Silva, diz que o número de lojas vagas nos shoppings
consolidados é praticamente nulo.
Ele também
ressalta que há um paradoxo no setor, isto é, há um número recorde de
inaugurações de novos shoppings previstos para este ano e, ao mesmo tempo, uma
disputa acirrada pela locação de lojas nos empreendimentos mais visados.
Dados da
Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) mostram que há no País 463
shoppings em funcionamento. A previsão é de que sejam inaugurados neste ano 40
shoppings, número recorde. Isso equivale a cerca de 8 mil lojas.
Por
Eletrolar varejo, núcleo de estudos do
Nenhum comentário:
Postar um comentário