Tecnologia é alvo
de empresas de todos os portes para aprimorar gestão de negócios, que se
tornaram mais complexos e competitivos.
Na última década, o
ERP desempenhou o papel de garoto-propaganda para projetos de TI que ficaram na
promessa e não foram entregues. Isso aconteceu após implementações complexas
que levaram anos para serem concluídas. Colaborou ainda a customização em massa
necessária, e em outros casos, a adoção parcialmente realizada. Bilhões de
dólares foram gastos apenas para contar com um ERP que funcionasse como o
esperado. Esse é o balanço das principais consultorias do setor.
Agora, o sistema
está de volta. E não apenas nas grandes empresas que procuram atualizar
sistemas legados. De acordo com pesquisas da Forrester Research, cerca de uma
em cada quatro pequenas e médias empresas (PMEs) quer atualizar o ERP existente
ou implementar um novo nos próximos 12 meses.
Muitas delas são de
pequeno e médio portes que ficaram anos usando outras alternativas para apoiar
o comando, mas agora precisam elevar a gestão de seus negócios, diz China Martens,
analisa da Forrester Research.
“Os negócios estão
se tornando mais complexos por motivos diversos que incluem crescimento rápido
ou operações em mais de um país, e eles precisam garantir mais disciplina aos
processos”, diz ela. “Estamos vendo mais implementações de SaaS, já que as
pequenas e médias empresas têm uma equipe limitada ou inexistente de TI. Isso
torna um pouco mais fácil para eles realizarem esse movimento”, observa.
Na nuvem, a
modalidade software como serviço (SaaS) é a de maior expansão, segundo dados da
Forrester Research. Até 2015, o instituto de pesquisas acredita que o modelo
vai movimentar 78,4 bilhões de dólares em todo o mundo, ante os 21,2 bilhões de
dólares em 2011. CRM, gestão de capital humano (HCM), software de colaboração, procurement
e ERP são as tecnologias que mais serão adotadas na cloud nos próximos meses.
A Forrester aponta
que cerca de 9% das companhias estão usando alguma forma de ERP baseado em
SaaS, sendo que dois terços utilizam para complementar os sistemas de ERP on
premise. Nos anos seguintes, acredita-se que a penetração será duas vezes
maior, com mais de 15% das organizações planejando comprar o sistema na nuvem
até 2013.
“Hoje, o ERP
extrapolou fronteiras e conquistou áreas funcionais da organização, ganhou funcionalidades
analíticas e ainda de aproximação com o consumidor a partir da integração com o
CRM”, argumenta Ricardo Neves, líder de Consultoria em TI da
PricewaterhouseCoopers (PwC). Para ele, o BI torna a tecnologia mais poderosa,
porque consegue capturar a informação de forma consistente, e ainda aprimora e
agiliza as tomadas de decisão.
Segundo Neves, não
faz muito tempo as companhias que buscavam revisar o ERP, ou então
implementá-lo pela primeira vez, queriam atender somente às necessidades do
backoffice e, aos poucos, adotavam outros módulos e funcionalidades, unindo
todas as áreas da companhia.
“Agora, elas querem
agregar valor e diferencial. Por isso, logo no início do projeto, partem para
uma solução que realize análises e também tenha componentes da indústria de
atuação”, avalia Denise Marconi, diretora da área de Enterprise Application da
consultoria de TI da PwC. Na visão da executiva, o BI é a cobertura e não só a
cereja do bolo do ERP e esse bolo está cada vez maior provendo mais e mais
informações para a camada de inteligência.
Neves e Denise
indicam que contrariando especulações de que o ERP iria morrer aos poucos e não
haveria mais terreno fértil para a solução, 2011 foi ano de procura,
especialmente pelas pequenas e médias empresas. A busca por recursos analíticos
é uma movimentação em expansão, acreditam.
Números do Gartner
mostram a evolução do mercado. Em 2011, o ERP gerou receita de 802,6 milhões de
dólares no Brasil. Sendo que a expectativa para 2012 é de 999,1 milhões de
dólares e no próximo ano 1.212,3 bilhão de dólares. A expansão mundial
acompanha esse ritmo e caminha a passos largos. Neste ano, o instituto espera
que a tecnologia some 25.344,3 bilhões de dólares em solo nacional.
Por Déborah Oliveira e Solange Calvo
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