Em
quantos encontros, reuniões, dentre outras situações você recebeu um relatório
e por um momento desconfiou da veracidade dos dados? Pois bem, você não está
sozinho! Esta situação é mais comum do que se imagina, independente do tamanho
da empresa. A desconfiança proporciona tomada de decisões baseadas no
“feeling”, experiência ou outro método empírico.
Para
ilustrar a situação acima, imagine que você está dirigindo um automóvel por uma
estrada conhecida e de repente uma neblina muito forte aparece, impedindo-o de
ter uma visão nítida. A partir do “feeling” e da experiência, você sabe que em
algum momento terá que virar à esquerda se não quiser cair num precipício à
frente.
Mas
em qual momento você deve virar? Imagine que para piorar o velocímetro travou,
o medidor de combustível não pára de oscilar e todas as luzes se apagaram. O
que faço agora? Estaciono o carro em algum lugar seguro? Será que o combustível
atual será o suficiente para passar pela neblina? Enfim, uma decisão difícil
diante da desconfiança dos dados divulgados pelo painel do veículo, não acha?
E na
sua empresa? Como conseguiria aumentar a confiabilidade dos dados demonstrados
nos diversos relatórios para a correta tomada de decisão?
O
primeiro passo está na definição do que você quer controlar e enxergar para
fazer com que a sua empresa cresça de forma sustentável; e lembre-se: é
necessário ter os indicadores essenciais, nem mais nem menos, aquilo que
realmente importará para a sua gestão do dia a dia, da semana, do mês, do ano.
Feito
isto o passo seguinte é entender “COMO” coletará os dados. Em diversas ocasiões
presenciamos a tentativa de primeiro definir campos de relatórios, coletar
dados sem critérios definidos e depois identificar quais seriam os indicadores
preenchidos, desta forma utilizará o método da tentativa e erro que, por sinal,
é muito mais oneroso, não recomendo.
Vale
a pena ressaltar que diversos controles são de responsabilidade e autoridade
dos seus gestores. Portanto, delegue!
Outra
dica: inicie de forma simples, solicite entre dois ou três indicadores por
gestor e observe se está encadeado com os indicadores essenciais para a gestão,
crescimento e sobrevivência da organização.
Caso
tenha dúvida por onde iniciar, recomendo elaborar um fluxo de caixa consistente
conciliando sempre com a conta corrente da organização, já será um ótimo começo
e se conseguir projetar as entradas e saídas para o futuro, melhor ainda.
Imagine
agora que você está para iniciar uma reunião com a área comercial entendendo
como estão as vendas do bimestre, poderia ser outra área, no entanto para
exemplificar comecemos com a locomotiva da empresa.
O seu
gestor começa a explicar que as vendas iniciaram o ano com excelentes
resultados, no entanto você como presidente e ou empreendedor faz apenas uma
pergunta: “Os valores são o que faturamos em dezembro e recebemos em janeiro,
ou são das vendas realmente realizadas em janeiro?” A partir disto, começa a
famosa justificativa: “Veja bem...”. Deste ponto em diante você já não começa a
prestar atenção, dado um bloqueio mental de desculpas que o seu cérebro já
estabeleceu, após uns 2 minutos, vem a segunda pergunta: “O valor está no
regime de caixa, ou seja, o que recebemos em janeiro ou competência o que
realmente foi gerado no mês ?” Com isto, a justificativa piora e demora uns 30
minutos.
Portanto,
para aumentar a confiabilidade dos dados, primeiro identifique os controles essenciais,
como são gerados e o mais importante: utilize, critique, acompanhe, cruze os
dados e nunca se esqueça de estabelecer metas.
Com
isto os ajustes imprescindíveis serão feitos e a base de tudo estará sólida o
suficiente para que você e sua equipe invistam tempo em outros temas, ao invés
de corrigir dados.
Por
Eduardo Bezerra
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