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quarta-feira, 14 de março de 2012

Como avaliar um produto financeiro para investimento

Apesar de os investidores terem acesso - e mesmo o direito - às informações sobre os produtos financeiros disponíveis no mercado, isso não garante que eles entendam como esses produtos realmente funcionam. Ler o prospecto de um fundo de investimentos, por exemplo, não significa que o investidor sabe, realmente, onde está colocando seu dinheiro, afirma o educador financeiro Mauro Calil.

Calil, que também é gerente-geral do INI (Instituto Nacional de Investidores), cita ainda as taxas cobradas pela gestão e administração de um fundo. Apesar de saber claramente quanto cada instituição, seja um banco, seja uma asset, cobra, nem sempre o investidor sabe avaliar se as taxas são caras ou baratas.

Qual a melhor taxa?
Um fundo de ação ou um fundo multimercado, por exemplo, que cobre uma taxa de 3% pode não estar cobrando muito, já que esses tipos de fundos exigem uma gestão muito mais ativa dos gestores, do que os fundos de renda fixa, por exemplo. Já o investimento em um fundo DI pré-fixado, que cobre uma taxa de 1%, pode estar cobrando demais, pois esses produtos não exigem quase nada do gestor.


Calil utiliza tais exemplos justamente para justificar sua visão de que, "apesar dos investidores terem acesso às informações, sem educação financeira, dificilmente serão capazes de entender tais informações". No caso das taxas, a sugestão de Calil é que o investidor avalie produtos semelhantes oferecidos por várias instituições e compare os custos de administração e gestão. O investidor deve ponderar, sobretudo, a menor taxa, a maior rentabilidade e a maior liquidez.

Ainda avaliando a importância da educação financeira, você é capaz de identificar se seu perfil de investimento é agressivo ou moderado? Você entende o que de fato quer dizer o risco de um fundo que aplica 30% em ações e 70% em renda fixa? Calil explica que saber como o fundo trabalha é uma coisa, e outra, bem diferente, é entender claramente as implicações do risco.

Crenças populares
No geral, sem educação financeira, acabam sobressaindo as crenças populares, que nem sempre estão de acordo com a realidade. Nesse sentido, Calil lembra do fato de que muitos investidores acreditam que aplicar em fundos geridos por bancos é mais seguro do que os geridos por assets.


Isso, porém, não condiz com a realidade. O capital investido em um fundo, seja por um banco ou por uma asset, não corre risco nenhum se essas instituições quebrarem, por exemplo. Isso porque a regulamentação do mercado financeira estipula que o patrimônio do administrador de um fundo não pode se misturar com o patrimônio do fundo. Assim, se a instituição quebrar, o capital do fundo permanece intacto.

Outra questão é a rentabilidade passada. Os investidores sem grandes conhecimentos do mercado financeiro tendem a acreditar que os fundos mais interessantes são aqueles que apresentam as melhores rentabilidades passadas. Porém, isso não é garantia de nada.

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) já editou normas que obrigam as instituições a deixarem bem claro que “rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”. Apesar de existir uma norma que exige a divulgação de tal informação, Calil acredita que a maioria dos investidores não entende o que na prática isso significa.

“E mais, muitos dirão que, antes de optar por esse ou aquele investimento, olharam somente a rentabilidade dos últimos meses ou no ano, ou seja, a rentabilidade passada”, diz Calil. Tudo isso para dizer que, apesar das normas e leis serem importantes, o investidor precisa de educação financeira para entender sobre os produtos financeiros e conseguir escolher qual a aplicação melhor se encaixa às suas necessidades.

“Se não houver educação financeira, pouco importará a legislação. Ou seja, se o investidor não souber avaliar as informações, as normas não vão servir para nada”, finaliza Calil.

Por InfoMoney

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