Falando assim, os ERPs parecem uma coisa que soluciona todos os
problemas da empresa. Eles de fato são sensacionais, mas sua manutenção muitas
vezes se torna um fardo para a empresa. Eles podem ser complicados e ter um
funcionamento difícil de entender. Os sistemas antigos não possuem
funcionalidades lançadas recentemente e precisam ser modificados e
reprogramados, para conseguir realizar tais funções. Fora que não se pode
creditar exclusivamente ao ERP a tarefa de integrar toda a empresa. Ele deve
vir acompanhado de políticas de colaboração entre departamentos e de boa
vontade entre colegas.
Trocar o sistema de ERP nunca é uma decisão fácil. As licenças
para esses programas são caras. Há também muitos fornecedores e poucas
explicações sobre os diferenciais de cada produto. Mas a principal questão é
saber quando abandonar o sistema velho e adotar um novo. A vida média de uma
plataforma dessas gira entre cinco e sete anos. Durante esse período, é natural
que a empresa o configure diversas vezes, inclusive para realizar novas
funções. Mas algumas novidades não podem ser acrescentadas em sistemas antigos.
Para não operar um “sistema Frankenstein”, com remendos de programação por
todos os lados, Celso Rosa Tomé, vice-presidente da Infor no Brasil, dá 10
dicas sobre como saber se é hora de comprar um novo ERP. Confira.
A pergunta certa: Questione-se:
Como posso arcar com a substituição do meu ERP?; Por quanto tempo eu posso
arcar com as despesas de não substituir meu ERP? Ponha no papel os custos com a
substituição do sistema e os custos com as perdas e os ajustes no sistema
antigo.
Sua empresa ainda é a mesma? Quando
o ERP foi comprado, há cinco ou dez anos, sua empresa tinha o mesmo tamanho?
Ela incorporou novos serviços e processos? Se sim, seu sistema comporta as
novas necessidades? O crescimento da empresa traz novas complexidades, e o ERP
precisa dar conta delas.
Sistema customizado demais: Um
ERP antigo muitas vezes não permite adicionar novos complementos e alterações
de engenharia. Para poder realizar novas operações, sistemas antigos precisam
ser customizados. Isso pode gerar muitas falhas e distorções de informação.
O tempo de parada está subindo?: Os
sistemas altamente customizados podem precisar de constantes acertos e
reconfigurações. Quando isso acontece, muitas vezes a produção da empresa tem
de ser paralisada, fazendo cair a produtividade.
Um quadrado não cabe em um círculo:
Se você se pega adaptando processos de negócio para se encaixar nos modelos do
seu ERP, ao invés de fazer o contrário, está na hora de atualizar seu software.
Atrelar as necessidades do cliente
às solicitações dos fornecedores: Uma pesquisa global sobre ERPs,
feita pela consultoria IDC, afirma que a satisfação do cliente deve ser uma das
prioridades ao adotar um sistema de gestão. Se seu sistema não permite
colaboração e compartilhamento de informações, é provável que a cadeia
apresente alguns desencontros, o que afeta diretamente na satisfação do
cliente. De forma geral, os clientes esperam produtos e serviços feitos sob
medida para suas necessidades específicas.
Você e seu sistema falam a mesma
língua? Um grande problema é a falta de comunicação dos sistemas entre
si, o que exige intervenção manual para integrar informações. Dado a
complexidade das operações, essa ação é arriscada se não for feita por pessoas
que realmente entendam o sistema em questão. O prejuízo podem ser processos
desencontrados e informações não confiáveis.
Ainda depende de planilhas para se
organizar? Se sua empresa utiliza planilhas, talvez seja a hora de investir
em um sistema para reduzir o tempo gasto na produção de relatórios, liberando
recursos para focar a gestão estratégica da empresa.
Seu ERP calcula a rentabilidade de
propostas e projetos? Avaliar a rentabilidade antes de
entrar em um projeto é uma ferramenta cada vez mais usada pelos empresários.
Segundo a pesquisa do IDC, a gestão de projetos e licitações é uma iniciativa
prioritária para as empresas. Só que boa parte dos ERPs usados atualmente não
oferece essa possibilidade.
Você fica inseguro com mudanças na
legislação? Os ERPs precisam ser flexíveis para se adaptarem a novas leis.
Como o país passa por um período de constantes revisões nas regulamentações,
modelos mais antigos podem não conseguir se adequar às novas exigências legais.
Por Thiago Cid
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